Prólogo.

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Na sala, a porta da frente se abriu com um estouro. Sunset, Lilith, Luna e eu estávamos escondidas em um armário grande feito de madeira antiga, presente de família.
Uma criança de cinco anos deveria ver, assim, a morte daquela que lhe criou, que lhe disse todos os dias que a amava, com histórias sobre seu mundo e as criaturas que la vivem? A resposta era não.
Luna minha irmã mais velha, tapou meus olhos com suas mãos frias e trêmulas. Pois pela fresta da porta daquele armário, antes que ela me impedisse de ver, eu vi como era o homem que havia se tornado um monstro com seu ato asqueroso e impuro.
Logo em seguida meus olhos foram tampados, mas isso não me impedia de ouvir.
Minha mãe então gritava de dor e implorava por sua vida, pelo seu tom de voz, eu sabia que estava chorando, nada poderia ser feito para salvá-la.
Depois dos furacões, apenas o silêncio dos ventos fracos que estavam passando sob a janela. Meus olhos foram destampados, e a porta do armário foi aberta. Foi o momento em que meu coração partiu em mil pedaços.
Seu rosto não tinha mais o seu lindo e iluminado sorriso, mas sim, seus olhos vazios e não tinha o som de sua respiração que sempre foi ofegante. Eu coloquei a mão em seu braço frio e pálido e minhas lágrimas caíram em cima de seu corpo sujo de sangue, sangue o qual eu jamais desejaria ver derramado.
Eu nunca mais a veria novamente. Mas elas não me deixaram me despedir dela, apenas me trancaram no quarto... talvez essa fosse minha última lembrança do Dia de Chuva vermelha.

StellaOnde histórias criam vida. Descubra agora