Capítulo 26

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Quando caímos no terraço do prédio onde Diana havia nos levado naquela primeira noite de bebedeira mal tivemos tempo de nos levantar e ouvimos um disparo. O barulho foi desesperador, estávamos alertas desde que saímos do farol e pousar recebendo tiros não era um bom sinal.

A bala ricocheteara em uma barra de ferro no parapeito do terraço e silenciara depois de soltar faísca, foi apenas um tiro, não houve outro, nós nos dispersamos e corremos para as extremidades do terraço aberto tentando nos proteger instintivamente.

Eu pensei que aquele provavelmente seria o lugar mais próximo para onde Diana correria se precisasse se esconder, era um lugar particular que ela havia compartilhado com Geff e eu em uma noite de bebedeira, eu supunha que não fazia parte do sistema de entreposto da comunidade, uma vez que o prédio jazia abandonado.

Quando chegamos tivemos a certeza de que havia alguém ali armado, mas não sabíamos quem, nem quantos. O tiro havia saído do alto da escada que dava acesso ao terraço, mas o telhado estreito do alpendre escondia na escuridão quem quer que fosse.

Rafael fez sinal para que eu me abaixasse e ficasse parado, ele começou a andar agachado em passos lentos e silenciosos na direção do alpendre com a arma engatilhada em mãos. Olhei para Geff e ele estava com a mão no cós da calça, preparado para sacar a arma e atirar também.

Lá fora a cidade seguia em um ritmo normal, os barulhos da noite eram os mesmos e não parecia que havia uma guerra sendo declarada, os carros buzinavam e todas as luzes da cidade estavam acesas.

Quando Rafael estava quase chegando ao alpendre no meio do terraço eu ouvi o segundo disparo na direção de Rafael. Mas o tiro não o acertara, quem quer que tivesse atirando — e eu queria acreditar que fosse Diana, — não tinha uma mira certeira ou treinamento para atirar no escuro.

Eu ouvi o clique da arma engatilhada para um terceiro clique que não chegou a ser disparado.

— Diana? — Rafael perguntou quando chegou perto o bastante dela.

— Graças a Deus — ela respondeu saindo do alpendre e correndo na direção dele. — Rafael!

Quando vi que era Diana tornei a respirar aliviado.

— O que aconteceu, Rafael? — Diana perguntou o abraçando com voz de choro. — Como você me achou?

Ela não havia conseguido ir longe, enquanto ela se recompunha eu vi a ferida no antebraço e o sangue na roupa, ela havia sido baleada, o tiro atravessara a carne a bala saiu pelo outro lado. Diana se escondeu ali assim que conseguiu sair do sobrado e fez um torniquete improvisado com um pedaço da saia do vestido azul que usava e com outro pedaço improvisou uma atadura, não havia sido muito grave, mas ela preferira não arriscar sair dali e ser encontrada.

— Onde está Robson? — Rafael perguntou esperançoso.

— Ele não conseguiu fugir — ela respondeu em tom de pesar. — Ele caiu da sacada, acertaram ele.

— Nós precisamos sair daqui — Rafael disse levando-a na nossa direção. Quando me viu ela correu e me deu um abraço aliviada perguntando se estávamos bem. — Foi um ataque coordenado, Diana — Rafael explicou. — Gradativamente eles tomaram todos os entrepostos da cidade, no fim do dia levaram Justus, e ainda devem estar terminando de limpar as casas e os apartamentos.

— Mas por que? — Diana perguntou incrédula. — Nós não fizemos nada de errado, ninguém se expôs, eles não tinham como nos encontrar, nem como tomar todos os entrepostos.

— Mas eles tomaram — Rafael respondeu também sem saber o porque.

— O que a gente faz agora? — Ela perguntou começando a ficar preocupada. — Para onde a gente vai?

VOLITARE | (Romance Fantasia Gay) | COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora