Capítulo 27

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•P.O.V. Melissa:

Eles me mandaram andar com tubo respiratório, por agora. Parece que o meu quadro agravou novamente.

O Chris não veio hoje comigo, ele teve que trabalhar. Mas acabei de receber uma mensagem dele.

-mensagens-

- Melissa Marie Benoist, onde você está? - Ele quer saber se estou no hospital fazendo o tratamento. Sempre que ele não está presente, me manda mensagens para ter certeza que eu vim.

Se acalme, já estou aqui -

- Que bom. Só queria saber mesmo, agora eu preciso ir. Te amo. - Já estou com saudades dele. Que raiva.

Hm. Está bem, então... -

- Tchau, Mel. Vou encontrar com a Anne. - Era só essa que me faltava.

Como...? -

- Estou brincando, Vida. - Argh. Por que ele me dá esses apelidos? Assim, eu não consigo ficar com raiva.

Já estava indo aí, para te dar um toco -

- Você me dá medo, às vezes. Agora eu preciso ir mesmo, Mel. Te amo. Me ligue, se precisar.

-mensagens-

Vou andando pelos corredores, levando o carrinho suporte comigo. Quase todos já me conhecem por aqui. Eu ainda não voltei para falar com os meus pais. Talvez, quando eu sair daqui, faça isso. Não sei.

- Oi, Mel! - Uma menina me chama e eu olho para baixo para vê-la.

- Stella? - O que será que ela faz aqui?

- Sim! Você lembra de mim?!

- Claro que lembro. O que você está fazendo aqui?

- Ah, eu tenho uma coisa. Sempre esqueço o nome. Se chama: insu... insufi... - Acho que sei.

- "Insuficiência", o quê?

- Isso! Insuficiência.... relal, eu acho.

- Renal. Ah, entendi. Mas você vai ficar boa, está bem?

- Minha mamãe também fala isso.

- Você está falando, Melissa? - Uma médica chega ao nosso lado.

- É... digamos que eu gritei logo de cara com alguém.

- Entendi. Que bom, então. Ei, Stella. Está na hora da sua consulta diária, não?

- Agora? - Ela pergunta meio desanimada.

- Você quer esperar mais? Quanto mais rápidos fizermos, mais rápido você ficará boa para sair daqui.

- Verdade. Está bem, então! Tchau, Memel! - "Memel", me lembrou alguém. Ela balança a mão, se despedindo de mim, enquanto é levada pela médica.

Abro uma porta que nunca sequer havia percebido a existência. Uau. São várias crianças, sentadas em forma de roda, com uma mulher contando uma história.

- Olá! Pode entrar. - Ela fala ao me ver.

- Ah. Não, obrigada. Só estou observando.

- Pode ficar, se quiser.

Uma menina, também com câncer - Eu acho, pois ela está sem os cabelos e usando uma toca. - Vem até mim e abraça minha perna. Eu sorrio para a garota e pego na sua mão.

Talking To The Moon [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora