Capítulo 6

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Chegamos em Paraty no início da tarde. Lena tomou frente de tudo e optimizou nosso tempo, nos fazendo focar no que era realmente necessário fazer naquele momento. Fomos a um supermercado e compramos algumas coisas para comer, mas não muito pois teríamos de carregar tudo pelas trilhas que levavam à cachoeira. Lena havia levado comida, algumas saladas estranhas com triguilho e alguns condimentos que ninguém conhecia o nome, ela compartilhou a comida e deixou um pouco para comermos a noite, e disse que quando acabasse a gente poderia se empanturrar com os industrializados que compramos no supermercado.

Almoçamos sentados no capô do carro estacionado na praça no centro histórico da cidade e depois seguimos em direção à Praia do Sono, nosso primeiro ponto de camping.

Deixamos o carro estacionado em uma fazenda onde terminava a estrada e separamos o que era de extremamente essencial para levar conosco, como sempre acontecia Jonas e Augusto levavam coisas em excesso, então tivemos de parar por um bom tempo e tentar convencê-los do que era ou não realmente necessário. Concluímos três barracas eram mais do necessárias, não tinha necessidade de levar uma para cada um, desde que não se importassem de dividir, ao que Lena foi a primeira a dizer que não tinha problemas em dividir se fosse com Geff. Enrolamos bem os sacos de dormir e colocamos em cada bolsa uma garrafa de água extra. Ali mesmo nos trocamos e deixamos os chinelos e sapatos dentro do carro, dali em diante seguiríamos, quando não descalços, de botas. Geff por ser o mais forte levou a mochila mais pesada, enquanto Lena levava só a comida e a água. Por fim o peso foi bem distribuído e ninguém se sentiu sobrecarregado e nem reclamou muito durante a trilha que dava para a praia. Antes de sairmos programamos com um morador local de nos apanhar de barco na terça-feira para nos levar até Ponta Negra, de onde seguiríamos em direção a cachoeira. Ele iria aparecer pela manhã como combinado.

A trilha era uma trilha até fácil, de mais ou menos três quilômetros com poucos acidentes no percurso, não demoramos muito e quando estávamos chegando perto dava para ouvir o som do mar cada vez mais perto.

Não era alta temporada, a semana santa costumava ser um feriado de família então as pessoas não tinham muito o hábito de viajar para campings naquela época do ano. Ficamos felizes quando chegamos à praia e a encontramos deserta, completamente vazia.

O mar estava calmo, o vento soprava fresco e o gosto salgado invadia a boca. Eu só tive tempo de ouvir as mochilas caindo na areia antes de ver todos os quatro saindo correndo e arrancando as botas indo se jogar no mar.

— Vocês vão ter que dormir com sal no corpo — eu gritei quando eles finalmente chegaram na água.

Enquanto eles se afundavam no mar calmo eu fiquei sentado na areia, bebi água e roubei um dos cigarros de Geff. O lugar era lindo e calmo, pacífico como o oceano que se estendia no horizonte, o silêncio era entrecortado apenas pelos gritos deles no mar, de longe pareciam crianças brincando na água.

Juntos montamos as barracas antes do por do sol, Geff trouxera lanternas recarregadas com placas de energia solar e espalhou-as pela areia, meia-dúzia delas perto de cada barraca, enquanto Jonas armava o pequeno fogareiro para que Lena pudesse esquentar algo para comermos.

Naquele dia Augusto estava quieto, um tanto quanto soturno ele ficou a maior parte do tempo calado, sem reclamar o tempo todo das coisas ou fazer piadas aleatórias como sempre fazia.

Quando anoiteceu Ficamos sentados conversando trivialidades e jogando cartas, Augusto foi dormir e continuamos jogando em duplas, eu e Lena, Geff e Jonas. Já era quase meia-noite quando Geff acendeu outro cigarro de maconha, nós quatro fumamos e ficamos olhando para o céu jogados na areia, a noite era fresca e silenciosa e o céu era limpo e iluminado, totalmente diferente de como era na cidade.

VOLITARE | (Romance Fantasia Gay) | COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora