A Protegida (Segundo livro da trilogia Salva-me)

Capítulo 16 (Angel)

— Angel, precisamos sair daqui! — Mia sussurrou no meu ouvido, tirando a mão da minha boca.

Não sei se estava aliviada por ser ela, ou frustrada por ela ter me assustado dessa maneira.

— Por que você fez isso? — Perguntei me virando pra ela, encarando-a zangada.

— Eu vi uma sombra lá fora. Tem alguém aqui! — Ela sussurrou apreensiva, olhando ao redor.

Eu assenti e peguei o papel do chão.

— Vamos. Já consegui o que eu queria.

Coloquei tudo no lugar e saímos da sala do meu pai, fechei a porta que se trancou automaticamente. Ainda não tinha processado a ideia de que meu pai tinha me usado para criar uma droga. Usado meu sangue. Usado sua própria filha. "Como ele pôde fazer isso comigo?" Eu era apenas uma criança.

— O que foi, Angel? — Mia, vinha atrás de mim andando pelo corredor e encostou a mão no meu braço. — Você está preocupada. O que você queria aqui?

— Sabe... — Eu parei bruscamente de caminhar e me virei encarando-a. — Estou em dúvida se eu realmente queria ter encontrado o que eu encontrei.

— Às vezes existem verdades que são melhores fazermos de conta que são mentiras e mentiras tão boas que torcemos para que sejam verdades.

Assenti.

Ela sorriu e chacoalhou a cabeça como se soubesse tudo o que eu gostaria de contar a ela. Nós não precisávamos falar para nos entender, bastava um olhar e a outra compreendia tudo. Apesar de Mia não saber nem 1% da verdade, ela entendia que algo não estava bem comigo.

— Vai ficar tudo bem. — Ela disse. — Temos que voltar, você ainda está doente e sua mãe chegará a qualquer minuto em casa.

Concordei.

Seguimos até a saída, onde eu vi que realmente tinha uma sombra lá fora. Meu corpo logo entrou em instinto de alerta. "Seria o Sombra da Noite? O que faremos agora?".

— Fique atrás de mim, Mia.

Mia fez o que eu disse, e ficou tão próxima que podia sentir seu corpo tremer, ela estava apavorada. Assim como eu também, mas eu estava tentando manter minha sanidade. Uma de nós teria que ser corajosa agora.

— Quem está aí? — Perguntei.

— O que você está fazendo? — Mia sussurrou no meu ouvido.

— Ter medo é pior quando ele já sabe que nós estamos aqui.

A sombra de um homem se aproximou de nós. A luz do luar refletiu seu rosto e seus olhos verdes resplandeceram.

"Jason".

— Jason? — Chamei ainda apreensiva.

Ele se aproximou e pude ver seu rosto. Jason andou e parou junto a nós.

— O que você está fazendo aqui? Por que você veio aqui? Você não pode fazer esse tipo de coisa, Angel. — Ele falava rapidamente, quase sem sugar o ar. Sua expressão me deixou triste, pois eu sabia que tinha o deixado preocupado e bravo. Pelo jeito, muito bravo.

— Eu estou bem, tá legal! — Disse dando de ombros.

— Eu disse que te veria de noite. Por que não ficou em casa? — Ele estava irritado.

— Eu precisava fazer uma coisa. — Falei baixando a cabeça.

— Fazer o quê? O que seria mais importante do que se manter segura?