**Capítulo 41**

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• Letícia •

Ver o Kauê daquele jeito me doía demais. Sempre pedi a ele que não passasse da maconha, mas o cuzão foi direto pra heroína.

Quando eu soube que ele tinha tido uma overdose e que estava no hospital, eu quase cai dura no chão, papo reto mermo.

Sai do interior do Rio na hora pra vim ver ele. A gente não fica a tanto tempo, mas eu sinto que amo ele, sabe?

Não tá sendo a mesma coisa que foi com o Sérgio, por que só agora eu fui perceber que não sentia amor algum pelo Sérgio, era só um medo de acabar sozinha. Mas ai, desde que fiquei com o Kauê, tudo mudou, vei.

Eu sentia de alguma forma que ele era o homem da minha vida.

Assim que sai do hospital pela porta dos fundos, senti alguém me puxando com tudo pelos cabelos.

Bruna: Tu tá maluca, filha da puta? Veio aqui nessa porra por que? Tu tá querendo mesmo foder com tudo...

Sim, eu tô sua cachorra desgraçada!

Ela saiu me arrastando dali, e me jogou com tudo dentro de um carro. Entrou no passageiro e deu partida saindo dali a milhão.

Eu não aguentava mais isso, papo reto mesmo. Essa mulher é maluca!.

Naquele dia do acidente, eu meio que estava sentindo que daria merda pro meu lado, mas não fazia a mínima ideia do que iria acontecer.

Quando vi aquele carro indo com tudo pra cima da Kamilly, minha única reação foi empurrar ela, e eu acabar sendo atropelada.

Não aguentaria ver minha amiga morrendo, então preferi eu, do que ela.

No hospital, eu só me lembro da Bruna falando com uma médica, e logo me levando dali. Depois disso, acordei numa casa no meio do mato, com a Bruna ameaçando matar o Kauê, se eu não me juntasse com ela pra foder com a minha família toda.

É claro que eu não faria isso, não teria coragem de machucar as pessoas que amo, mas me juntando com ela, eu vi uma oportunidade de foder com ela, antes que essa maluca fizesse algo.

Eu tava ligada que se eu desse aquela correntinha pro Kauê, seria a prova que eu estava viva, e assim eu achava que eles iriam ficar mais espertos com tudo o que vai acontecer.

Disse sim pro Kauê que era um sonho,  mas a corrente é a prova que não foi apenas um sonho.

Eu não fazia a mínima ideia se eu voltaria pra minha casa, para a minha família, e era isso que me assustava demais. Estava sentindo uma falta do caralho de todo mundo, inclusive dos meus pais.

Só queria que tudo desse certo no final, e que eu conseguisse voltar pra minha família.

Bruna: Ele te viu?

Letícia: Claro que não. - menti, negando com a cabeça, me fazendo de sonsa real. - Tava ligada que se ele me visse iria foder com tudo.

Bruna: Tu fica esperta em, garota, qualquer vacilo teu, eu mando estourarem a cabeça daquele seu namoradinho.

Fiz careta, e ela me olhou por um tempo, e logo voltou a atenção para a estrada.

Eu tinha que dar um jeito de acabar com essa vagabunda!

Vida LokaOnde histórias criam vida. Descubra agora