Capítulo 3

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• P.O.V. Chris:

Após algum tempo, alguns médicos e a Julie entram no quarto. É hora de eu ir. Me afasto da Mel, indo em direção à porta, e sinto a mesma segurar minha mão.

─ O que foi? ─ questiono, a vendo segurar mais forte. ─ Você não quer que eu vá?

Ela nega. Mas por quê...?

─ Olá, Melissa. ─ uma mulher de terno se aproxima dela. ─ Eu sou a Dra. Anna, sou psiquiatra. Os policiais estão lá fora. Tudo bem se eles entrarem e te fizerem algumas perguntas?

Olha para mim, como se estivesse esperando por respostas. Afirmo, para que ceda ao pedido da moça. Logo, volta sua atenção para a mulher e concorda.

─ Entrem, por favor. ─ pede, fazendo com que três policiais entrem na sala.

─ Qualquer informação que nos der, pode ser útil. Estamos aqui para te ajudar, está bem?

─ Se lembra do nome das pessoas que estavam lá? ─ um deles pergunta, puxando um pequeno pedaço de papel e uma caneta.

Olha novamente para mim. Será que a não consegue responder sozinha?

─ Está tudo bem, você pode dizer pra eles.

─ Não eram nomes. Eram letras: B., E., J., e W.

─ Sabe onde você estava? Era uma casa? Um apartamento?

─ Era uma casa.

─ Sabe se há alguma entrada perto da casa? Conseguia ouvir carros?

─ Eles não me deixavam sair. ─ exprime, começando a brotar lágrimas em seus olhos.

─ Melissa, podemos parar, se precisar. É só avisar. ─ diz a psiquiatra.

─ Acho que é melhor pararmos. ─ falo, sentindo-a diminuir a pressão de sua mão.

─ Tudo bem. ─ volta a afirmar. ─ Podemos falar com vocês, lá fora?

Saímos todos da sala, exceto pela Julie.

─ Por que não chamaram a mim, assim que a encontraram? ─ questiono, aos médicos.

─ Ahm, ela não iria conseguir falar nada, então achamos melhor mandá-la para casa, por uns dias.

─ Isso é um protocolo. Não fizeram isso, e agora a paciente criou um outro vínculo com ele.

─ Comigo? ─ pergunto.

─ Ela passou os últimos 3 anos em pouco ou nenhum controle sobre sua vida. Nosso trabalho e mudar esse padrão, fazendo com que saiba que está no controle aqui. O que ela quiser, terá. Incluindo você. Esse vínculo não era para ter sido criado, mas, agora que foi, não pode ser desfeito. Se ela quiser que fique, você tem que ficar. ─ quanta coisa.

─ Quer dizer que dependerá de mim, para ajudá-la?

─ Não completamente. Estaremos aqui. Mas, na maioria, sim.

Acho que me ferrei um pouco.

P.O.V. Melissa:

O hospital é perto relativamente da minha casa, então meu pai e minha mãe revezam em cuidar de mim.

Já são 8:32. Eu sei a hora, pois tem um relógio bem na minha frente encostado na parede. Nem estou com sono, para ser sincera. Já passei tantos dias acordada naquele inferno.

Não compreendo o que aconteceu direito. Foi tudo muito rápido e eu nem consegui falar ainda.

Passei a noite pensando em tudo que vivi naquela casa, foi tudo tão... Não sei explicar. Acho que a pior coisa foi ficar sozinha todo esse tempo. Porém, agora que voltei para casa, é como se não tivesse. Mas eu confesso: o que me fez não enlouquecer completamente lá, foi as lembranças daqui.

Talking To The Moon [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora