• CK •
Quando chegou na sexta, já acordei meio cabreiro com o bagulho de hoje a noite.
Tava nervosão mermo, pô. Nem sabia o por que direito, mas tava bem com essa parada não.
Só tava fazendo isso por que queria que a Kamilly fosse comigo pra Ilhabela. Tenho uma casa fodona lá. Era do meu pai, já que herdei o morro dele, acabei herdando tudo as casas dele por ai também.
Quando foi de cinco da tarde, o Clebinho brotou aqui, já batendo neurose, falando que ia dar ruim esse jantar ai.
CK: Eu não vou matar ele hoje não, Cléber, caralho, pô. - bufei, enquanto pegava as paradas pra tomar banho.
Clebinho: E se ele te reconhecer, carai? Vai dar merda o bagulho todo, e tu sabe né? Se ele pegar que é tu, você só sai de lá morto. - me olhou, e eu já fechei a cara.
CK: Dá um tempo ae, Cléber, na moral mermo, pô. - bufei, e já fui andando pro banheiro.
Clebinho: Vou falar mais nada, não, deixar tu se fuder sozinho. Se tu cair, nem me puxa por causa dos teus b.o.
Nem dei ideia pra ele, só entrei no banheiro, e fui tomar aquele banho do caralho. A parada lá na casa da Kamilly ia ser as sete, então já ia me adiantar, pra não ficar enrolando.
Assim que entrei embaixo da água, meu celular começou a apitar, e já vi que era a Kamilly, então fui responder.
Mensagens:
Kamilly: Você vai vir mesmo? (17h09)
CK: Já disse que sim, pô, já tô no banho. (17h10)
Kamilly: Kkkkkk, foi mal, é que eu tô nervosa pra caralhooo. (17h10)
CK: Tô ligado, pô. Mas, vai dar tudo certo ae. Relaxa. (17h11)
Mensagens.
Troquei mais um ideia ali com ela, e depois fui terminar de tomar o banho. Quando sai, o Cléber já tinha vazado dali, e eu fui me trocar.
Vesti uma calça jeans escura, e uma camisa larga preta da Lacoste. Calcei meus tênis, e fui dar um jeito no cabelo.
Esperei por mais um cota, e quando deu 18h20 eu sai de casa, descendo pro estacionamento.
Já tinha uma mochila minha dentro do carro, com alguns bagulhos meus dentro, caso a Kamilly resolvesse partir comigo pra Ilhabela mermo.
Fui o caminho inteiro pensando nas merdas que poderia dar esse jantar ai. Nem ia tentar nada contra o Tiago...não hoje!.
Só queria que desse tudo certo, pra Kamilly ir comigo.
Quando cheguei perto da barreira, já vi alguns menor em cima das lajes olhando pro carro. Mandei mensagem pra Kamilly avisando que eu já estava aqui embaixo, e ela mandou que já tava descendo.
Sai do carro com o celular na mão, e fiquei olhando de canto de olho os caras me olhando da laje. Estava com a arma na cintura caso desse algum caô lá em cima.
Vi a Kamilly descendo, com um macacão curto preto. E pô mano, ela tava lindona mermo...como sempre, carai.
Ela sorriu assim que chegou perto, e eu já fui dando um cheiro do caralho nela, sentindo aquele perfume doce, gostoso pra caralho.
Kamilly: Meu Deus, tô nervosa...- me olhou, mordendo o lábio inferior.
CK: Relaxa, pô, vai dar tudo certo ae.
Ela suspirou, e a gente foi subindo a favela. Alguns caras olhavam torto, mas nem faziam nada. Mas quando entramos em uma viela, um cara parou a Kamilly, já me olhando com a cara fechada. Já percebi ser o tal do Antony, vulgo Marinho, irmão mais novo da Alice.
Eles começaram a conversar, e ele sempre me olhando com a cara fechada. Eu tava de boa ali, só observando os dois.
Kamilly falou um bagulho lá pra ele, e ele saiu bufando, mas antes me deu uma encarada sinistra. Eu liguei? Ih, pô, tava foda se mermo.
Kamilly: Era meu tio...- fez careta, e eu balancei a cabeça.
Saímos daquela viela, e andamos mais um pouco, até parar em frente a uma casa branca com um portão de ferro grandão. Ela abriu, e fez sinal pra eu entrar.
Andamos por um jardim ali, e assim que ela abriu a porta, e entramos naquela casa, meu olhar na hora bateu nele, que também me olhou.
Kamilly: Mãe...pai...esse daqui é o Caíque, pai do meu filho...