Bati minha cabeça com tudo no chão, e na mesma hora senti tudo rodando ao meu redor.
Coloquei a mão na testa, e sentei no chão, ainda meio tonta. Assim que vi a Letícia caida no meio da rua, cheia de sangue, mesmo tonta, engatinhei até ela devagar, sentindo meus olhos arderem.
Olhei para a pessoa dentro daquele carro, e vi a filha da puta da Bruna, com uma cara estranha. Antes que eu pudesse tentar algo, ela deu ré e saiu dali a milhão.
Letícia estava desmaiada, coberta de sangue, que saia de sua cabeça. Gritei, sacudindo ela, enquanto eu já chorava desesperada.
Tinha algumas pessoas olhando, mas ninguém fazia porra nenhuma. Olhei na direção do carro do Caíque, e ele veio correndo na nossa direção, com os olhos arregalados, olhando para a Letícia.
Kamilly: Me...ajuda a levar ela para um hospital, por favor...- pedi baixinho, olhando nos olhos dele.
Caíque nem disse nada, apenas pegou ela do chão, e levou até seu carro. Com um pouco de dificuldade, me levantei, e fui andando até lá.
Minha cabeça latejava, e eu ainda estava meia tonta. Entrei no banco de trás do carro dele, e coloquei a cabeça da Letícia em meu colo, sem me importar com o sangue.
Kamilly: Eu não consegui ver o que aconteceu...fui tudo tão rápido...
CK: Aquela mulher ia te atropelar...- me olhou de relance. - Mas a Letícia te empurrou, e acabou sendo atropelada. Ela te salvou, Kamilly...
Senti meu peito apertar, e só agora entendi o que aquele sentimento ruim era, o por que dela ter dito aquelas coisas, Letícia meio que sabia que isso iria acontecer, então já foi se "despedindo".
Passei a mão pelos cabelos dela, que estavam melados de sangue, e chorei, só sentindo meu odio pela Bruna crescer de uma forma horrível.
Quando chegamos em um hospital, Caíque pegou a Letícia, e saiu correndo para dentro do hospital, e eu só atrás, tentando de tudo para não desabar ali mesmo.
Os médicos pegaram ela, e a levaram lá para dentro. Coloquei minhas mãos no rosto, me encostando na parede, e chorei pra caralho, só imaginando o pior.
A Letícia não podia morrer, era ela a minha única amiga de verdade, a única que sempre esteve comigo pra tudo. Ela não podia me deixar.
Caíque veio para o meu lado, com a roupa cheia de sangue também, e me abraçou apertado. Encostei minha cabeça no peito dele, e fiquei ali chorando.
Eu me tremia toda, ainda em choque com essa situação. Sabia que a Bruna era louca, mas chegar a essa ponto? O que ela ganha com essa porra toda, cara?
Ela acha mesmo que se matar algum de nós, ela vai engravidar num passe de mágica? Buuum, engravidou?
Mulher maluca do caralho!. Eu juro, que se eu ver ela na minha frente, eu mato aquela desgraçada com minhas próprias mãos...sem dó alguma.
Não demorou muito, um médico aparecer ali, ao nosso lado.
- Vocês estão acompanhando a paciente que foi atropelada? - nos olhou, e eu balancei a cabeça concordando. - Eu sinto muito...mas ela faleceu...