Capítulo 2. Todos os dias

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Neste fim de semana, querida leitora, a nossa mais que amada Beth Evans dará um baile em sua casa, o primeiro desde o seu retorno de viagem ao lado de seu marido, o marquês de Thunderberg.

Este está sendo o evento mais aguardado da temporada que se aproxima cada dia mais do fim, mas ainda há tempo para fisgar um marido, esta autora gostaria de salientar que Ethan Hunter, os três irmãos Campbell e diversos outros lordes ainda se encontram livres para serem fisgados.

TABLOIDE DE GRUFFIN, por LADY EMYLINE.

Ele desceu a escada de casa na manhã seguinte, ouvindo as conversas à mesa de café da manhã. Era bom ver que a família voltava a ser falante e animada, coisa que não eram nos últimos dias, não importava que falassem – pela milésima vez – sobre a fofoqueira Lady Emyline, a qual Emma era uma grande apreciadora. Fato que não chocava Anthony, já que era de conhecimento público que Emma era uma grande fofoqueira intrometida que vivia cuidado da vida dos irmãos, da mesma forma que Emyline fazia com o restante de Gruffin – e também com os Campbell várias vezes no mês, mas isso era normal, eram a família do duque.

- Ah, mas nunca vi ela escrever uma coluna com mentiras ou difamações. – Emma diz encarando a irmã enquanto pega o vidro de geleia. – Lady Emyline publica o que todos pensam e não têm coragem de admitir.

- Ela tem razão. – Cat argumenta apontando para a irmã.

- Vocês dizem isso pois ela nunca foi desfavorável com vocês. – Kate diz para as filhas. – Um dia alguém vai descobrir a identidade dessa escritora, aí eu quero ver o que ela vai fazer.

- Não se esqueça, mamãe, que ela já criticou meus vestidos e disse que não fico bem de vermelho. O que não deixa de ser uma verdade. – Emma rebateu.

Anthony aparece na sala de jantar e observa a cena enquanto se senta para tomar o café da manhã.

- Lady Emyline publicou algo sobre nossa família? – ele pergunta a ninguém em especial.

- Desta vez, não. – Cat diz sem olhar para o irmão.

- Então não há com o que se preocupar. – Ele diz e a mãe o encara.

- Qual é o problema de vocês? Eu criei vocês para terem mais empatia com os outros. – A matriarca diz do seu lugar, enquanto observa os filhos.

Desde a primeira publicação do tabloide de fofocas, Katherine fora completamente contrária às alfinetadas de Lady Emyline, ela não entendia o propósito de publicar críticas tão severas com a alta sociedade.

- Que tal esquecerem dessa fofoqueira e falarmos de outro assunto? – Joe aparece na sala. – Talvez sobre o baile de Beth amanhã.

- Ah, ótima ideia! – Catarina diz animada. – Eu vou com Amélia e Marie comprar meu vestido para o baile.

Como em um timing perfeito, Leopold, o mordomo, entra na sala e anuncia:

- As senhoritas Berbrook e Sheep estão esperando por Lady Catarina na sala de visitas.

Cat se levanta de seu lugar à mesa e sai com um sorriso no rosto.

***

Algumas horas depois, ainda na manhã de sábado, Anthony e Joe se encontravam no clube masculino que frequentam regularmente na cidade, Caleb estaria com os dois se não estivesse viajando. Uma semana depois da morte do pai, ele partiu para uma viagem pela Escócia, ele e Emma completaram dezoito anos pouco antes da temporada se iniciar, ele informou à família no mesmo dia que não desejava cursar a universidade como os irmãos mais velhos, ele iria viajar o mundo e se inspirar para a sua arte. Caleb sempre fora o filho mais artístico, desde os treze anos ele desenvolvia suas técnicas de desenho com grafite e carvão, certamente fora o filho que herdou o lado artístico dos dois lados da árvore genealógica da família, ele também era o único que aprendeu a tocar piano como o pai- e toca muito bem, o pai sempre o elogiou por tê-lo superado.

Um amor nada nobreOnde histórias criam vida. Descubra agora