Capítulo 4

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•P.O.V. Chris:

Alguns enfermeiros entram rapidamente no quarto e se aglomeram ao redor da Melissa.

─ Por favor, peço que saia da sala.

Diz para mim e obedeço, ainda em choque. Vejo a porta do local ser fechada à minha frente. Graças ao vidro que continha o local, consigo ver o que acontece lá dentro.

─ Chris, o que está acontecendo?! ─ o pai dela chega, desesperadamente, ao meu lado, e questiona o meu descontrole.

─ A Mel… convulsionou. ─ digo e engulo seco.

Vejo o Jim entrar em pânico e, então, o retiro de lá, a fim de ajudá-lo.

─ Calma, Jim. Desespero não ajuda. Ela vai ficar bem. Calma, por favor.

Ele se senta em uma cadeira e põe as mãos no rosto com os cotovelos nos joelhos. Eu, nervoso, ando de um lado a outro.

Após alguns minutos, os enfermeiros saem do quarto e um deles se encaminha até eu e o Jim.

Decidimos não ligar para a Julie, ela poderia se desesperar à toa. 

─ Ela teve uma infecção bacteriana, que a fez convulsionar. Nós já a sedamos e agora ela está somente dormindo. Está tudo bem, não se preocupem. Só precisará tomar uns remédios.

Respiramos aliviados e agradecemos ao homem. Após isso, volto ao quarto dela.

Eu me sento na poltrona admirando a Melissa. Ainda é difícil de acreditar que ela está aqui, bem na minha frente.

•P.O.V. Melissa:

Você não serve para nada! Mas será possível que ninguém consegue curar meu irmão?!

Eu só estou fraca. Como se eu fosse virar pó, a qualquer momento.

Diversas cenas piscam na minha mente. Até que me sinto afogar. Não consigo respirar. Como se me encontrasse no fundo do mar.

Me sento na cama de hospital e ponho as mãos no rosto. Respiro fundo, e as retiro.

Olho para o lado, vendo Chris se levantar devagar e vir lentamente para perto de mim.

─ Você só dormiu uma hora.

Limpo uma lágrima involuntária, que escorria pela minha bochecha rapidamente.

─ Eu queria poder te abraçar. Você não tem ideia do quanto. Mas vou te respeitar. Estou aqui pra quando precisar, ok?

Uma médica entra, e se aproxima de mim.

─ Então..., você poderia sair amanhã, mas, após o problema de hoje, nós decidimos manter você aqui por mais dois dias, até termos certeza que está completamente saudável. 

Essa notícia me entristece. Quero sair daqui logo. Quero ir para as montanhas, ficar sozinha por umas horas, quero voltar a respirar ar livre. Não aguento mais ficar presa. Viro meu olhar para baixo.

─ Eu sei que deve estar cansada de ficar presa por tanto tempo, mas é só mais dois dias. É para o seu bem, Melissa. 

Encolho os ombros e ela da um sorriso fechado, depois sai do cômodo.

(...)

Já está de manhã e não dormi de novo. Passa das nove da manhã e a médica também entra no quarto.

─ Vamos tirar o soro, Melissa?

Eu não sabia disso. Vão tirar o soro? Olho para o Chris, que também parecia surpreso com a notícia, e o mesmo sorri.

A mulher, cuidadosamente, retira a agulha do meu braço e pede para eu segurar um algodão no local. A obedeço. Ela retira a bolsa de soro do carrinho de suporte e leva para fora da sala, saindo também.

─ É um avanço. Daqui a pouco você sai daqui. ─ fala na tentativa de me animar.

Encolho a perna e abraço minhas pernas com os braços. Saí do soro pelo menos.

(...)

Agora está de noite. Pediram para eu levantar e andar pelo hospital, mas não quis. Eu quero andar sozinha em algum lugar, mas não aqui.

Quero voltar às montanhas.
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Próximo capítulo no domingo

Talking To The Moon [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora