Capítulo 11

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•P.O.V. Chris:

─ Deixe-me vê-la. ─ Julie rapidamente muda sua expressão para preocupação. Se aproxima de sua filha e põe a mão sobre sua testa. Me levanto e ando para trás, a fim de dar espaço. ─ Está bem quente mesmo. Eu vou pegar o termômetro.

Ela diz se reerguendo e indo em direção ao seu quarto.

─ Mel, eu estou muito preocupado com você. ─ volto a ficar abaixado, à sua frente.

─ Desculpe...

Sei que ela odeia trazer problemas. Mas não tem nada que possamos fazer. Pessoas adoecem.

─ Não, não. Você não tem culpa de nada.

Ela permanece em silêncio. Acaricio seu cabelo, até que Julie chega até nós.

─ Peguei. Mel, sente-se. ─ diz balançando o termômetro.

Ela se ergue, sentando no sofá. Seu rosto está com uma expressão de desânimo e seus movimentos são lentos. Odeio vê-la assim. Julie põe o aparelho na filha, e esperamos uns minutos para verificar a temperatura.

E, nesses poucos minutos, é tempo o suficiente para me aventurar em pensamentos de medo. Ainda é tudo tão estranho. Vai que fizeram algo com ela, e seu corpo está reagindo agora?

─ 39°! ─ Julie diz ao tirá-lo. Estava tão distraído, que nem ouvi o barulho do aparelho apitando.

─ Alguma coisa está acontecendo com ela. ─ é meio óbvio que está, mas não foi isso que quis dizer. ─ Eu digo: algo sério.

É normal ter febre. Mas, na condição dela, é estranho. Os médicos não identificaram nada demais. Algo que pudesse fazê-la chegar a esse ponto.

─ Calma, você já levou ela no médico.

Era para ser ao contrário, mas é Julie quem tenta me consolar. Às vezes ninguém nem sabe quem é mais preocupado com a Melissa. Eu, ou os próprios pais dela. Afinal, quando eu digo que não vivo sem ela, é completamente verdade.

Julie dá um remédio para ela e pediu para que fosse tomar banho.

Caiu a noite. É um ótimo momento para ver as estrelas, mas infelizmente não podemos sair agora. Estou sentado no sofá com a Melissa. Ela está deitada no meu colo.

Acho que está pensando o mesmo que eu.

─ Mel. ─ chamo, e a mesma olha para mim. ─ Já que não podemos ir lá fora, a gente pode vê-las pela sua janela?

Ela abre um pequeno sorriso e se levanta. Acho que isso é um sim. Faço o mesmo e subimos a escada.

Abri sua janela e me sentei no chão, próximo a mesma. A Mel pegou um cobertor sobre a cama, e o colocou em seu ombro. Após, se sentou ao meu lado.

Ambos sabemos que sentimos falta disso. Finalmente, depois de três anos, cá estamos nós: observando o Universo. Temos muitas coisas e tradições de melhores amigos. Mas nada ─ literalmente nada. Nenhuma sequer chega perto! ─ é tão importante quanto essa.

A única coisa que amamos mais que as estrelas, é o outro. Pelo menos para mim, ainda. Por isso minha preocupação de ela não voltar a confiar em mim. Não sei se saberia viver sem isso.

Ela deita sua cabeça em meu ombro, e a abraço de lado, passando meu braço por suas costas. Qualquer um nos chamaria de irmãos, ou até mesmo namorados ─ por mais que, às vezes, não soubesse se, no fundo, queria que fossemos mesmo ou não. ─, mas, de qualquer forma, é complicado explicar o que temos. É uma definição além de melhores amigos.

Talking To The Moon [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora