Distorting - A Linha Do Tempo.

15.Tempestade

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Queria pensar que tudo isso não passa de um pesadelo, que vou acordar em uma cama de hospital com meus pais preocupados e ter de volta toda minha vida entediante. No entanto nem que eu chorasse por mil anos poderia reverter aquele maldito pedido. De qualquer forma duvido que tenha muitas possibilidades do meu corpo ter sobrevivido ao impacto, colidir com aquele carro, deixada no asfalto engasgada com o próprio sangue.

Agora tudo que me resta é rezar para que Carlisle ache uma forma de me transformar de novo em vampira. Esfrego as mãos ensaboadas no rosto ignorando as olheiras por noites que passei acordada gritando de dor... parece que o veneno de um vampiro acelera o processo de morte.

Deixo a água gelada relaxar minhas mãos, pego a toalha ignorando o olhar cuidadoso do vampiro atrás de mim.

— Falei com Billy. — Conta meu pai com um sorriso forçado tentando parece otimista — Ele disse que talvez uma tribo ao leste saiba uma possível...

— Cura para a cura? — Questiono irônica apoiando minhas mãos na pia de frente ao espelho — Quanto tempo tenho?

Carlisle paralisou em uma expressão vazia de sentimentos, sei que quer me dar boas novas, que encontrou algo que pode mudar tudo.

— Não sei dizer, querida. — Sinto a angústia em sua voz rouca — Seus irmãos foram para leste em busca da tribo, mas não acharam nada ainda...

Rosalie e Jasper haviam partido antes do nascer do sol sem despedidas, quando acordei as cortinas estavam fechadas. Me firmo na parede oposta saindo devagar do banheiro ainda soube o efeito dos sedativos.

— E Jacob? — Questiono relembrando da porcaria da lenda — Se eu morrer ele...

— Billy não quis entrar em detalhes. — Gagueja Carlisle nervoso — Mas ele não está nada bem.

Estamos ligados, quando meu coração parar de bater o de Jacob também parará e por fim minha segunda chance será roubada.

Dou passos arrastados com ajuda de Carlisle apoiando meu braço no seu. Suspiro dando um passo de cada vez. Observo a janela entreaberta, folhas voam com o vento forte lá fora, temporada de chuva de acordo com o clima tempo.

— Queria falar com Jacob... preciso... — As palavras escapam entre meus lábios.

— Melhor não. — Alerta me ajudando a sentar na beira da cama macia — Deve se recuperar primeiro.

Carlisle era um pai cuidadoso, faria qualquer coisa pelos filhos... mas não tinha o que ser feito para o nosso desespero. Firmo minhas mãos no colchão me aconchegando na pilha de travesseiros que Emmett trouxe logo pela manhã antes de sair para a escola.

Eles não dormiam, tinham muito tempo para pesquisar, tentar descobrir algo. No entanto lendas dos lobos são raras e algumas fantasiosas demais para acreditar.

— Tome mais um gole do chá. — Ordena pegando a pequena xícara e a estendendo para mim — Vai fazer se sentir melhor.

Pego o objeto quente levando rapidamente ao lábios, bebo grandes goles sentindo a garganta queimar. Carlisle fica em silêncio observando lentamente as faixas cobrindo os machucados que aqueles homens me causaram. Seus olhos pararam na mordida coberta por um curativo, dá um passo pra trás receoso, como se precisasse pedir desculpas.

Não é culpa dele que não tenha dado certo, nada nesse mundo parece fazer sentido, não deveria ser assim, ninguém parece seguir o que li por todos aqueles anos.

— Vai ficar tudo bem, querida. — Consola tanto a mim como a si mesmo.

— Carlisle. — Ouço a voz receosa de Esme na porta hesitante — O chefe de polícia ligou. — Repuxa um sorriso nervoso — Quer falar sobre a autópsia dos ataques de animais.