Carro Azul

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Silêncio. Ficamos nos encarando e sorrindo uma para a outra, depois da minha pequena declaração. Falando que gosto dela.
Os seus olhos brilhavam e o seu sorriso era encantador. Aproximo-me dela, colocando minha mão em seu rosto e fazendo carinho naquele local. Ela fecha os olhos, ainda sorrindo.

- Eu gosto muito de você, professora - repito com mais firmeza, quero que ela tenha certeza dos meus sentimentos por ela - Não precisamos ter um rótulo! Eu só quero voltar ao que estávamos começando, quero poder beijar você depois da aula ou na livraria. E também quero transar com você, pela primeira vez e depois segunda, terceira, quarta vez e muitas outras vezes. Mas só com você...

- Não era você que queria pegar outras pessoas? - ciúmes é!? Dou um sorriso, por pensar nessa possibilidade

- Até queria né, mas não deu certo - faço um biquinho, recebendo um soquinho no ombro. - Eu vou ser sincera, ok!? Se vamos "começar algo", sem rótulo por enquanto. Assim espero. - ela revira os olhos, dando um sorriso. Isso me desestabiliza demais - Eu fiquei com alguém no sábado, no banheiro de uma balada. E quase... - paro de falar quando percebo o seu pequeno incomodo, respiro fundo e percebendo que ela faz o mesmo - A gente meio que transou.

- Como meio se transa?

-Resumindo... ela enfiou o dedo em mim, eu pensei em você e gemi falando o seu nome - falo dando de ombro, como se fosse nada demais. E não era nada demais - E agora a menina deve estar super puta comigo, e com razão.

Falo rápido, tomando fôlego no final da frase. Olhando para a mais velha, que segurava o riso. Ela olhava para o teto, mordendo os lábios e tentando o máximo evitar os meus olhares. Pego sua mão, segurando e fazendo carinho, chamando a sua atenção. Ela me olha, e não consegue segurar a risada.
Reviro os olhos, dando um sorrisinho e lhe puxando para um abraço. Porra, eu estou tão ferrada

- Professora, você tem um abraço gostosinho - aperto mais o seu corpo, contra o meu - Imagina se alguém chegar e pegar a gente assim!? - minha voz sai embaçada, por causa do aperto do abraço

- Eu não me importo mais! 

Não sei por quanto tempo ficamos abraçadas, mas aquilo era tão bom. Que eu não me importava de estar atrasada para o trabalho, eu só queria ficar ali com ela. O sentimento que eu estou sentindo é tão bobo, novo e estranho. Eu nunca gostei de alguém desse jeito, porra, eu sou a Manoela, gostar de alguém dessa maneira, estava fora de cogitação. 
Mas três meses tento aula com ela. Tanto na sala de aula, quanto na biblioteca como reforço. Quem não iria se... quem não iria começar a sentir algo a mais, além da atração física.

- Tenho que ir trabalhar - falo manhosa, tomando forças para me reparar do seu abraço - Passa na livraria, pra gente bater um papo - dou um sorrisinho malicioso - Na verdade, bater um papo é muito chato, na real eu quero beijar a sua boca. E talvez, fazer outras coisinhas.

- Oh, Manoela -  ela fala colocando a mão no rosto com vergonha

- Ta bom, vou parar de ser assim! Já que você não gosta, não vou mais falar tanta besteira 

- Dramática - ela sorri, e começa a arrumar o seu material. Pego os dois livros da sua mesa, para ajuda-lá. Ela sussurra um obrigado e sorri - Quer uma carona? 

- Bom, já que você está insistindo tanto - dou os ombros, levando um tapinha na cabeça - Mas já vou logo avisando, eu tenho fetiche de foder no carro. Então eu não respondo por mim!

- Tarada! 

Dou um sorrisinho de lado, sendo acompanhada por ela até a porta. Caminhamos em silêncio até o seu carro azul, que eu já conhecia bem. Entro no carro e deixo os livros no banco de trás, ela me olhava antes de dar partida no carro.

- Só vou deixar as minhas coisas na minha cara, e já te levo para a livraria. Pode ser? - ela pergunta sorrindo. Tem como dizer não?

- Calma, professora. Já quer me levar pra sua casa é!? Nem um jantarzinho antes... assim me mágoa. 

- Você é uma peça, Manoela - ela balança a cabeça, dando uma risadinha. Prestando atenção na rua, um pouco movimentada - Espero que não chame por outra, quando eu estiver te fodendo!

- RAFAELLA!! - falo indignada, com a barbaridade que acabei de ouvir - Com quem você aprendeu a falar assim!? E para de fazer piadinhas, já basta a Giselly.

- Aprendi com você, não sei porque ficou tão surpresa - ela para no sinal vermelho e me olha - Você fala coisas bem piores...             

- EU? Nunca - faço a sonsa, enquanto ela ri. - Sua risada é horrível, mas eu sou completamente... - paro de falar, quando percebo na merda que eu ia dizer - eu adoro a sua risada. Deveria rir assim, mais vezes.

- Eu não gosto muito, acho escandalosa demais...

- É bem escandalosa. Mas eu gosto - dou um sorriso amigável - Eu poderia me apaixonar fácil por você só por cauda da sua risada alta 

CALA A BOCA MANOELA. EU E MINHA LÍNGUA ENORME QUE NÃO PARA DENTRO DA PORRA DA BOCA

Ela sorri tímida pelo comentário, me olha e logo volta a olhar para a rua. Encosto minha cabeça na janela, me arrependendo profundamente por ter soltado esse lance da risada

- Só pra você saber, eu gosto muito de você também!

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oi :)

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Just You and Me  [RANU]Onde histórias criam vida. Descubra agora