**Capítulo 76**

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• CK •

Pô, na boa mermo, já tava ficando sem esperanças nessa porra. Horas que to aqui e nada de notícia da Kamilly.

Kaio já tinha dormido do meu lado, com a cabeça no meu ombro, e eu tava todo torto ali também.

Mais cedo, a algumas horas antes, Alice tinha me ligado me avisando que não tinha sido o CV que tinha tentando matar a Kamilly, e sim o TCP. O tiro nem era pra ela, era pra mim mermo, pra me matar de uma vez, mas infelizmente acabou pegando nela.

Pô, se eu pudesse, eu trocava de lugar com ela nessa porra. Saber que ela corre risco de vida, me quebra, véi, me deixa maluco ao pensar na possibilidade de perder aquela mulher.

Ela é tudo pra mim, e perder ela, seria como perder uma parte de mim, tá ligado?

Quando um médico apareceu ali, eu ajeitei o Kaio ali no banco, e fui atrás do médico.

Foi barra, mas consegui entender um pouco do que ele disse. Kamilly tinha saído da sala de cirurgia agora, e estava na UTi, ainda em estado grave.

Ele falou mais algumas paradas lá, só que não entendi nada, então nem dei ideia, apenas voltei pra sala de esperas.

Kaio já estava acordado, coçando os olhos. Me sentei ao lado dele, passando a mão por seus cabelos.

Kaio: A mamãe? - perguntou baixinho.

CK: Ela...ela vai ficar bem. - sorri pra ele, que apenas balançou a cabeça.

Eu queria acreditar nisso, pô, queria mermo, mas tava foda. Ela tava na UTI em estado grave nessa porra, e saber que a qualquer momento posso perder ela, eu fico louco.

Pedi pro Kaio ficar ali quietinho, e fui na recepção, tentar ligar pro Clebinho. Usei o telefone ali mermo, e como eu já esperava quem atendeu foi a Alice.

Ligação.

Alice: E ai, ela tá bem?

CK: Ela tá na UTi agora, ainda em estado grave. - suspirei, e ouvi o soluço do choro dela.

Alice: Ela tem que ficar bem! - falou baixinho, acho que mais pra ela, do que pra mim.

Antes que eu pudesse falar algo, ouvi a voz do TK de fundo, e só fiquei tentando prestar a atenção.

TK: Caíque?

CK: Fala pô.

TK: Me promete uma coisa, véi, na boa mermo. Se qualquer parada rolar comigo ou com a Alice, tu vai cuidar da minha filha e do meu neto? Cuidar mermo.

CK: Eu sempre vou cuidar deles dois.

TK: Pô, na boa mermo. Sei que nós teve treta ai, e pá, mas pô, por tudo o que tu tá fazendo pelos dois, eu tô te considerando pra caralho, moleque.

Dei um sorrisinho de lado, mas fiquei sem entender nada. Do nada o cara fala essas coisas, pô.

CK: Tu vai fazer o que? Parece que tá se despedindo, ala.

TK: Vou fazer nada não, relaxa ai pô. Tô de boa, só deu vontade de falar algumas paradas pra tu. - suspirou, e eu neguei com a cabeça, sabendo que ele tava mentindo legal ali. - Tu até que é um moleque firmeza, por mais dos vacilos. - deu risada e eu fui na onda. - Mas papo reto, cuida da minha filha, pô, se não vou atrás de tu em, filho da puta.

CK: Já disse que vou cuidar deles com a minha vida, carai. Sem esses dois eu não vivo não.

TK: Rum. - murmurou, e eu ri outra vez. - Quando a Kamilly acordar fala que eu amo ela pra caralho, que ela sempre vai ser minha princesona. Que sempre que ela fumar maconha é pra ela lembrar de mim.

CK: Pode pá, pode pá. Qual é, Tiago? Tá rolando o que ai?

TK: Nada, carai. Ai, vou desligar, e cuida deles em porra.

CK: Vou cuidar, pô, relaxa. Fé.

TK: Fé.

Ligação.

Ih, papo reto, TK tava estranhão falando essas paradas todas ai. Algum bagulho esse cara ia fazer, e na boa, o final não ia ser bom não, ala.

Vida LokaOnde histórias criam vida. Descubra agora