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Acordo numa cama macia demais e não é a minha.

Um cheiro masculino.

Abro meus olhos e levanto.

Espera, sem as minhas roupas.

Eu estou com um vestido azul soltinho, muito confortável.

Meu Deus, eu tô na casa do mascarado.
Outra vez.

Tudo um pouco escuro só com algumas luzes fracas.

Saio do quarto que estou, dando de cara com uma escada totalmente escura.

Começo a descer os degraus devagar um por um, e uma luz se acende a cada degrau que eu piso.

Conforme vou descendo eu vejo ele.
Sentado em uma cadeira de gostas para mim enquanto olha a rua, pela enorme janela.

Com a claridade de fora e a escuridão e o reflexo faz com que ele me veja, mas mesmo ele estando sem nada no rosto eu não consigo identificar quem ele é.

Sento no penúltimo degrau da escada.
Meu coração acelera sabendo que dando mais alguns passos posso saber quem é ele.

Posso ver ele com um copo com algum liquido dentro e gelo.

— Eu falei para você não aprontar e você fez totalmente ao contrário.
Não tem noção de quanta raiva eu tô sentindo nesse momento, mais eu não posso te culpar por que você não entenderia já que não sabe de nada — sua voz grossa e firme me faz pensar que não deveria ter feito o que eu fiz.

— Você me vigiou todo esse tempo. Por que resolveu se aproximar só naquele momento?
Eu sei me cuidar sozinha.
E as minhas roupas? Parece que você sempre vai tirar ela de mim como se não quisesse me devolver.

— Você vomitou na sua roupa e eu mandei lavar e está na secadora.
Sim eu segui cada passo seu.
Mas mesmo bravo eu fico feliz que você esteja aproveitando a sua vida, como se nada tivesse acontecido, está agindo como uma mulher da sua idade deveria fazer, se divertindo da forma certa.
Mas mesmo assim bravo por que você não fez o que eu te pedi — deixa o copo em cima da mesinha ao seu lado.

— Por que você está tão ligado a mim desse jeito?
Se eu não te conheço.
E você também não quer me deixar ver você.

— Você não entenderia, e eu não posso abrir minha boca agora.
Tô quase desistindo de toda essa merda, basta você se aproximar e pronto vai ver quem eu sou — sendo fácil demais.

— Eu quero ir embora, só isso — mentira, eu quero ele.

— Você não vai embora — eu escutei direito.

Não sei dizer se fiquei feliz ou irritada.

— Como assim? Você não manda em mim — mas posso usar isso ao meu favor.

Talvez ele conte um pouco do que está me escondendo.

Saio dali e me aproximo dele.

— Se você não quer que eu veja o seu rosto, então essa é a hora para se tampar — mais ali tá tão escuro que mesmo eu querendo não conseguiria ver.

A Prostituta Indomável.Onde histórias criam vida. Descubra agora