Capítulo 28. Um exemplo para mim

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Agora é oficial, a ilha de Gruffin possui uma nova duquesa!

O casamento do duque e da nova duquesa aconteceu ontem em Gwendolin, no rancho da família Campbell. Foi uma cerimônia simples e bem íntima, mas estava tudo muito lindo e aconchegante, como tudo que envolve a duquesa viúva, Katherine.

E lá se foi mais um ótimo partido que as mamães casamenteiras não conseguiram ter como genro...

TABLOIDE DE GRUFFIN, por LADY EMYLINE.

Sophie acordou, na manhã seguinte, demorando para assimilar onde estava, então tateou ao seu lado na cama, procurando por Anthony. Seu marido. Ainda era difícil de acreditar, mais difícil ainda era acreditar que agora ela era a duquesa de Gruffin...

- Anthony? - chamou com a voz sonolenta.

Ela sentou-se na cama e olhou o quarto vazio, levantou-se e pegou a camisola caída próxima ao pé da cama, vestiu-se e colocou a cabeça para fora do quarto, tocando o sino dos criados no corredor e depois voltou a se enfiar debaixo das cobertas ainda quentes. Uma criada apareceu na porta e Sophie pediu para que a jovem preparasse o seu banho, ela com certeza precisava de um para começar o dia bem, depois da noite de ontem.

Um sorriso brotou nos lábios dela ao pensar nisso.

Depois de ter tomado banho e colocado o vestido mais quente que tinha na mala, Sophie desceu as escadas da casa.

- Bom dia senhora, - disse o mordomo da casa ao vê-la. - O duque pediu desculpas por sair tão cedo, disse que tinha um problema para resolver.

- Ele disse para onde ia? - ela perguntou preocupada.

- Não, mas ele não saiu da propriedade. - O mordomo falou, seguindo-a até a sala de jantar, onde uma mesa enorme de café da manhã esperava por ela. - Deve estar lidando com algum problema com os empregados ou nos estábulos.

- Certo, obrigada. - Ela agradeceu, dando um sorriso e dispensando o mordomo, duvidava que se acostumaria em ter sempre um criado seguindo-a e estando sempre de prontidão para realizar algo que ela pedisse.

Assim que acabou de comer, Sophie colocou um casaco de lã por cima do vestido e saiu pela porta dos fundos da casa, tinha chovido durante a noite e a grama estava molhada sob os pés dela. Ela caminhou em direção aos estábulos, procurando por Anthony, o local não ficava muito longe. Mas quando estava no meio do caminho algo lhe chamou a atenção, ele estava debaixo de uma árvore, sentado em um banco.

Intrigada, Sophie caminhou para mais perto dele e viu uma lápide ao lado do banco de pedra, devia ser a lápide do pai dele, pensou ela.

- Anthony? - ela chamou, se aproximando mais, e ele se virou para trás para vê-la. - Está tudo bem?

Ele indicou o espaço ao seu lado no banco para que ela se sentasse, e ela o fez, ele segurou a mão dela.

- Esse era o lugar preferido dele na ilha toda. - Ele disse com um leve sorriso se formando. - Ele sentava nesse banco quando queria pensar e ficava observando a paisagem. - Sophie olhou a paisagem à sua frente, dava para ver algumas montanhas gramadas, o pasto dos cavalos do rancho e algumas casinhas ao longe. - É estranho sentar aqui e não ter ele ao meu lado, agora sou eu que uso esse banco para pensar sobre os problemas da ilha, eu durmo na cama dele nesse rancho, eu faço o trabalho que era dele, carrego o título dele e cuido da família dele... eu sou o substituto dele. - ele suspirou ao terminar de falar.

- Seu pai teria orgulho de você se pudesse te ver hoje, você é ótimo em tudo que faz. Ele sabia que você seria bom para o povo e para a sua família. - Sophie apertou a mão de Anthony. - Você não precisa se preocupar com isso, você é ótimo e seu pai teria orgulho de você.

- Eu daria tudo isso para ter ele aqui ainda. - Anthony finalmente se virou e encarou-a. - Tudo!

- Eu sei. - Ela disse, reconfortando-o. - Eu também daria tudo para ter os meus pais de volta, mas eu não posso fazer isso, então só me resta viver a minha vida e guardar as boas lembranças deles no meu coração.

- Você foi muito forte todos esses anos. - Ele disse, abraçando-a.- Não posso nem imaginar como deve ter sido difícil seguir em frente depois do que aconteceu.

- Eu tinha dois irmãos para cuidar. - Ela encolheu os ombros. - Fiz tudo que estava ao meu alcance por eles. E ainda faço.

- Você é um exemplo para mim. - Ele abraçou-a mais forte e olhou nos olhos dela. - E eu te amo tanto...

Antes que ela pudesse dizer que também o amava, os lábios dele encontraram os dela, beijou-a lentamente, deliciando-se com os lábios dela, totalmente entregues a ele.

- Me desculpe por sair tão cedo da cama sem dizer nada. - Ele pediu, afastando-se dela, ainda abraçando o corpo de Sophie.

- Está tudo bem. - Ela garantiu, abrindo um leve sorriso de compreensão para ele. Sophie podia imaginar como deveria ser para ele estar naquele lugar, com tudo ao redor lhe lembrando do pai e fazendo a saudade crescer cada vez mais dentro do peito. Ela mesma já havia passado por isso, mas ela foi enxotada para fora de casa depois da morte dos pais, não vivia em um lugar onde as lembranças a encontrava.

E eles permaneceram ali, abraçados e olhando para o horizonte, por algum tempo, até que se levantaram e resolveram voltar para casa. 

Um amor nada nobreOnde histórias criam vida. Descubra agora