Sabe quando você chega num ponto da sua vida que você para e se pergunta: Que porra é essa? Pois bem, minha vida tinha chegado a esse ponto agora.
Não chega toda a loucura que vivi há três meses e agora isso. Era assustador.
Nunca gostei daquele sujeitinho com sorriso falso e estilo galanteador para o lado da minha mãe. Como não me dei conta disso antes? Ele sendo da polícia era um excelente disfarce. Agora não sabia o que faríamos, Jason ainda não havia manifestado sua opinião sobre isso. Pelo menos algo bom tinha saído dessa descoberta, e nunca me senti tão aliviada. Tio Rob não era o Sombra da Noite.
Os pensamentos estavam me causando dor de cabeça. A chuva que batia em mim ardia minha pele. Escutava as gotículas se chocarem contra o visor do capacete, fazendo parecer que alguém nos jogava pequenas pedrinhas. Fiquei com dó de Jason que estava tomando toda aquela chuva no rosto, por minha causa.
Como não amá-lo?
Ele estacionou a moto no quintal, próximo do pé de castanheira. Schwarzenegger nem latiu, acho que já estava acostumado com Jason ali. Desci da moto, meio sem jeito, Jason segurou-me pela mão me ajudando.
— Ei amigão! — Eu disse para Schwarzenegger, fazendo carinho na sua cabeça, ele começou a lamber minha mão e eu sorri.
Entramos pelos fundos, onde uma chave extra era deixada embaixo do capacho, em frente à porta.
— Isto teria me poupado muito serviço. — Jason disse vendo-me abrir a porta e eu ri.
— Agora você não precisa mais disso — falei.
Entramos sorrateiramente para que Maria não nos visse, mas ela não estava na cozinha e nem em qualquer lugar da casa. Talvez mamãe tivesse mandado ela para casa mais cedo, já que não viria almoçar em casa hoje.
Subi as escadas com Jason andando na minha frente, que tinha feito questão de fazer uma varredura na casa para ver se não havia perigo.
— Fique aqui. — Alertou, e entrou no meu quarto e em instantes chamou: — Pode vir.
Revirei os olhos e sorri.
— Acredito que minha casa seja segura, Jason. — Falei passando pela porta do meu quarto.
— Nenhum lugar é seguro, muito menos aqui, já que ele frequentava esse lugar também.
Engoli em seco, pois ele tinha razão. Mas Jason tinha prometido não me deixar mais sozinha, então sabia que estava segura na minha casa. Arrumei uma toalha para Jason que tirou suas roupas molhadas e se secou e a enrolou em seu corpo musculoso, tive que desviar o olhar algumas vezes de seu abdominal perfeito e pude sentir meu rosto esquentar. Desci até a lavanderia e coloquei suas roupas molhadas para secar na secadora. Voltei para meu quarto, ele estava de pé me encarando, seu peito nu e o cabelo úmido. Uma completa perdição. Dei um sorriso para ele que retribuiu, então fui para o banheiro para tomar banho e tirar toda essa roupa molhada, mas Jason me seguiu.
— O que você está fazendo? — Virei-me para ele, encarando-o.
— Te protegendo. — Ele riu.
— Mas dentro do banheiro? — Pedi, abismada.
— Não se preocupe. Vou obedecer às normas de um cavalheiro. — Ele sorriu, maliciosamente.
— Ok. — Dei de ombros e tentei ignorar aquele sorriso.
"Promessa é dívida".
Jason sentou no vaso sanitário que ficava de frente para o box. Entrei no box e fechei a cortina branca. Fui tirando a roupa despreocupadamente, e jogando por uma fresta da cortina no chão fora do box. Era bom tê-lo ali e saber que estava pronto para me proteger. Me deixava mais calma.
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A Protegida (Segundo livro da trilogia Salva-me)
Roman d'amourAngel está desolada. Jason desapareceu de sua vida a deixando apenas com lembranças, e a incerteza de que tudo o que viveram talvez tenha sido apenas um sonho. Angel decide tentar voltar a viver mesmo que as memórias ainda a machuquem. No entanto qu...