Por Manu Gavassi:
O ar estava bafado naquele fim de tarde, um suor escorria no meu pescoço. Enquanto limpava a livraria do meu pai, aproveitando que não tinha movimento de cliente.
Fazia isso toda segunda-feira, desde adolescente. Sempre gostei de estar nesse local, era o meu pequeno refúgio, meu esconderijo. Gostava de conversar com os clientes sobre os livros que estavam comprando, parecia inconveniente. Mas nunca ninguém reclamou, então continuei fazendo. Era engraçado como algumas pessoas escolhiam os livros, pelo gênero que gostavam ou apenas pela capa ser algo atraente....
Eu geralmente busco pelo o estilo literário que eu gosto, pela sinopse bem construída, pela capa que me chama atenção... como a escrita é feita, em como...- Manu? - saio dos meus pensamentos com a voz mais doce que já ouvi na minha vida, me chamando. Eu conseguiria reconhecer essa voz em qualquer lugar - Oi..
- Rafa, oi - falo, largando a vassoura encostada em uma prateleira e me aproximando dela. Passo a mão no meu cabelo, fazendo um charme e ela sorri envergonhada - Veio me ver ou procurar um livro?
- Os dois... - o seu sorrisinho envergonhado, me faz ficar sorrindo feito uma boba. Se controla, Manoela - É-é eu vou em uma festa, e a menina gosta muito de livros. E ela me pediu o Box da Seleção, você tem?
- É pra você né!? - pergunto, fazendo ela ficar vermelha - Você vai amar os três livros da saga - dou um sorriso, indo pegar o box.
Ela sorri envergonhada, colocando uma mecha do seu cabelo atrás da orelha, enquanto eu pego os livros e passo no caixa. Ela paga o box e logo diz tchau.
Não quero que ela vá embora agora, quero que ela fique mais um pouco e converse comigo, sobre assuntos banais e que ela goste. Quero conversar sobre livros e suas séries favoritas, quero que ela fique mais um pouco... ou eu posso acompanha-lá- Ei - grito antes dela sair da livraria, talvez eu esteja sendo desesperada - Você está de carro?
- Não, por que?
- Já vou fechar a livraria, eu te levo na sua casa - falo e ela arquea as sobrancelhas - Pode ser uma carona a pé? Só com a incrível presença de Manoela Gavassi?
- Mas ainda é cedo, você fecha aqui esse horário?
- Sim!! As segundas são paradas... - falo tirando o avental e pegando a chave. Vejo se o meu celular estava no bolso - Podemos ir?
- Tem certeza? Depois você vai ter que voltar pro seu apartamento, não é meio corrido?
- Talvez... - falo fechando a porta da livraria, e acompanhando ela.
[...]
Por Rafa Kalimann:
Andávamos em silêncio, uma do lado da outra. Olho para ela que encarava o céu, viajava no seu próprio pensamento. Queria perguntar o que ela estava pensando, queria saber se eu fazia parte daqueles pensamentos.
- Por que está tão quieta? - pergunto, tento a sua atenção toda para mim - Normalmente você não para de falar, principalmente cantadas baratas
- Você adora que eu faça as minhas cantadas baratas... você é gamadinha em mim - ela fala cutucando o meu braço, sorrindo de lado
- Não tenta mudar de assunto! Por que está quietinha? Você não estava assim na minha aula hoje...
- Não é nada... - seu semblante fica triste, olhando para o chão. Como um ato de impulsividade, pego sua mão e entrelaço os nossos dedos. Ela me olha e sorri fraco - São meus pais, eles vão vim me visitar...
- E isso não é bom?
- Sim, é bom. Só... estou com medo de não estar indo bem e eles não se orgulharem. Estou dando o meu máximo, na faculdade e na livraria... mas as vezes acho que posso melhorar e talvez eles acham isso também.
- Seus pais estão orgulhosos de você! - falo parando de andar e lhe puxando para um abraço - Agora volta a ser aquela Manoela, que me deixava morrendo de vergonha.
- Eu não queria reclamar desse abraço não, mas os seus peitos estão me sufocando - sua voz sai abafada e ouço ela rir logo em seguida. Solto-me do abraço e separando nossas mãos com vergonha - Você que pediu...
- Sim, mas... v-você é muito direta com as coisas.
- Não sou não - ela dá de ombros, pegando na minha mão novamente e apertando fraquinho - Se eu fosse direta, falaria que estou com vontade de te fuder. Mas eu não falo essas coisas...
- Você acabou de falar! - ela dá os ombros, sorrindo
- Você não quer realizar um sonho não?
- Que? - pergunto confusa, parando de andar percebendo que estou em frente ao meu apartamento - Quer entrar?
- Deixa pra próxima, gatinha - ficamos nos encarando em silêncio e sorrindo por alguns segundos, antes dela quebrar o silêncio - Você sabe que se eu fosse do seu tamanho, já teria te beijado faz tempo né!?
- Do jeito que você é, já teria me levado pra cama - arrisco na minha fala, fazendo ela rir alto
- Eu vou ainda! Vou convencer você de passar uma noite comigo, calma Kalimann, calma. E depois você vai pedir mais e...
- Tá! Chega - interrompo ela que ri - Obrigada por me acompanhar
- Eu sou uma aluna boazinha - sua voz sai maliciosa, fazendo eu tombar a cabeça para trás rindo - Não era pra soar engraçado não, era pra sair sexy e você me chamar de novo pra entrar...
- Você é tão sem filtro, Manoela.
- Não falei nada demais - ela se aproxima, colocando a mão no meu rosto. Puxando para perto do seu e colando nossos lábios, retribuo o beijo, aproximando seu corpo mais perto do meu. Seu beijo era doce e viciante. Eu poderia beija-lá por um bom tempo, sem enjoar. Mas nos separamos por falta de ar, mas antes de se afastar ela rouba um selinho e um sorrisinho travesso surge em seus lábios - Professora, se você já é boa no beijo. Imagina na cama...
- Palhaça - Falo e logo lhe puxo para mais um beijo
RETIRO TUDO O QUE DISSE. EU QUERO ISSO. EU QUERO ESSE BEIJO, E SE VOU ME FERRAR IGUAL DA ÚLTIMA VEZ? TALVEZ EU VÁ...
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Just You and Me [RANU]
ФанфикTe chamo pro cinema, você tem que estudar E quando a gente sai sempre tem hora pra voltar Não vê que eu to na sua louca pra te beijar Se é teu jeitinho de me amar Sei lá... posso me acostumar