Capítulo 12

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Acordei com Lena chamando Geff, era cedo e tudo o que acontecera na noite anterior se parecia com mais um dos meus sonhos estranhos. Acreditei que fosse, mas as guimbas de cigarro ainda estavam nos meus bolsos e eu me lembrava de ter saído para fumar na beira do rio.

Não falei nada com ninguém, era sete e cinquenta e dois da manhã, eu não sonhara com nada, nem com o homem no rio nem com qualquer outra coisa.

Me levantei logo depois de Geff e me sentei na toalha no chão perto do fogareiro onde Lena tinha deixado o café pronto. Mas eles não estavam lá, nem Lena, nem Geff, nem Jonas, nem Augusto, eu estava sozinho e as barracas todas vazias. Achei estranho, mas não tive coragem de sair para procurá-los, talvez tivessem ido à cidade, saído nos minutos que demorei para sair da barraca.

Eu peguei meu celular e coloquei os fones de ouvido enquanto bebia café, já terminava a segunda caneca quando Geff apareceu, saiu do hostel e veio andando na minha direção com as mãos nos bolsos. Ele estava sério e parecia preocupado, ainda parecia com sono, mas a ruga de preocupação na testa o condenava.

— Aconteceu alguma coisa? — Perguntei quando ele chegou perto.

Sim, havia acontecido algo.

— Bom dia para você também — ele falou em tom de ironia tentando amenizar o clima, mas eu já percebia que tinha algo errado, não adiantara em nada.

— Bom dia — eu respondi. — Já tomou café?

— Não tive tempo ainda — ele respondeu se sentando e servindo uma caneca com café para si.

— Por que? — Perguntei.

— A policia ligou para Lena logo cedo — ele respondeu não escondendo a preocupação.

— Eles estão aqui? — Perguntei, então Geff apontou o estacionamento onde havíamos deixado nosso carro e eu vi duas viaturas parada ao lado do nosso carro.

— Vieram perguntar o que vimos exatamente — Geff esclareceu. — Jonas como sempre ficou irritado, mas está lá conversando com eles, e Lena e Augusto. Eu vim te buscar.

Lembrei do que o homem havia dito no rio na noite anterior, sobre a policia aparecer logo cedo. Fiquei preocupado, eu queria acreditar que havia sido só um sonho, ou até mesmo que eu tivesse enlouquecendo como sugeriam, mas eu não conseguia deixar de me preocupar com o que ele dissera e com a veemência com que ele mandara eu ir embora.

— Tá tudo bem? — Geff me perguntou vendo como eu segurava a xícara de café com força e como minhas mãos tremiam.

— Sim — eu respondi. — Acho que bebi café demais.

— Não precisa ir agora — Geff disse quando eu fiz menção de me levantar. — Termina o café, eles ainda estão conversando com Jonas.

— Estão conversando sozinhos, um por ver? Por que?

— Eu não sei. Parece que o acidente foi sério.

— Eu não estou gostando nada disso — eu comentei.

— Nenhum de nós está — Geff respondeu. — Você está bem?

— Sim, por que a pergunta?

— Nada é só que... — ele hesitou, mas eu fiquei olhando para ele esperando ele falar. — Eu conversei um pouco com Lena anteontem, ela pareceu preocupada com você.

— Não deveria, está tudo bem — eu disse um tanto contrariado, mas já sabia que Lena e Geff haviam conversado sobre mim, ela havia me dito, e eu confiava em Lena.

— Aconteceu alguma coisa, não aconteceu? — Geff perguntou sério. — Eu te conheço, Gui. Aconteceu alguma coisa que você não quer, ou não pode, nos contar. Não é?

VOLITARE | (Romance Fantasia Gay) | COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora