Capítulo 17. Não foi sua culpa

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Notícias sobre a duquesa:

Esta autora tomou conhecimento de todo o caso, Kate teve um ataque cardíaco e foi levada ao hospital, mas já está fora de perigo. Segundo as fontes, ela deve receber alta ainda hoje, mas ainda não é nada confirmado.

Todos nós desejamos melhoras a ela.

TABLOIDE DE GRUFFIN, por LADY EMYLINE.

O sol tinha se posto, tinha nascido e já estava quase querendo se esconder de novo. Anthony mandou que Joe e Beth levassem os outros irmãos para casa e que descansassem, ele ficou no hospital com a mãe, tinha medo de dar as costas e algo acontecer, tinha medo até de tirar os olhos dela. Beth e Joe reapareceram na manhã seguinte, Anthony não tinha pregado os olhos e os irmãos apreciam não ter feito isso também, o que preocupou um pouco ele, já que Beth estava grávida e precisava descansar.

Eles permaneceram os três sentados no quarto, olhando para a mãe em silêncio, com medo de que o menor barulho pudesse prejudicar a recuperação dela. O médico passou por ali duas vezes durante a manhã, examinou ela e disse que tudo parecia bem, ela deveria acordar em breve, a enfermeira também fez uma visita para ver como tudo estava. Todos ao redor pareciam muito preocupados com Kate, ela sempre foi muito querida pelas pessoas de Gruffin, assim como o marido, ela também deu a vida para tornar a ilha um lugar agradável para as pessoas viverem.

Kate acordou por volta das dezessete horas, passou mais de vinte e quatro horas desacordada, mas a primeira coisa que disse foi:

- Vocês três estão péssimos, parece que não dormem há dias.

Os três riram. Anthony se levantou em um pulo e se colocou ao lado da mãe, sendo seguido por Joe e Beth.

- Como a senhora se sente? – ele perguntou, preocupado.

- Como se tivesse sido atropelada por um trem. – ela respondeu, pressionando o peito. – O que aconteceu comigo e por que estão com essas caras? Não me digam que eu realmente fui atropelada por um trem.

- A senhora sofreu um ataque cardíaco. – Joe disse, ao pé da cama. – Passou mais de vinte e quatro horas desacordada.

Anthony notou a preocupação no rosto da mãe ao ouvir as palavras de Joe, ela olhou para os três e depois desviou o olhar.

- Onde estão os outros? – ela perguntou, olhando pela porta.

- Em casa. – Beth falou. – Eles estavam aqui ontem, mas não deixei que eles voltassem hoje, Emma e Catarina mal dormiram durante a noite.

- A senhora teve algum sintoma? – Anthony perguntou. – Deve ter sentido algo, por que não disse nada?

Kate olhou brevemente para ele, o que a denunciou. Ela sentiu alguma coisa, ele podia ver nos olhos dela, mas não quis falar nada.

- Vocês já tinham muitas preocupações depois da morte do pai de vocês, não precisavam de mais coisas. Principalmente você. – Ela falou, olhando para Anthony.

- Foi uma preocupação muito maior ter que sair correndo para vir ao hospital. – Anthony disse em tom severo, com o olhar concentrado na mãe. – E seria muito pior se a senhora não tivesse aguentado. Catarina estava inconsolável ontem, dizendo que o que aconteceu era culpa dela.

Kate suspirou, parecendo cansada, e Anthony resolveu deixar as broncas para depois.

- Eu vou chamar o médico. – Beth disse, já saindo do quarto.

O médico apareceu com Beth e examinou Kate pela milésima vez, dizendo que ela parecia bem, mas que precisaria ficar de repouso por alguns dias e deveria voltar imediatamente ao hospital se tivesse qualquer sintoma. Ela fez uma careta enquanto ouvia o que o médico falava, mas o olhar severo de Anthony não deixou que ela dissesse nada, ela sabia que o filho ficaria no pé dela e a faria cumprir as ordens médicas.

Quando o médico deu alta, Beth ajudou a mãe a se vestir e Anthony e Joe a ajudaram a ir até a carruagem da família, que já esperava do lado de fora do hospital. Depois, em casa, Anthony e Joe levaram-na para o quarto e a colocaram na cama, mandando uma criada trazer uma sopa para ela, mesmo contra todos os protestos dela. Anthony montou guarda ao pé da cama, preparado para amarra-la se ela tentasse se levantar, e todos os irmãos invadiram o quarto para ver a mãe e se acomodaram na cama com ela.

Catarina era a única que estava mais afastada, parecia estar com medo de chegar perto da mãe, então Anthony se sentou ao lado dela e a abraçou enquanto os outros conversavam com Kate.

- Não foi sua culpa. – Ele disse baixinho para ela e notou uma lágrima que escorria pela bochecha da irmã. – Na verdade, você pode ter salvado a vida da mamãe por estar na sala reclamando sobre seus vestidos quando ela desmaiou, se ela estivesse sozinha, poderia ter sido pior.

Ela olhou para ele com desconfiança e depois para a mãe, mas desviou o olhar, como se estivesse com medo de olhar para Kate.

- É a verdade. – Anthony insistiu. – O médico me falou isso. Você ter estado lá foi importante, Cat.

A menina abriu um pequeno sorriso.

- Mas... – Anthony prosseguiu. – Não é uma má ideia você dar uma segurada nas suas traquinagens, a mamãe já não é mais tão jovem para viver correndo atrás de você como antes.

Ela assentiu e abraçou-o de volta. Anthony nunca pensou que seria a pessoa que teria que consolar os irmãos, mas julgava estar se saindo bem com isso. Cat se soltou dele e se aproximou mais da mãe, apoiando a cabeça no ombro de Kate e pedindo desculpa por ser tão bagunceira as vezes.

Anthony ficou apenas observando a família por um momento, ele daria a vida por cada uma das pessoas naquela cama, assim como tinha certeza que eles também dariam a vida por ele, e como o pai também faria isso. Joe podia encher o saco de Anthony para que se casasse, Caleb podia sujar todas as paredes do quarto de Anthony com tinta como quando era menor, e as irmãs podiam irrita-lo com os muitos pretendentes querendo corteja-las e com os amigos de Anthony beijando-as no jardim, mas ele amava cada um dos seus irmãos e a mãe, disso ele não tinha dúvidas. Ele se sentou mais perto também e se envolveu na conversa, apenas gratos por estarem todos ali novamente. 

Um amor nada nobreOnde histórias criam vida. Descubra agora