Capítulo 38

186 36 32
                                    

•P.O.V. Chris:

Eles não podem achá-la. Não sei se vou ser capaz de conseguir impedí-los, caso a encontrem.

- Onde está a garota?! - É claro que eu não vou dizer.

- Que "garota"? - Fingir saber de nada, é sempre a melhor saída.

- Não se faça de desentendido! A garota! - Um deles anda pelo quarto, a procurando. Não consigo tirar os olhos do guarda-roupa. Vou acabar a entregando, sem querer.

- Aqui mora eu e a minha mãe! Não sei que garota você está falando!

- Nada aqui no quarto, chefe. - Ufa...

- Como não? Você nos trouxe para cá! - Observo a discussão dos dois.

- Sim, eu tenho certeza que a localização indica aqui!

- Deixe que eu mesmo procuro. - Não, não, não, não!

- Por favor, não há nenhuma garota aqui!

- Se você não estivesse a escondendo, não estaria em desespero. - Que droga!

- Não tem ninguém debaixo da cama, chefe. Eu já olhei. - O homem diz ao ver o outro verificando sob a cama. Ele para e olha ao redor por alguns poucos segundos.

- Procurou no guarda-roupa? - O outro nega.

- Não...! - Eles olham para mim. - Não há ninguém aí. Por favor, saiam da minha casa.

- Por que o desespero, jovem? Olhe no guarda-roupa. - Ele diz e o outro concorda, indo fazer o que foi ordenado.

- Não, por favor!

O vejo colocar a mão sobre o puxador e o girar. Um barulho! É a polícia! Alguém chamou a polícia!

- O que é isso, chefe? - Pergunta preocupado.

O homem vai até a janela olhar.

- É a polícia. Vamos, vamos, vamos! Esqueça isso! - Os dois saem, apressadamente.

Ufa. Paro para respirar. Estou realmente precisando. Está bem, e agora? A Mel! Vou até o guarda-roupa e abro a porta. A vejo num canto, com as pernas encolhida e de cabeça baixa.

- Ei, ei, ei. Venha, você já pode sair. - Falo tocando em seu braço, mas ela não se mexe. - Você está bem? - Ela nega com a cabeça, ainda abaixada.

Imagino o que está acontecendo. Ela sempre fica paralisada, quando fica sozinha no escuro. Dói só de pensar tudo que ela passou para ficar tão traumatizada assim. Eu tento fazer os dias dela melhores, sabe? Tento ao meu máximo. Mas acho que não estou sendo bom o suficiente. Afinal, têm coisas que não se podem esquecer.

- Ei, Mel. Olhe para mim. - Acaricio seu braço. - Vida, olhe para mim, por favor.

Ela levanta sua cabeça e vejo lágrimas no seu rosto.

- Eu sei, eu sei. Não precisa falar nada. Só saiba que eu estou aqui, para o que você precisar, está bem? - Ela vem para próximo da porta e me abraça, encostando sua cabeça no meu peito. Fico em pé, do lado de fora. - Eles já foram.

(...)

- Você não está falando sério, está? - Ela só pode estar brincando.

- Não, Chris. É sério. Vai ser melhor.

- Não, Mel. É perigoso demais...

- Chris, me ouça. Não tem mais condições de eu ficar aqui, eles vão voltar. Eu preciso ir para uma outra casa. Mas, se eu for com alguém, essa pessoa também estará correndo perigo.

Talking To The Moon [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora