13.Verdades e Sangue

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Tudo parou no mesmo momento que beijei Jasper em um ato de panico, desespero... seria muita crueldade não assumir a responsabilidade pelo que havia acontecido, claro, não fui eu que desmembrei e arranquei a cabeça daquele homem enquanto sorria. Suspiro deixando as gotas de chuva distraírem o medo em meu peito. 

Nesse banho de sangue a tempestade aumentou, acumulando poças, misturando vermelho com o asfalto que parece um lago perante a penumbra da noite.

Jasper olhou pra baixo, para o sangue em suas mãos, cobrindo suas vestes de vermelho vivo. Sei que está provavelmente arrependido, com medo de não conseguir se controlar. Estendo minha mão para a dele o fazendo olhar em meus olhos com os seus tão carmesim e assustadores como do pesadelo que tive. Tento usar as palavras certas, mas não existia nenhuma, repuxo um sorriso quebradiço escondendo meu tremor em meio ao alerta em minha cabeça.

— Precisamos sair daqui.— Sussurro rouca entrelaçando nossos dedos, sujando os meus com o sangue das vitimas.

— O tratado com os Quileutes...

— Não importa agora. — Interrompo o puxando, mas ele esta relutante — Alguém pode ter ouvido os tiros... preciso me livrar dos corpos. — Diz por fim sem um pingo de emoção, parece estar agindo no automático.

— O que está feito está feito. — Resmungo apertando sua mão — Vamos embora. — Declaro sem hesitar.

Jasper olha para os lados procurando alternativas, observando os corpos, percebo um sorriso querendo escapar quando seus olhos param no homem que tinha me jogado no chão minutos atrás. No fundo eu sabia que ele não se arrependia do que tinha feito, mas sim de eu ter visto. A raiva e impulsividade é a natureza de um vampiro, saciar sua sede de sangue.

Não posso me esquecer, não devo comparar ele com o puritano do Edward, matar no começo para ele era uma tortura a si mesmo... contra seus princípios. Engulo em seco afundando meus pés em uma poça seguindo a calçada escura sem medo, não havia perigo, não quando estou segurando a mão de um monstro.

— Alice... Alice! — Meu nome escapa entre seus lábios entre abertos puxando minha mão, fazendo me bater contra seu peitoral. — Por favor pare.

Seguro a respiração absorvida por suas palavras, não consigo entender. Deveríamos sair o mais rápido possível da cena de crime, no entanto encaro seus olhos vermelhos e desejo não ter feito isso porque meu coração bate forte querendo fugir.

— Temos que sair daqui... — Gaguejo mordendo a língua em seguida.

— O que você viu? — Questiona soltando minha mão permitindo me dar dois passo pro lado escapando de seu aperto.

— Do que está falando Jasper? — Interrogo controlando minha irritação, ignorando o desespero em meu peito.

Seus olhos carmesim deslizam pelo meu rosto parando no corte em minha bochecha, espero que diga alguma coisa, mas tudo que faz é se virar de costas, erguer a cabeça em direção a lua que se esconde pensativo.

Dou um passo pra frente hesitante, sinto a dor latejante subindo por minha perna seguida de arrepios. Puxo meu cabelo pra trás junto com as gotas de chuva que embaçam minha visão. Não consigo entender o que se passa na cabeça dele, nem na minha admito.

— Jasper?

— Teve visões comigo não teve? — Questiona se virando lentamente, tentando esconder a magoa — Por isso disse aquilo...

Minhas emoções entregam o jogo rapidamente, não seguro as lagrimas, elas se misturam com a chuva deixando meu coração dançar entre dizer a verdade ou mentir. Mordo o lábio sentindo o gosto metálico calmante, levanto a cabeça encarrando seus olhos tensos sobre mim, esperando uma resposta que não quero dar.

Distorting -  A Linha Do Tempo.Onde histórias criam vida. Descubra agora