Interligadas

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Sinto sua mão em meu rosto, descendo para minha nuca e puxando meu rosto para mais perto do seu. Tento me afastar, mas algo me impedia. Sinto seus lábios tocarem meu ombro, subindo para o meu pescoço. Ela para os beijos, me olhando e sorrindo. Quero sair correndo de perto dela, mas minhas pernas não se mexem.

- Estava com saudades de você, do seu corpo - sinto sua mão deslizar pelo meu corpo - Por que me trocou por outra, Rafa? Eu e você somos bem melhores juntas...

- O QUE É ISSO? - olho em direção da porta, conseguindo me separar da Emilly e olhar para a pequena mulher parada na porta

- Manu, não é nada disso que você está pensando - falo tentando me aproximar dela que ficava cada vez mais distante

- Foi uma péssima idéia te entregar o meu coração - sua voz sai falhada, tento correr para perto dela, mas não saia do lugar

- Agora podemos ficar juntas, Rafa - sinto suas mãos em volta da minha cintura. Olho para Manu, sentada no chão chorando. Meu coração aperta com aquela cena - Esse é o nosso destino, Rafa. Somos almas gêmeas, estamos interligadas. Agora... acorda.

Abro os olhos assustadas, colocando a mão em meu peito esquerdo acelerado. Olho em volta do quarto escuro, vendo Manoela dormindo do meu lado. Passo meus dedos em suas costas nua, aproximo meu corpo do dela. Fechando os olhos, respiro fundo sentindo o seu perfume de bebê. Que me relaxa.

- É muito bom acordar assim - ouço sua voz rouca. Aperto mais o seu corpo contra o meu. Não quero sair dali - O que foi?

- Um pesadelo... - falo com a cabeça afundada em seu pescoço, fazendo minha voz sair abafada. Ela se vira de vagar, ficando de frente pra mim. Passando a mão em meu rosto, devagar. Vejo ela sorrindo, com os olhos se fechando.

- Eu queria transar pra te relaxar um pouco, mas estou com sono... conta-me sobre o pesadelo e me abrace forte.

Abraço ela mais forte, com medo dela escapar de mim. Meus dedos dedilham suas costas devagar, sinto ela fazendo o mesmo nas minhas costas e deixo um sorrinho bobo escapar dos meus lábios. Suas unhas recém cortadas, arranham de leve as minhas costas.

- Eu não me importaria
De dividir um colchão com você
Dar meu cabelo pra de nós tu encher
E me afogar no teu corpo metido a travesseiro
Não contestaria um pedido de carinho teu
Café mais amargo, tua toalha jogada no quarto
Nenhum traço do que é teu

Sua voz sai em sussurro, deslizando as mãos pelas minhas costas inteira. Sua pequena cantoria me acalma, e ela sabe disso. Fecho meus olhos, apenas ouvindo ela cantarolar a música. Passo a mão em seu cabelo, ouvindo a sua voz ficando cada vez mais fraca.
Ela adormece em meus braços, me aconchego melhor. Tentando pegar no sono novamente

[...]

Acordo, sem ninguém ao lado da cama. Ouço algumas risadas vindo da cozinha, levanto meio cambaleando. Resolvo tomar um banho rápido, antes de ir para a cozinhar.
Ligo o chuveiro, me despindo com lentidão. Entro de baixo daquele chuveiro, a água aquecia o meu corpo. Fazendo relaxar os músculos apreensivos. Lembro do sonho estranho de ontem. Será que eu deveria contar para Manu, sobre Emilly?

Balanço a cabeça tentando afastar aqueles pensamentos. Termino o meu banho e me enrolo na toalha, saindo do banheiro e voltando para o quarto da Manu. As risadas altas ao telefone continuam, mas algo que vem em seguida me deixa enciumada.

- Pô, Manu. Todas as professoras se encantam com você - aproxime-me da porta do quarto para ouvir melhor o som do viva-voz. Eu sei que é errado, mas... foda-se

- Vai voltar nesse assunto de novo, Gizelly? Já disse que ela não deu em cima de mim. Querer uma informação não é dar em cima...

- Manoela, a professora de Constitucional estava te comendo com os olhos. Era tipo, você olhando para a Rafa

- Você é louca... eu não vi nada disso

- Você não viu, porque estava olhando para a Rafaella desfilando do outro lado do jardim - mordo os lábios, ouvindo atentamente. Sorrindo feito uma idiota

- Claro, só tenho olhos para a minha namorada - ela fica em silêncio, dando um gritinho - Namorada, Gizelly. Eu tô namorando, isso não é demais... eu transo com a mesma pessoa, eu digo eu te amo para a mesma pessoa e tudo isso é recíproco. E cada vez fica melhor, não o sexo

- Tu tá muito trouxa apaixonada, Manoela

- Eu tô amando, Gi...

[...]

- Então eu te vejo hoje a noite? - falo lhe dando um selinho e ela balança a cabeça concordando - Poderia ter te deixado mais perto da faculdade, amor

- Arriscado demais, amor. Quero continuar transando com você, sem ninguém no nosso pé

- Ok, então. Vejo você na primeira aula, amor

- Eu te amo - ela sussurra, perto da minha orelha. Dando-me um selinho e saindo do carro. Vejo ela se afastando do carro, espero ela se afastar mais um pouco e dou partida.

- Eu te amo - grito da janela, jogando beijo e indo para a faculdade.

Entro no estacionamento, parando do lado de um carro preto. Arrependo-me logo que vejo Emilly saindo do carro, ela sorri. Saio do carro, aumentando meus passos para dentro do prédio. Ela me chama, mas não paro.

- Você está fugindo de mim, professora? - respiro fundo, parando de andar e me virando. Olhando para ela, que caminhava até mim

- Sim, estou e não me chame mais assim!!

- Desculpa, tinha me esquecido que você só gosta de ser chamada assim na hora do sexo - fala, mordendo os lábios e sorrindo - Você ainda gosta de ser chamada assim??

- Eu não vou me irritar com você!! Então, se me der licença

Dou um sorrisinho, saindo do mesmo ambiente que ela. Entro no prédio da minha sala, e logo vendo Manu entrar na sala de aula sorrindo com a Gizelly ao seu lado.

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- tem fanfic nova (Amor Anônimo)

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Just You and Me  [RANU]Onde histórias criam vida. Descubra agora