Just You and Me [RANU]

Decepcionado

Por Manu Gavassi:

Meu coração podia parar a qualquer momento, estava quase saindo pela boca. Eu estava em desespero, não pelo fato dos meus pais verem a Rafa. Mas pelo fato de eu ter transado com a Rafa na livraria dos meus pais. Fui irresponsável em ter transado com a minha professora, fui irresponsável em transar com ela na livraria. Mas não é minha culpa, olha para essa mulher. Eu poderia ter transado no cinema com ela... Isso é uma ótima ideia. Se concentra Manoela.
Fecho meus olhos, respirando fundo e ouvindo mais algumas batidas na porta. Eu poderia abrir a porta e sair correndo - má ideia. 

- Que merda essa garota está fazendo? - ouço a voz meu pai, ele parecia nervoso. Olho para a Rafa que estava terminando de colocar a calça e abotoando - Essa menina é uma irresponsável, Cláudia. Eu disse que não devíamos ter deixado ela vim morar aqui sozinha, e muito menos cuidar da livraria 

Olho para o chão, envergonhada. E o pior de tudo é que ele estava certo, eu sou mesmo irresponsável. Meus olhos estavam lacrimejados escorrendo uma lágrima no meu rosto, eu não quero chorar, não na frente da Rafa.

- Róger, ela é só uma adolescente adulta!! E além do mais, ela está indo super bem na faculdade. - a voz da minha mãe era calma, me fazendo soltar um sorrisinho e limpar as lágrimas - Ela deve estar no banheiro!!

- Ela deve estar com alguma menina ai dentro, sempre foi assim!! Não pode desgrudar um olho de Manoela, que ela já está transando com todas as meninas da cidade. - olho para a Rafa que olhava para o teto, envergonhada - MANOELA, ABRE ESSA PORTA AGORA!! Será que ela não está aqui?

Rafa me olha assustada, faço um sinal para ela ficar em silêncio. Olho para a porta novamente e PUTA MERDA EU NÃO TRANQUEI A PORTA, SÓ DEIXEI ENCOSTADA. IRRESPONSÁVEL E BURRA, MANOELA. Ele bate na porta novamente com mais força e parando. Ele deve ter percebido.

- A porta está aberta Cláudia. Um ladrão poderia entrar aqui e roubado tudo. Eu vou matar aquela garota, torce pra ela não estar ai dentro e com garotas.

Olho para Rafaella que estava com os olhos arregalados encarando aquela porta de aço, sendo aberta. Minha mãe entra primeiro e sorri quando me vê, mas logo o seu sorriso some quando seus olhos se encontra com Rafa. Ela olha assustada, intercalando o olhar para nós duas. 
Ficamos nos encarando por alguns minutos, até o silêncio ser quebrado.

- Que pouca vergonha é essa Manoela. - fecho meus olhos quando ouço a voz nervosa do meu pai - Quem é você?

- Pai é... - falo tentando acalmá-lo

- Não estou falando com você, Manoela - ele me olha com um olhar triste, e aqui me destrói por inteira - Estou muito decepcionado com você. Manoela isso é um local de trabalho!!

- Pai...

- Aqui é uma livraria, não uma PORRA DE MOTEL PARA VOCÊ TRAZER SUAS PUTAS

- Não fala dela ela assim!! - falo com os punho fechado 

- Róger se acalme, está assustando as meninas - minha mãe fala, tentando acalmá-lo. Ela me encara com um olhar de decepção - Vamos conversa como pessoas civilizada!!

- Cláudia, sua filha está transformando a MINHA livraria em um motel e você quer ter uma conversa civilizada!? Olha aqui, Manoela. Eu não me importo com quem você vai para a cama, não me importo mesmo. A única coisa que eu me importo, é com o seu futuro, que eu batalhei tanto para construir e não vou deixar você estragar tudo com baladas, bebidas e garotas.

- Eu não estou tento nem tempo para ir ao mercado, quem dirá pra balada. E minhas notas são ótimas, isso é a única coisa que o senhor tem que saber da minha vida! Minha vida sexual não é da sua conta. 

- É da minha conta sim!! Você transou em um local de trabalho, isso foi imaturo da sua parte e ainda com  a porta destrancada 

- Eu sei, desculpa tá!? Da próxima eu fecho a porta - dou um sorriso tentando descontrair aquele ambiente, me aproximo dele que da um passo para trás, se afastando. - Pai, pra que tudo isso? Você já me flagrou em momentos piores... isso tudo está sendo um grande exagero.

- E quando você for dona do nosso escritório de advocacia? Vai transar com as secretárias? Com as advogadas? Você está na faculdade, Manoela. Quero uma postura madura da sua parte - ele fica em silêncio, me olhando. - Só falta você me dizer que está transando com todas as alunas e professoras... você precisa criar juízo, porque isso você não tem!!

- Eu tenho! Eu estudo pra porra, trabalho nessa livraria todos os dia e tenho que organizar tudo a minha volta para não enlouquecer.

- Você estuda pra porra, por que essa é a sua obrigação!! Estudar pra porra é a única coisa que você tem que fazer - sua voz é agressiva, respiro fundo segurando o choro - Tínhamos um acordo com você de não ficar vagabundando por aí. Você ia focar na faculdade e apenas isso!

- Eu estou muito focada na faculdade, como eu tinha prometido. Minhas notas são ótimas!! E eu não sou mais a garotinha de dezoito anos que sai pelas ruas pra curtir - falo já sem paciência - Tudo bem que agora eu tenho vinte e um, e ninguém é maduro com vinte e um. Mas eu estou amadurecendo e estou provando isso pra vocês quando mostro as minhas notas, ou quando mostro as vendas da livraria. Os boletos que eu pago, o aluguel do apartamento que eu me esforço para pagar.

- Poderia se esforçar mais!  Não quero mais isso - fala apontando para Rafa e depois pra mim - Na minha livraria, você me entendeu?

- Todo esse escândalo por causa de uma transa? - falo, logo me arrependendo da forma dita. Olho para Rafa que encarava o chão - Quer saber, eu não me arrependo de nada. Se eu pudesse, fazia tudo de novo!

- Cláudia, dá um jeito na sua filha! Eu sinceramente cansei de você, Manoela. - ele sai da livraria. Olho para minha mãe, que tinha o olhar preso em direção da porta 

- Mãe... desculpa. Mas tudo isso não era preciso, não era necessário esse xingamento todo - falo me aproximando da mulher que me olhava em silêncio. Olho em direção da Rafa que sorri envergonhada - Desculpa por tudo isso, Rafa. Meu pai fica descontrolado quando sua livraria esta envolvida, ele não é assim.

- Tudo bem, Manu - ela sorri e se aproxima, parando na minha frente - Vou indo, tchau. Foi um prazer conhecer a senhora, e desculpa por todo o transtorno que eu causei...

Rafa fala olhando para a minha mãe que sorri pra ela, um meio sorriso se transforma em seus lábios quando ela para na porta e me olha. Antes de sair...

Agora eu só preciso enfrentar a fera do meu pai e torcer para Rafaella não se afastar. 

- Pelo menos ela é bonita! - Dona Cláudia fala, fazendo eu olha-lá sorrindo 

- Ela é linda... 

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oi :)