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Depois que o cabeleireiro foi embora eu fui tomar meu banho e vieram limpar meu quarto.

— Larissa não sei se você foi avisada mas teremos companhia essa noite no jantar — Berenice me avisa do quarto.

Provavelmente separando uma roupa da qual ela acha melhor para a ocasião.

— Onde está Mascarado? — desligo o chuveiro e me enrolo na toalha indo para o quarto.

— Provavelmente no escritório ou em seu quarto, esperando até um deles chegar — como havia pensado ela separou uma roupa.

— Acho que este fica bem em você, pode usar uma meia calça já que o tempo tá fresco — vai combinar perfeitamente com o vestido vermelho.

Uma maquiagem básica só para não lembrar do que passei dias atrás e depois de colocar a roupa eu saio do quarto de pantufa.

É claro que vou atrás do Mascarado com minha caneta pendurada no pescoço.

Eu quero gravar todos os momentos bons dessa casa deixar um pedacinho de mim ali, ser lembrada por todos eles e que quando se lembrarem que sorriem.

Quero mostrar que a sua casa tem vida mas que ele só precisa deixar as coisas acontecerem.

Vou até o seu escritório aonde ele passa maior parte do tempo.

O cheiro de sabonete constata que já tomou banho.

Evitando fazer o menor  barulho possível eu chego bem perto.

Mesmo sabendo que pode estar sem a máscara mas não me importo eu quero só ver a foto.

Devagarinho vou chegando cada vez mais perto.

Consigo ver o começo da foto, então ele meche na cadeira e quando levanta a mão eu tenho visão completa.

Paro. Analiso.

Uma lembrança me vem a cabeça.

Uma festa de aniversário com decoração da natureza, um bolo de aniversário que fora decorado com diversos animais na floresta, e a aniversariante ela a princesa dos bichos.

Lágrimas enchem meus olhos.

É a minha filha, a foto é da minha filha.

O vestido amarelo com estampa de bananas, e usava um arquinho de pompom.
Que lembro ter sido difícil achar do seu tamanho, a cabecinha era muito pequena.

Um sorriso e diversas lágrimas.

Eu daria tudo para tela de volta comigo.

Caio de joelhos no chão não me importando com os ralados.

Choro e mais lembranças vêem a minha cabeça.

O som da sua risada com poucos dentinhos amostra, seu rosto de maçã vermelhas, seu cabelo escuro metade liso e outra enrolado.

Conseguindo ouvir na minha cabeça aquela voz fina "eu ti amo mamãe".

As mãozinhas  em meu rosto dizendo "não chora mamãe".

A Prostituta Indomável.Onde histórias criam vida. Descubra agora