◈ Kapitel 28 - Spezielle Frau ◈

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"Good enough to make the ocean look like it's a pond
Good enough to turn the valleys into mountain tops
And we live like legends now, know that would never die
Oh, we got love, we got love"

- Got Love
Tove Lo

Freitag, 2 august 2019

Freitag, 2 august 2019

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Desperto.

Heidi acabou por dormir enquanto líamos o livro. Preferi não a acordar. Ficamos os dois sobre a cama hospitalar. Ela dorme de uma forma serena, e nem me sinto incomodado por termos dormido aqui juntos. Talvez ao acordar, sentirá com timidez, mas é o que menos importa agora.

Médicos são os piores pacientes que existem. Vontade de sair daqui, é o que mais tenho, mas antes de tudo, não posso ser negligente com a minha saúde. Sei que independentemente do que acontecer, manterei por um longo tempo, de repouso, quer dizer, se caso eu receber um transplante, porque se for do contrário...

Infelizmente, quimioterapia não fez o efeito, e tenho que receber o transplante, o quanto puder. Estive otimista por este período, só que agora, a situação é diferente.

Eu possuo um irmão e uma irmã, que são mais novos do que eu, e eles seriam os melhores doadores, mas eu não fui atrás. Não tenho dúvidas que o Sven e a Alissia, logo viriam para Munique, e estariam dispostos para serem os doadores, só que decidi não ter o contacto. Faz muitos anos que não tenho contacto com ninguém que seja meu parente.

A minha família possui uma grande empresa no ramo de joias, e com várias filiais espalhadas pelo mundo. Todos têm uma profissão interligada com ela. A Alissia já não sei, estava pequena na época que saí de casa. Quando tive a maioridade, começou o dilema.

Eu nunca quis exercer nenhuma função na empresa, e muito menos assumir o lugar do meu pai. Sempre quis ser cirurgião, sempre foi o meu desejo, só não queriam que eu seguisse esta carreira. Foram vários os dias que haviam discussões, o que nunca antes tinha acontecido. Embora a família Richter estivesse numa grande classe financeira, nunca faltou dinheiro, mas também o que nunca faltou, foi amor. Meus pais não ficavam apenas a dar atenção em lucrar mais e mais, porque dinheiro pode dar felicidade sim, consegue pagar muitas coisas que a pessoa deseja, só que sempre aprendemos que o material, não é o essencial.

O essencial é o amor. É o sentimento. Eu, meu irmão e a minha irmã sempre fomos criados da melhor forma. Todos os finais de semana, saíamos para algum lugar, estar em família, e aproveitar todos os momentos. Também eram viagens que fazíamos, as doações, porque, por mais que tínhamos muito, queríamos ser solidários. Temos alimento a cada dia, e infelizmente, há muitos que têm de trabalhar duro, para alimentar a família. A solidariedade, deveria ser um ato muito praticado. Outras pessoas fazem apenas por status, mas, tu tens de fazer algo, e sentir feliz pelo que fizeste. Eu sentia tão alegre e emocionado quando uma criança via um brinquedo com brilho no olhar.

Tudo mudou logo após eu querer seguir um outro caminho.

Meu pai até teve um infarto quando disse qual seria o curso universitário que iria fazer. Naquele momento, eu era imaturo. Não pensei em nada, apenas fugi de casa. Para mim só pensava no desgosto que eles teriam. Deixei apenas uma carta, sem dizer para onde ia. Mais tarde eu pude imaginar que, ao fugir, fiz o pior.

Fui para Londres, comprei a passagem com o dinheiro que eu tinha. Ingressei na universidade, e fui bolsista. O meu sobrenome tinha peso, mas eu não queria que nada que eu conseguisse, fosse pelo fato de eu ser filho de quem sou. Eu estudava de manhã, e trabalhava à noite, num bar, como barman. Foi duro a vida que eu tive, e situações que nós passamos na vida, deixa-nos com mais maturidade.

Regressei para Alemanha, e preferi vir ficar em Munique. Comecei a exercer a minha profissão como cirurgião ortopédico. Eu sentia-me feliz, mas faltava algo. Fui atrás da minha família, mas na última hora, desisti. Ficava a pensar em como o meu pai ficaria ao ver o que eu sou antes. Talvez ficaria decepcionado.

Heidi remexe no meu colo.

Eu nunca saberei como agradecer por tudo que ela está a fazer por mim. Desde o primeiro dia, esteve comigo na sessão da quimioterapia. Tentava dizer para que não estivesse do meu lado, que não precisava daquilo, mas no fundo, eu queria.

Não sabe que estou ciente que fez um exame para descobrir se é compatível comigo. Não só ela como Karleen, Tim e Sebastian. É muita generosidade por parte deles. São os primeiros residentes que eu supervisiono, e não é apenas a residência que mostra que vão ser bons cirurgiões. Eles são boas pessoas, colocam no lugar dos outros. Ser um bom cirurgião, não é apenas saber realizar uma cirurgia com sucesso, e sim também ser empático. O nosso principal objetivo, é fazer com que o paciente saia do hospital com uma boa saúde, tentamos sempre o possível.

O que a Heidi está a fazer comigo, é o que uma pessoa que ama, faria. Sim, eu sei dos sentimentos que ela tem por mim. Tentou esconder, principalmente de mim, só que nunca conseguiu. Nunca tentou me seduzir. Eu tentava não chegar perto dela, como ela também, mas há algo que fazia ser o contrário. Tornámos amigos, que se encontravam a noite de vez em quando no bar.

Não tive namoradas. Foram certas mulheres que conheci, mas nada que demorasse muito tempo. Foram algo breves. Com a Heidi, sinto-me diferente. Ela faz-me sentir melhor. É a pessoa que mais tive proximidade, após eu ter fugido da minha família.

Em algumas noites que esteve aqui, ouvi-a a chorar. Pensava que eu estava a dormir. Ela tinha medo. Afasto uma mexa do teu cabelo.

Eu não estou com medo. Tenho esperança e fé que tudo vai correr bem. Que dentre eles, um vai ser compatível. Pode demorar, mas eu irei ter a minha vida de volta.

O que eu comentei, quando chegou no quarto ontem à noite, eu acredito que a fez pensar diferente. Pronunciar a palavra "namorado", foi dito com naturalidade, só que, seria dito do contrário, se caso ela realmente tivesse. E sim, quem a tiver na vida, será uma pessoa sortuda. Ela é tão bela! Acaricio a sua face, e beijo a sua cabeleira.

A porta do quarto, abre. Deduzo que seja uma enfermeira ou a oncologista. Quando a porta é mais afastada, pessoas entram.

Vejo os meus pais e os meus irmãos, parados, no meio do quarto. Minha mãe está a chorar, meu pai com uma cara triste, e os meus irmãos, da mesma forma.

Eu fico sem reação. Depois de tantos anos...

- Filho... - minha mãe aproxima.

Heidi acorda. Abre os olhos aos poucos, e observa-me primeiro. Depois vê a minha mãe, e levanta logo. Fica sem entender o que está a acontecer. E nem mesmo eu.

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Estão em atividades duas obras minhas. Everything I Ever Wanted e Ik Hou Van Jou. Podem encontrar no meu perfil. Os dias de postagens estão na bio. Convido-vos a aventurar em mais uma leitura.

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Bjs da Karleen

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