Capítulo 25

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•P.O.V. Chris:

•Flashbacks on - 14 anos atrás:

Me chamaram na casa da Melissa. Minha mãe está triste o dia todo, eu não tenho ideia do que aconteceu.

- Oi? Posso entrar? - Digo abrindo a porta da casa deles e os vendo sentados no sofá.

- Oi, Neno. Entre. - Julie, desde então, me chama assim.

- O que aconteceu, tia? - Passo pela porta e a fecho, indo até eles.

- Sente aqui, filho. - Jim me põe no colo dele, no sofá.

- O que aconteceu, mãe? - A Mel também está aqui na sala.

- Melissa, leve a Tina para o seu quarto. - Julie ordena, mas ela não vai.

- Mãe, o que houve? - Sinceramente, no lugar dela, eu também ficaria curioso para saber.

- Faça o que sua mãe te pediu, Mel. - Jim pede, mais uma vez.

- Está bem, está bem... - Ela pega a irmãzinha no colo e leva para o andar de cima.

- Por que minha mãe está triste? - Isso é o que eu mais quero saber. Me preocupo com ela.

- Chris, você sabe que a gente sempre te considerou da família, certo? - Eba, o Jim me considera filho dele! Sou praticamente irmão da Mel, não sou?

- Eu também, tio. Já que meu pai nunca tem tempo. - Nunca mesmo...

- A gente nunca quis substituir seus pais, Chris. Bom, o seu pai foi trabalhar, não foi? - Até onde eu sei, sim, tia Julie.

- É, como sempre. - Ele passa mais tempo no trabalho, que conosco, em casa. Às vezes, eu acho que ele ama mais aquele lugar, que eu.

- A sua mãe não conseguiu te contar e pediu para a gente fazer te dizer. - As palavras do Jim me deixam preocupado.

- Contar o quê? - Alguém, por favor, me explique o que está acontecendo?

- O seu pai..., Chris... virou uma estrela. - Isso quer dizer que ele foi para o céu?

- Ele...? Ele está bem..., não está? - Essa foram as únicas coisas que consegui pronunciar. Acho que foi uma mistura de inocência e não aceitação daquilo que, no fundo, sei que aconteceu.

- O seu pai não está mais entre nós, filho. - Jim usa palavras mais claras. Meu pai... morreu...? Ainda sim, com a confirmação, não quero aceitar que isso aconteceu, de fato. Mas é inevitável. Não tenho mais desculpas. Desço do colo dele e subo as escadas para ir ao quarto da Melissa.

- O que foi? - Ela pergunta ao me ver chegar com esse rosto. Um rosto de uma criança inocente que não consegue, ou não quer compreender o que acabara de acontecer. Um rosto de alguém que se culpa por tê-lo julgado, e de não ter passado mais tempo com ele. Um rosto de medo do que virá.

- É o meu pai. - Tinha tanto para dizê-la. Mas é tão, mas tão difícil.

- Clis! - Kristina vem até mim e abraça minha perna. Ela sempre faz isso. Ela me chama como a Mel me chamava quando era menor. Acho que nenhuma criancinha consegue pronunciar meu nome do jeito certo.

- Oi, Tina. -Tiro ela do chão e a pego nos braços.

- Você está tliste? - Não quero trazer esse novo mundo amargo, que estou experimentando, à ela, agora. Ela é nova demais.

- Um pouco, Tina - Não sei se essas são as palavras certas. Mas e nunca esteve tão presente mesmo. Só que... ainda é o meu pai.

- Venha, Tina. Vamos brincar na sala. Eu sinto muito por você, pirralho. - Jessica leva sua irmã para a sala. Acho que ela sabe o que aconteceu.

Talking To The Moon [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora