Cap 31- Bate o sino.

21 5 2
                                    

NOTA: ESSE CAPÍTULO SE PASSA ANTES DA HISTÓRIA ATUAL.

      Ainda apaixonada pelos ventos fortes, Téia Saturnus presenciava seu fim, gradualmente enquanto se afastava lentamente do plano dos vivos. Ao lado de uma árvore torta, via também o pequeno reino de Tytanium, sendo construído aos poucos pelos cidadãos que lá viviam.
     Sua mais pura lembrança era daquela linda visão sob uma colina, observando as lindas margens do lago, fitando em seguida o reino onde amaria morar se vivesse uma vida normal. Foram-se seis mil anos vivendo em prol de sua majestade, lutando em guerras e ás vencendo, pois sabe-se que na sua antiga vida, em uma constelação, Téia sabia exatamente tudo o que se passava, e com tanto poder, aplicava o que via, nas mais difíceis batalhas.
      Lembrando dos dias mais tranquilos e serenos de sua vida, era momento da última cor quente desaparecer do seu corpo. Mesmo que tivesse decidido levar contigo sua filha presente em seu ventre, Téia não poderia simplesmente ser egoísta ao ponto de abandonar a vida que estava gerando, o ser que teria possivelmente seus olhos violeta, ou o tom vinho o qual era a linda cor de seus cabelos curtos e ondulados. Gostaria ela, uma vez, poder ver sua filha quando crescida, pois amaria ver seus próprios traços em um ser que, teria sua vida própria, não sendo servente de guerras constantes. 
      Era sua última mecha quente, e, uma ideia veio em sua mente. Os antepassados contavam a história de Mirryella, a estrela que caiu do céu sendo uma linda flor a qual ficou esperando durante setecentos anos até que foi encontrada e assim, se formando em uma bela mulher, se casou com o homem que por ti se apaixonou.
      Com suas últimas forças, Téia fez com que aquele pequeno ser, lindamente se transformasse em uma bela flor. E depois daquele dia, muitos que ali passaram, poderiam admirar sua beleza, poderiam apreciar Stella.
       No momento de seu apagão, a estrela viu todos os momentos de sua vida. Cada um passando como um lento flash na sua visão, no entanto, no mundo real, Téia tinha sido completamente preenchida pelas cores frias de uma estrela. Feliz, por saber que sua filha estava bem, fechou seus olhos com pouca dificuldade, e sorriu. Quase imediatamente, seu corpo se foi com a dança de poeiras cinzas, seu corpo havia abandonado aquele lugar, mas, ao lado daquela árvore torta, no topo daquela pequena colina, sua alma rodeava, protegendo o que algum dia se transformaria em Stella, herdeira de todo seu poder.
       Povos de certos reinos passaram á perceber, que aquela plantinha era especial. Chegando a acreditar que fosse uma espécie de presente dos deuses, mas, á cada vez que um ser se aproximava, algo fazia com que fosse jogado para longe. Diziam que a natureza protegia aquela planta, no entanto, não muito longe dali, estava Safira, zelando e usando suas forças naturais para proteger Stella de todo o mal que pudesse cobiçar o seu poder.
       Apreço, carinho e dor, fizeram com que Safira sendo; bárbara da Tristeza, irmã de Orthos bárbaro da Luz e Logan o bárbaro das Sombras, por fim, decidir passar seu trono e seu colar para um ser poderoso, pois uma guerra se aproximaria, e não seria possível impedir o caos. A única forma de preservar seu império e legado, foi dá-lo totalmente para Stella. Embora, parte desse legado pertencesse aos seus irmãos e á sua única sobrinha, Íris.
       Dia pós dia, noite pós noite, Safira utilizava dos poderes de Kendra, para ver Stella e protegê-la. Tanto medo de perder esse ser, o qual era raro, precioso, tal como um diamante, decidiu, então, sussurrar as ordens para uma de suas servas mandando-a ir buscar a flor, para que assim ficasse segura. Puderá parecer loucura querer proteger aquela flor, aquele ser extraordinário, mas não havia se importado com as consequências.

Safira: Quero que traga ela para mim.

     Sussurrou ao vento, vento que uivou aos ouvidos luxuosos de sua mais fiel serva. Aquela que decidiu ir até o encontro de Stella e arrancar suas raízes do chão, fazendo exatamente o que mandou a mulher a qual ela tinha gratidão, e era extremamente leal.
     Pela vasta neblina, aproximou-se daquele lugar, estava extremamente escuro, sendo iluminado apenas pela beleza esmagadora daquela adorável e tentadora planta. Ajoelhou-se ao chão, e ao tocar naquele ser que possuía tanta magia, força e precisão, foi jogada para trás. Em meio luz verde, os céus se iluminaram e um imenso boreal.
          Seus cabelos ruivos estavam belos e seu rosto era liso como o de uma sereia. Estava sem roupa, tendo seus seios e partes intimas cobertos apenas algumas partes da planta, a qual ainda estava deixando ela presa no chão, segurando, de seus pés, até a metade de suas coxas. A serva então, olhando aquela beldade, ajoelhou-se pensando ser uma deusa, mas estava enganada. Stella, apenas com seus olhos brilhantes em cor púrpura, fitou-a, e, com sua raiz, segurou seu pescoço ao alto de sua cabeça, apenas para lhe dizer poucas palavras.

StellaOnde histórias criam vida. Descubra agora