Stella

Cap 29- Stella Saturnus.

•Stella

Monster: Nunca ia imaginar que vocês precisariam de mim.

Helena: Não seja cínico

      Estávamos andando, Monster puxando seu cavalo e eu ao lado de Helena, que ainda mantinha sua forma de pantera. O frio dava olá, indicando que hoje não seria um daqueles dias agradáveis de sol que eu tanto gosto, e, claramente estava para chover. Segundo o que Helena me disse, vamos demorar torno de dois dias para voltar até a floresta, mas claramente eu não estava tão ansiosa para esse dia chegar, afinal, não é atoa que eu estava andando tão lentamente e estava muito desanimada. Tentei até dar a ideia de desistir do colar 100%, mas Helena decidiu que não, por mais que eu tenha insistido o caminho inteiro. A única coisa que me resta é aceitar.

Monster: Por que diz que sou "cínico"?- Fez aspas com uma das mãos.

Helena: Porque você deu o seu anel para a Stella, sabendo que esse anel tem o poder de saber onde ela está, ou onde ela passou. Justamente por ter sido feito por duendes Amarelos.

Monster: Você é sempre assim?

Helena: Intuitiva?- Sorriu.- Brincadeiras a parte, eu sei de tudo á respeito desses anéis mágicos.

Monster: Percebi.

Stella: Espera, como assim duendes amarelos? Eles existem mesmo?

Helena: Claro que sim, ou melhor, existiam.. o vale deles foi destruído junto com o Olimpo.

Stella: Ouvi que os duendes amarelos eram responsáveis por fazerem as jóias e as armas dos deuses do Olimpo, mas achei que fosse só uma lenda.

Helena: Isso é a mais pura verdade. Quando nascidos, os duendes amarelos eram responsáveis por cuidar das jóias dos deuses do Olimpo, depois, suas armas. Mas as jóias não serviam para nada, até descobrirem que um dos duendes poderia colocar encantamentos em colares e anéis.

Stella: Isso envolve esse anel que Monster me deu?

Helena: Cla...

Monster: Envolve.- Interrompeu.- Dei o anel á você por uma simples razão: Me importo com sua segurança e quando estiver em apuros, eu vou saber.

       Sua resposta fez com que eu e Helena ficássemos em silêncio. Sendo bem sincera, apesar de todos os problemas que eu tive, descobri coisas sobre meu mundo que minhas irmãs nunca me contariam. Tais como o Olimpo e o Vale dos dragões sendo uma coisa real, e também os duendes amarelos, essas coisas, sempre foram ditas á mim como lendas, mas depois de tudo o que eu vi e presenciei, eu sei, e como sei, que essas coisas não são apenas lendas.
        E após ter descoberto sobre os duendes amarelos, eu até pensei na ideia dos anéis da luz e das sombras, juntamente com o colar da tristeza terem sido feitos por um. Mas joguei fora após lembrar que foi um presente dado dos céus para três irmãos, que foram escolhendo e sendo escolhidos de geração em geração até chegar nos dias de hoje. Porém, algo que eu nunca vou entender, é o fato de que, Hina e Hisa são irmãs, então faz sentido elas terem os anéis... mas por que eu? Por que Safira escolheu á mim para ser a dona do colar que uma vez te pertenceu? 
        Me lembrei do que Helena me disse há algumas horas: "Você não desistiu do colar." Talvez uma parte de mim, ainda tenho apego pelo colar, por ter sido um presente dado para mim, por Leonor, minha mãe. Claramente, por isso eu continuo presa ao colar, pois eu ainda não consegui cortar vínculo que eu tinha com ele, e talvez eu nunca vá conseguir. 
      Uma das minhas mãos já estava inteiramente cinza, mesmo assim, continuei ignorando o que estava acontecendo mantendo o foco no caminho de terra que estávamos seguindo, era um campo com poucas árvores e com grama em um tom de verde claro. E como ainda era começo de tarde, o frio deu uma pequena amenizada. 
         Eu devo admitir, com as roupas que eu estava não tinha como não sentir frio. Já que eu vestia as roupas que Íris me deu antes de ir, e não tinha nada nos meus pés, como de costume. Já meio cansada de andar, eu subi em Helena que ainda tinha sua forma de pantera, e me deitei, com o livro em uma mão e arrastando a espada no chão... sentindo uma leve impressão de que já tinha vivido esse momento. Se me dissessem há um mês atrás que eu estaria ficando cinza, que a pantera era uma pessoa, que um cara temido seria meu amigo e que eu estaria indo para uma floresta onde querem o meu pescoço, eu diria: "Estou ansiosa para esse dia chegar." Mas agora, no momento em que tudo está acontecendo, eu simplesmente gostaria de estar tranquila, sentada lendo um bom livro. Quando se tem uma vida chata e repetitiva, seu corpo pede por adrenalina, mas quando essa adrenalina se torna real... é como um pesadelo, e admito que a última coisa que eu gostaria nesse momento, era ter pesadelos até acordada.
        Depois de caminhar por mais ou menos duas horas e meia, nós decidimos parar do lado de uma lagoa. Onde bebemos água e Helena finalmente pode descansar depois de tanto me carregar. Foi naquele momento em que me vi na oportunidade perfeita para me sentar e ler o livro que Helena me deu, e por ser escrito pela minha mãe, isso seria uma emoção sem igual... e talvez uma oportunidade de conhecer ela melhor do que eu esperaria. Depois daquela página, a qual eu vi ainda quando estávamos na casa, havia um papelzinho rasgado, que caiu no chão quando eu virei a folha. E nele estava escrita a seguinte frase: