🍰 Você Precisa de Um Milagre

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Na casa de Yoongi, Taehyung entrou acompanhado no quarto menor e sorriu para as fotos do irmão dele.

De fato, o pequeno garoto era extremamente parecido com Yoongi, mas os olhos felinos vívidos tinham o brilho das crianças que não há mais no irmão mais velho.

As histórias eram hilárias, Yoongi contava cada uma delas com riqueza de detalhes que só pode se conseguir quando a saudade é maior que si mesmo. O menino tinha o mesmo sorriso gengival de Yoongi e o mostrava lindamente numa foto no Jardim da casa, enquanto estava sujo de terra e jogava um punhado dela no irmão.

- Adorável, Yoonie.

Yoongi estalou a língua no céu da boca, fingindo estar contrariado.

- Nah, o punk me sujou inteiro nesse dia.

Taehyung o acompanhou num riso breve e descobriu que Yoonjae era o nome do menino travesso e sorridente, e que ele era a única razão de Yoongi comparecer mais nas fotos, já que este era sempre acordado por ele.

É claro que era muito triste, vez ou outra Taehyung limpava uma lágrima às escondidas, inconformado por não conhecer Yoonjae, por não vê-lo brincando de um lado ao outro. Amargou em silêncio todos os dias que foi ranzinza, que não se propôs a agradecer pelo dom da vida, agora que conhecia uma criança que não teve as mesmas chances que ele tem. Por isso, Taehyung se prometia viver de maneira mais grata e feliz por Yoonjae, que não teve chances de fazer exatamente o mesmo, de viver mais. Ele também queria que Yoongi soubesse que podia ser feliz, mas aquilo levava algum tempo e muito respeito pela dor do luto.

Sua mão foi puxada para o quarto dos pais de Yoongi, que ia na frente e resmungava da escuridão. Agora ele dizia que queria poder ter mais luz naquela casa, e Taehyung anotava tudo mentalmente, obviamente.

O quarto dos pais de Yoongi trouxe boas surpresas, já que tinha álbuns de fotos da família e os desenhos que a mãe dele fazia. E eles eram muito bonitos, Taehyung pensou. Da segunda gaveta da cômoda próximo à janela fechada por grossas cortinas, uma grande pasta com partituras foi tirada e Yoongi explicou que a mãe era professora de piano, que ele aprendeu tudo com ela.

- Me lembro de ver um piano na sua sala de vidro. - Taehyung se atentou para o lindo instrumento. - Eu adoraria te ouvir tocar.

Yoongi engoliu em seco, os olhos cresceram na direção da porta.

- Tem muito tempo que eu não faço isso.

- Quanto tempo?

- Ah, um ano e seis meses. - Guardou a pasta na gaveta e tentou afastar o clima ruim. - Eu devo estar péssimo nisso.

- Não acredito. - Foi até ele, segurou a mão e a trouxe para os seus lábios, deixava um beijo casto ali. - E não tem problema se você errar, eu vou esperar ansioso por esse dia mesmo assim.

A euforia voltou a tocar o coração de Yoongi e ele deixou escapar um riso breve e soprado, ao mesmo tempo que inclinou a cabeça de lado e admirou Taehyung, que deixava um caminho de beijos por seu braço, até sentir aqueles lábios sobre os seus com leveza e amor.

- Yoongi. - Uma das mãos subiu para deslizar o polegar na bochecha dele, que retribuiu o beijo breve nos lábios vermelhos. - Meu Yoonie se lembra daquelas loucuras que eu pedi pra listar?

As sobrancelhas de Yoongi subiram de tanta surpresa, os cílios desceram e subiram no piscar lento, ele estava entorpecido por aqueles lábios tocando os seus entreabertos e desejava por mais.

- Sim, eu me lembro, Taehy. - As mãos em seu maxilar deixavam carinhos e Yoongi amava aquilo.

Taehyung beijou a ponta do nariz pequeno e sorriu para o namorado de olhos fechados, entregue aos seus cuidados. Pouco tempo bastou para ele perceber o quanto Yoongi ansiava por seus toques, que era muito diferente de quando mal o conhecia e ouvia que não deveria tocá-lo.

Candy Idol Jikook Taegi (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora