A Protegida (Segundo livro da trilogia Salva-me)

Capítulo 29 (Angel)

Depois que Jason saiu esta manhã, disse para Maria que ficaria na casa de Mia para nos arrumar para o baile. De noite viria para casa para esperar Jason como tínhamos combinado.

Mia e eu nos divertimos muito e demos muitas risadas. O quarto dela era menor que o meu e não era suíte, o que não era problema, já que nos divertíamos em qualquer lugar. Um pôster do Ryan Gosling e uma tabela enorme de química ficavam presos em uma das paredes do quarto de Mia, na outra parede ficava seu guarda roupa, logo do lado uma cômoda com espelho. Algumas fotos de sua família em porta-retratos dispostos em perfeita sincronia, numa prateleira acima da cabeceira da cama. E claro, o Senhor Thuikis sobre sua cama, um coelho velho que já não tinha mais uma orelha. O Senhor Thuikis foi nosso companheiro de brincadeiras e aventuras por anos, arrastávamos o coitado para todo o lugar. E como Mia era a dona dele, ela o guardava e ainda o cuidava como quando era pequena.

Fizemos as unhas uma da outra, escutando as músicas da Katy Perry. Escolhi pintar minhas unhas de preto fosco, já que minha vida andava tão escura, o esmalte preto combinava perfeitamente. Após nossa sessão de manicure, cantamos Firework juntas e fizemos um show fantástico. Éramos uma dupla imbatível. Amava quando Mia estava assim, quando deixava sua timidez de lado e era tão palhaça quanto eu.

Almocei lá com a família de Mia, seus dois irmãos mais novos sempre tentando chamar minha atenção, com seus dez e doze anos, eles tinham uma grave paixonite por mim. O que não deixava de ser fofo e útil, pois iam buscar coisas para mim e me tratavam muito bem. Já Mia, parecia não gostar muito daquilo, acho que ela tinha um pouco de ciúme dos irmãos. O que eu não compreendia, já que sou filha única. Ela sempre os xingava, os mandando ficar longe de nós.

— Vou fazer sua maquiagem agora. — Eu disse a Mia que agora já havia tirado sua máscara de pepino verde da cara.

Mia sentou na poltrona no seu quarto, enquanto eu a maquiava. Amava fazer maquiagens, o dom de transformar os outros e ver o sorriso deles no final do meu trabalho, sempre me deixava feliz, mesmo que minhas únicas clientes fossem Mia e mamãe.

Meu celular tocou, peguei-o de dentro da bolsa. No visor mostrava que era mamãe.

— Oi, filha.

— Oi, mãe, como você está?

— Bem... Só não vou conseguir chegar hoje! O tempo aqui melhorou, vou participar de duas palestras essa tarde, e só devo voltar amanhã de noite, tudo bem?

— Sim. Tudo bem! — Falei num tom trise.

— Jason vai te levar ao baile?

— Sim. — Minha alegria se sobressaiu sobre a tristeza, só de ouvir o nome dele.

— Tome cuidado, certo? Pedi para Maria ficar de olho em você.

— Tá bom! — Revirei os olhos, sabendo que ela não podia me ver, porque se pudesse, provavelmente eu estaria de castigo agora. — Te amo.

— Também te amo. — Encerrei a chamada.

Terminamos de nos arrumar e fui para casa. Mia me deu carona. Não sabia como Jason me levaria para o baile, mas qualquer coisa chamaria um táxi. Ele não deveria se preocupar com nada, indo ao baile comigo já estava fazendo muito.

Entrei em casa, encontrando Maria na sala passando aspirador de pó no chão. Quando passei por ela, me olhou e sorriu.

— Está linda! — Ela disse, após desligar o aspirador.

— Obrigada, mas falta o vestido ainda. —Falei olhando para minha calça jeans que vestia.

— Quer comer algo antes de ir?