Capítulo 19

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P.O.V. Chris:

─ Vamos, por favor ─ Melissa é tão difícil de ser convencida.

─ Não quero, Chris.

─ Deixe de ser preguiçosa.

─ Não vai adiantar eu ir.

─ Vai sim. E provavelmente lá vai ter sorvete de chocolate. ─ isso sempre funciona.

─ Jogou baixo, Christopher! Baixíssimo!

─ A gente pode ir, agora?

─ Eu te odeio.

(...)

Um amigo da minha mãe a convidou para uma festa. Ele já conhece a Melissa, porque todo lugar que eu vou, ela vai também. E vice-versa.

─ Veja se está bom. ─ digo, parando de frente para o meu celular, o qual está em chamada de vídeo com o Martin.

Se a Melissa olhar para isso, e não gostar de você, eu largo minha namorada e fico com você.

─ Você sabe que ela não gosta.

E você?

─ Sim. Não. Não sei. Nem estou entendendo mais nada... de nada.

O quê? ─ acho que falei demais.

─ Me ignore. Eu não falo nada de útil. Estou indo, Martin. Até mais.

Tchau. E eu espero minhas dez pratas.

─ Tchau. Martin.

Desligo a chamada e vou chamar a Melissa, enquanto minha mãe termina de se arrumar.

─ Lá vou eu esperar mais um século. ─ digo de frente para sua porta.

─ Vamos! ─ ela abre a sua porta, sai e a fecha.

─ Você soube se arrumar, é um milagre.

─ O Martin me ajudou.

─ Está explicado. Você não tem essa capacidade.

─ Grossa. E você está bonita.

─ Eu estou sempre bonita. ─ diz jogando seu cabelo para trás.

─ Convencida. Agora, vamos.

(...)

Eu confesso que a trouxe para cá com o intuito de fazê-la se divertir. Afinal, por mais que eu não queira acreditar, ela tem câncer. Já está difícil para a Melissa andar e, às vezes, temos que parar por um tempo.

─ Sabe que a gente vai fazer isso, não é? ─ sempre a levo para um mal caminho.

Ela nega e eu afirmo várias vezes seguidas, puxando-a em direção a cozinha da festa.

Nos escondemos atrás de uma parede. Toda vez que o homem põe algo sobre a bandeja, que está preparando para servir, eu levanto pego e sento novamente, me escondendo. Nós já fizemos isso tantas vezes, mas cada uma é uma aventura.

─ A gente já tem 21 anos. ─ diz sussurrando.

─ Qual o problema? Vale se arriscar por comida com qualquer idade.

─ Retardado.

─ Eu sei... Mel, tem sorvete ali. ─ afirmo, depois de olhar para uma geladeira com porta de vidro.

─ Chocolate? ─ como sempre...

─ Deve ter.  ─ me levanto e olho com cuidado para o local onde supostamente estaria o homem. ─ Ele foi levar a bandeja. Vamos.

Talking To The Moon [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora