**Capítulo 52**

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Algumas semanas depois...

• Kamilly •

Sinceramente eu não estava afim de fazer chá de bebê não. É tanta coisa acontecendo que me desanimou muito fazer essa parada.

Caíque ainda estava lá embaixo preso. Não via ele fazia mais de duas semanas. Meu pai que descia lá as vezes pra falar com ele, e minha mãe pra levar comida.

Eu já estava chegando no oitavo mês, e minha barriga cada vez maior. Tava animada pra caralho, porém meia assim por conta do CK.

Eu gostava dele né, e saber de tudo aquilo mexeu comigo de jeito, me destruiu toda. Eu tinha esperança sim da gente ficar juntos, mesmo sabendo que meu pai não gostava dele, mas depois de saber de tudo, a esperança morreu.

Ele me decepcionoi demais, e tenho amor proprio suficiente pra não voltar com ele. Aquele cara me enganou, enquanto eu pensava no nosso futuro, ele pensava nas maneiras de como matar meu pai.

Desgraçado!

A raiva que tô sentindo dele não cabe no papel.

K

M: Tá pensando no que? - sentou no sofá ao meu lado.

Kamilly: Em nada demais. - sorri falsa.

KM: Falei com a Letícia ontem...- sussurrou, e eu encarei ele. - Vou me encontrar com ela hoje mais tarde.

Kamilly: Kauê, para de maluquisse, isso pode ser uma armação, sabia? - cruzei meus braços.

KM: Ih, pô, nada a ver. - fez careta, e eu revirei os olhos. - Vamo comigo...vai ser perto do muro que divide aqui com o Morumbi.

Mordi meu lábio inferior e fiquei pensando por um tempo. Ainda tinha minhas dúvidas que a Letícia estava viva, então hoje seria perfeito pra tirar essa dúvida.

Kamilly: Eu vou...

******

Era mais de uma da manhã quando sai de casa com o Kauê. Tava um frio do caralho, e garoando também. Aqui em São Paulo frio e garoa é normal, terra da garoa né?!

Fomos andando na direção do muro que duvide a favela do bairro nobre, o Morumbi.

KM: Vamo esperar um pouco ae. - me olhou, e se encostou no muro. Ajeitei minha blusa de frio e cruzei os braços.

Tava tremendo de frio ali, quase dando meia volta pra voltar pra casa, quando uma pessoa veio andando em nossa direção. De longe, não consegui ver o rosto da pessoa, mas cada vez que ela se aproximava eu conseguia enxergar mais.

Letícia: Oi...

Eu nem deixei ela dizer mais nada, só andei rápido até ela, e abracei ela com força. Não me aguentei muito não, comecei a chorar maneiro ali.

Nem tava acreditando. Eu vi ela morta naquela hospital, e agora ela me aparece aqui, vivona.

Kamilly: Caralho...como?

Ela sorriu de lado e comecou a contar tudo o que aconteceu desde aquele dia do acidente, até o que anda acontecendo hoje.

Kamilly: Essa Bruna é uma filha da puta, meu Deus...- suspirei, e ela sorriu. - Mas amiga, eu tava com tanta saudades cara.

Abracei ela novamente, e chorei mais. Letícia mesmo sendo do jeito que é, chorou junto comigo ali, enquanto Kauê só ficava vendo nós duas ali.

Letícia: Só peço uma coisa, tomem cuidado com a Bruna, ela tá vindo com tudo...

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