5.Trágica melancólica Cura

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Minhas pálpebras pesam me afundando em um sono profundo, lembranças alegres se tornando pesadelos. Me esforço para fugir da escuridão, esfrego os olhos observando a poeira no ar, respiro fundo urgentemente. Foi só um pesadelo, mesmo assim esse não é meu quarto nem muito menos meu corpo. Estico os dedos bloqueando a luz forte do sol que emana pelas cortinas translúcidas. Todo o pequeno quarto tem um toque rústico igual a casa de meus avós, dessa vez o cheiro insuportável sumiu dando lugar ao leve toque de pinho. Devem ter limpado o lugar enquanto estava apagada.

— Para com isso Jacob! — Grita Billy Black antes que mais algum prato se espatife no chão, posso ouvir a cadeira contra a madeira velha do piso rangendo — Estas louco?

— Não, louco está o senhor! Temos uma daquelas coisas em nossa casa. Os Cullen virão por ela e a trégua estará acaba. — Proferiu rouco, melancólico. Estendo as pernas largando meus pés contra o chão frio.

— Eles nem se deram conta que ela desapareceu... talvez Alice não seja tão importante. — Billy resmunga fazendo meu coração bater em amargor.

Ele tem razão, não sei quanto tempo se passou, mas não parecem terem se dado conta que desapareci. Não sou a verdadeira Alice de qualquer jeito. Firmo minhas pernas, estranhamente o ferimento antes na direita sumiu, cicatrizou. Agarro a cômoda ao lado, faixas e faixas de sangue estão adormecidas em uma bacia de água. Estranhamente o sangue não é tentador pra mim, nem mesmo consigo sentir seu cheiro.

— O que tem de errado comigo?— Sussurro rouca.

— Talvez você tenha razão, mas mesmo assim duvido muito que ela quisesse voltar a ser humana. — Rosna o mais novo, ouço seus passos pesados andando de um lado a outro — Aquela lenda...

— Jacob Black! — Billy gritou nervoso fazendo sua voz ecoar pela casa — As marcas de lobisomens, vocês dois morderam ela, seu pescoço foi muito perfurado iria morrer de qualquer forma ao menos dei uma chance a pequena de lutar uma última vez. — Foi abaixando o tom me fazendo aproximar os ouvidos da porta.

Engulo em seco, grudo minhas mãos na mesma sentindo a aspereza da madeira. Tento ouvir o que estão falando com clareza. A corrente de ar fria percorrer meu corpo arrepiando me por completo.

— D-desculpa, meu instinto de lobo falou mais alto, estava em nosso território. — Resmungou se jogando contra algo macio, deixando os pés caírem no chão com um banque. — Eles são perigosos.

— A lenda diz que... — Começa Billy falando baixo

— Você leu os livros antigos pai, sabe que poucos vampiros foram curados! Pelo estado dela provavelmente não vai aguentar mais um dia. — Declara com a voz trêmula.

Antes que consiga conter um espirro, tapo minha boca, passos se aproximam da porta, me afasto agarrando a primeira coisa que vejo pela frente, pego o abajur velho o erguendo. Longos minutos passam arrastados, seguro a respiração. A porta entre abre, reconheço a cabeleira de Jacob sem hesitar jogo o objeto contra ele o fazendo quebram contra o mesmo. 

— Fique longe de mim! — Gaguejo sem me dar conta.

Ele levanta a cabeça, sangue escorre da testa, descendo encontrando a curva de suas sobrancelhas. Hesito dando um passo pra trás batendo contra a cama, caindo de bunda na mesma.

— Tenha calma, Alice. — Ele rosna cheirando o ar, seus olhos se abrem mais deixando nítido a surpresa — Deu certo.

— Se afaste agora assassino! — Grito pegando a jarra de vidro abandonada ao lado do bide ainda cheia, ameaço.

Distorting -  A Linha Do Tempo.Onde histórias criam vida. Descubra agora