Sete da noite e todos que eu tinha chamado para o aniversário do Kaio já estavam aqui. Estava meus pais, meu irmão com a Letícia, o Antony e a Amália, tinha alguns amiguinhos do Kaio também, que corriam pela casa gritando e dando risadas.
A felicidade estava estampada na cara do Kaio, e isso me deixava feliz demais.
Não podia negar não, cada traçinho dele me lembrava bastante o Caíque até.
Eu até sentia falta do Caíque, mas também sentia um pouco de rancor pelo o que ele fez a alguns anos atrás.
Mentiu pra mim, queria matar meu pai, destruir minha família e os caralhos tudo, lógico que vou ficar com uma mágoa ainda, por que aquilo tudo me magoou real.
E outra, ele me pediu tanto pra não afastar o Kaio dele, mas foi ele que sumiu e se afastou do nosso filho.
Ele é o único vacilão no meio disso tudo!
Alice: Kaio me perguntou do pai de novo...- parou ao meu lado fazendo una careta. - E como sempre eu mudei de assunto.
Kamilly: Quando ele estiver maiorzinho, eu tento explicar tudo pra ele. - suspirei, me sentando no sofá. - Até lá temos que continuar mudando de assunto.
Alice: Nesses anos você tentou algum contato com o CK? - sentou ao meu lado.
Kamilly: Eu até tentei ligar, e falar com o Clebinho, mas nada. - fiz bico, e ela apertou os lábios.
Alice: Eu tentei ver com alguns dos informantes no CV se eles sabiam do CK, mas ninguém sabe aonde aquele menino se meteu. Ele sumiu!
Eu nem disse mais nada, pois não queria já pensar no pior. Mas foi quase impossível não pensar.
Na minha cabeça já vinha que tinham matado ele, ou algo do tipo.
Alice: Mas como tá seu rolo com o Rodrigo? - mudou de assunto, e eu sorri de lado. - Continuam no sexo sem compromisso?
Kamilly: Acho que nem vai passar disso. Rodrigo é legal e tals, mas não sinto aquela química toda, tá ligada?
Ela balançou a cabeça concordando, e ficou quieta. Rodrigo era um casinho meu a quase um ano. Nem um caso era, nós dois só se encontra pra transar e já era.
É bom, eu até gosto, mas sabe quando você não sente aquela química quando tá com a pessoa? Então, eu não sinto nada quando estou com ele.
Eu até pensava em me envolver mesmo com ele, mas não consigo. Ainda gosto do desgraçado do Caíque.
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Q
uando deu oito da noite cantamos o parabéns, com o Kaio todo animadinho, sorrindo atoa.
Depois de tudo só ficou eu, meus pais, com a Letícia e o Kauê. Kaio já tinha capotado no sofá, e meu pai levado ele pra cama dele.
Tava todo cansado o menino, brincou o dia todo e agora capotou.
TK: Agora já pode fumar né? - me olhou, e eu sorri balançando a cabeça.
Ele começou a bolar um ali, e eu apenas quieta observando. Adorava fumar com meu pai, sei lá, era uma brisa gostosinha demais.
Meu pai deu os primeiros tragos e depois me passou. Puxei a fumaça bem de boa, e depois soltei pelo nariz devagar.
Fumar me relaxava demais, ficava de boa mesmo.
Letícia: Cara, acho que já vou indo pra casa, ainda tenho que passar numa parada ai. - me olhou, e ai eu já entendi tudo.
Kauê: Como se eles já não soubessem que nós vai transar com mais um povo ai. - se levantou negando com a cabeça.
Letícia fez careta pra ele, e se despediu dos meus pais. Me deu um beijo na bochecha e saiu falando com o Kauê, que dava risada de algo.
Meus pais trocaram alguns olhares, e logo se levantaram falando que iriam dar uma volta por ai, que estavam com saudades de São Paulo.
Mas eu já tava ligada que eles estavam é com saudades do motel.
Neguei com a cabeça dando risada, e tranquei tudo as portas, deixando uma chave reserva com a minha mãe. Subi correndo pro meu quarto, e depois de tomar um banho até que demorado, eu me vesti e sai indo pro quarto do Kaio.
Assim que eu abri a porta e vi aquele cara, eu juro que senti meu corpo todo se arrepiando, e eu logo ficando paralisada. Sem reação alguma.
Kamilly: O que tu tá fazendo aqui...? - foi a única coisa que pensei em falar naquele momento.
CK: Vim ver meu filho, pô...