Capítulo 7: Sentimentos profundos

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P.o.v Finn

Já havia passado mais ou menos um mês desde que Jack virou meu tutor, e por mais que seja difícil pra ele confessar, Jack ate gostava de mim. Nossa relação já não era só de tutor e aluno, passávamos bastante tempo junto, eu às vezes o dava carona depois do trabalho, nos comíamos juntos na escola com Jaeden e Wyatt e trocavamos mensagem ate tarde.

Jack definitivamente era diferente de todo mundo. Ele sempre esta na defensiva não deixa ninguém o deixasse pra baixo. Por mais às vezes ele fosse muito impulsivo e às vezes critico, ele não deixava de ser gentil, divertido e uma das melhores pessoas que já conheci.

Às vezes eu achava um desperdício ele gostar do Asher. Não que ele fosse um cara babaca, pelo contrario ele é um dos meus melhores amigos. Mas Asher não é alguém que entraria em um relacionamento serio, ele tem um histórico bem grande de traições que todos nós nunca comentamos. Jack merece mais que alguém que so o use.

E às vezes eu penso que já se passou um mês bem rápido, muita coisa mudou e eu fico menos ansioso pro meu repouso acabar a cada dia que passa. Pensando nisso olho pro cacheado sentado na minha cama enquanto corrigia uma lição de física.

- Jack- chamei

-hum?

- quando isso tudo acabar...tipo o meu repouso- fiz uma pausa selecionando minhas palavras- a gente vai continuar sendo amigo né?

- Não eu não vejo a hora de te tirar da minha vida- Jack riu e eu arregalei os olhos- claro que sim bobão, você acertou todas estou orgulhoso- piscou pra mim e eu sorri da ousadia

- Já me sinto pronto para as provas da semana quem vem- digo confiante- é estranho eu não querer que o meu repouso acabe?

- por que não quer- Jack deixou de lado os livros e me olhou prestando mais atenção à conversa

- é que... quando eu jogava, tudo na minha vida girava ao redor disso, e depois do acidente- suspirei- eu tive mais tempo pra mim. Eu me senti meio que

-livre?- Jack completou – Voce fala como se isso fosse um fardo- O moreno acertou bem na mosca-voce tem certeza que quer dedicar a sua vida toda a isso?- "não Jack eu não quero, mas eu não posso desistir disso" eu não ia conseguir dizer a verdade dessa forma, mas também não conseguiria mentir para o cacheado, então so fiquei em silencio e comecei a olha para um retrato no meu criado- mudo. Jack acompanhou meu olhar

- é a sua mãe?- Droga Jack porque voce sempre faz as perguntas certas nas horas erradas?- tudo bem se não quiser responder tudo bem

-ela morreu de câncer quando eu tinha 7- digo de uma só vez depositando toda a minha confiança em Jack, lembrei de parte da minha infância, apenas flashbacks bagunçados, senti um no se formar em minha garganta- ela gostava muito mesmo de basquete...e quando ela se foi

- Finn-

-meu pai ficou... obcecado, ele virou treinador e sempre me fez participar de tudo que tivesse relação com o basquete e eu nunca o desafiei por que eu entendia que estávamos e ainda estamos fazendo isso por ela e... E o Nick nunca foi muito presente, ele foi pra faculdade e me deixou aqui com o meu pai. Ele nunca gostou da ideia de eu seguir algo que não me deixa feliz- senti as lagrimas escorregarem pela minha bochecha

- Finn... - olhei para o cacheado- acho que mãe foi uma pessoa incrível, e se ela foi tanto quanto parece- Jack me abraçou- ela gostaria que você fosse feliz sendo o que te faz feliz, seguir com a sua vida, ser livre...talvez voce deva considerar novas possibilidades- o abracei de volta e deixe as lagrimas caírem.

...

Agora minha cabeça estava no colo de Jack e o mesmo fazia cafune em mim. Nós falávamos sobre Mary Wolfhard e de certa forma eu sentia como se tivesse tirado um peso enorme dos meus ombros já que dessa vez eu não estava guardando tudo pra mim. Eu também pensava com muito mais clareza. Ouvi o toque do telefone de Jack, eu sabia oque era aquilo, o típico alarme que sinalizava que ele deveria voltar pra casa.

-droga- o mesmo sussurrou, ergui minha cabeça do colo dele.

- eu te levo

Estávamos na frente da casa de Jack, destravei o carro para que ele pudesse sair.

- valeu pela carona- disse se virando pra mim- pensa no que eu disse ta bom – Jack aproximou seu rosto do meu, senti sua respiração de leve em meu rosto, por um momento pensei que ele beijaria minha boca, mas o mesmo juntou os lábios levemente em minha bochecha e se afastou rapidamente - boa noite

Jack saiu do carro eu senti meu rosto esquentar, meu coração acelerou e eu deitei minha cabeça no volante.
"O que foi isso ?"

...

Nesse momento estou no porão da minha casa, o lugar era mal iluminado e eu não sabia exatamente o que eu procurava, mexi em umas caixas da minha mãe, roupas, cartas, CDs, tudo me trazia certa nostalgia da infância.

Abri uma caixa com um tamanho consideravelmente maior se comparado com as outras nela havia um violão envolvido por muita espuma. Olhei bem para o mesmo completamente apaixonado por aquilo, eu sabia bem pouco de violão, pois Nick havia me ensinado. Mesmo assim usei esse pouco conhecimento para trocar as cordas e tocar uma musica aleatória que meu irmão havia me ensinado.

Me lembro da época que Nick morava aqui. Era sempre legal quando ele me ajudava a fingir que estava doente pra faltar aos treinos e passávamos a manha inteira jogando conversa fora e tocando.

"talvez voce deva considerar novas possibilidades" Ouvi a voz de Jack dizer  em meu subconsciente.

Engoli em seco juntando toda a minha coragem para ir ate a sala.

-Pai... - o chamei

"Talvez esse tenha sido o erro de hoje"

★︎𝐃𝐨𝐧𝐞 𝐃𝐞𝐚𝐥★︎ 𝑭𝒂𝒄𝒌Onde histórias criam vida. Descubra agora