O Pai Supremo

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Stephen abriu os olhos esverdeados. Sua projeção astral voltou e se conectou outra vez com seu corpo, que flutuava no ar em posição de meditação com a ajuda de sua capa Levy na sala do Sanctum Sanctorum. O lugar ainda estava apenas parcialmente iluminado, não que fosse ficar ficar bem claro com a luz solar, pois a intensidade do sol pouco penetra pelo os vitrais místicos do lugar. Mas a falta de iluminação da mansão em Becker Street, onde residia o Santuário de Nova York, ainda era algo que incomodava o ex-neorocirurgião. Lembra bem como seu apartamento em um dos muitos prédios altos de Manhattan, era, além de luxuoso e espaçoso, muito bem iluminado, com enormes janelas de vidros, no entanto, isso não quer dizer que Stephen não gostava de viver alí, naquele lugar que era sua obrigação proteger.

__E, então, achou o garoto? __Stephen ouviu a voz de Wong e girou a cabeça na sua direção, já com os olhos injetados, pois havia uma nota de humor na voz do companheiro de Santuário e, só para irritá-lo, completou: __O pai Supremo conheceu o filho?

Stephen girou os olhos e fez a capa da levitação o ajudar a descer ficando já de pé. Levy não pensou duas vezes antes de se soltar dos ombros de Stephen e sair flutuando da sala. Não demorou para o Mago Supremo ir atrás, em direção a cozinha, passando por Wong.

__ Já falei para não me chamar assim. __Disse __preparou meu chá?

__Nosso chá, você quer dizer. __Retrucou o monge asiático. __Então, sim, eu fiz.

__Ótimo. Estou faminto.
Assim que entrou na cozinha, Stephen parou, irritado.A capa Levy estava "sentada" à mesa usando sua cadeira. Ela "segurava" um jornal com uma das pontas da barra do manto como se estivesse lendo as notícias e, a frente dela, na mesa, ela girava com a outra ponta uma xícara com chá.
Strange andou até o manto abusado e puxou o jornal para si.
__Vai amassar meu jornal antes que eu possa lê-lo, coisa que você não pode fazer porque não têm olhos. __Ele olhou mais atenção para a xícara sobre a mesa. __Essa xícara é a minha? Esse é o meu chá?

A capa também ficou irritada,ela voltou a agarrar o jornal e tentou puxar das mãos de Stephen.

__Pare, Levy! Vai rasgar... _Tarde demais,o jornal partiu ao meio. E como se tivesse ficado satisfeita estar só com uma parte do jornal, Levy saiu voando para fora da cozinha levando a sua metade junto.

Strange jogou o outro pedaço do jornal na mesa e levantou as mãos, trêmulas, no ar.

__Estou cercado por loucos! __Gritou __ E um deles nem ao menos é uma pessoa!

__Deveria parar de tentar desafiar Levy. __Aconselhou Wong,com um sorrizinho nos lábios. __Sabe que ela quando quer uma coisa, não pode impedí-la de ter.

__Essa capa é louca, isso sim!__Falou alto na direção da porta,por onde Levy saiu, esperando que ele fosse ouvido.

Strange sentou na cadeira da cabiceira da mesa, passando a mão no a cabelos levemente grisalhos, não que fosse velho, era na verdade, uma característica bem charmosa dele, que incluía também um cavanhaque bem desenhada, e igualmente grisalha.

__Não respondeu minhas perguntas, Stephen. __Lembrou Wong, fazendo a mesma coisa que o Mago e sentando á mesa.

__E não irei responder até parar de me chamar de pai Supremo. __Declarou Strange.

__Mas é o que você é._Insistiu o asiático. __Você é o Mago Supremo, protetor das artes místicas e do ocultismo, mas que também é pai, por tanto, um pai Supremo. Sabe, isso faz de seu filho... como é mesmo o nome dele?

Stephen encarou o amigo gordinho,sabendo que ele não iria desistir. Estar com essas perguntas e brincadeiras desde que revelou que tinha um filho e que ele já era um adolescente. Respirou fundo e respondeu:

Um Mago em minha vida Onde histórias criam vida. Descubra agora