Capítulo 12. Sei de tudo

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Algumas dicas para a noite de hoje, querida leitora: 

Evitem comer os doces de uva preparados pelos criados de Lady Ambrose; evitem beber muito suco de groselha, os reservados são longe do salão de baile; e principalmente, evitem cair na lábia dos devassos e saírem para tomar um ar fresco no jardim da propriedade, as heras altas são perfeitas para esse tipo de homens se aproveitarem das belas damas da sociedade. 

Lady Emyline odeia ter que noticiar os nascimentos de bebês bastardos e a perca de honra das damas.

TABLOIDE DE GRUFFIN, por LADY EMYLINE.

Lá estava Anthony, em uma carruagem com os irmãos e a mãe, indo para o baile oferecido pela condessa de Hemilton. Fazia dois dias desde que ele falara com Sophie, e dois dias que ele não a via, ele voltou a se enterrar no trabalho para não pensar nela, voltou a sentir a falta do pai e a evitar a família, não por conta de seus medos, mas sim porque sabia que a mãe iria notar em seus olhos que algo não estava bem e ele não queria ter que conversar com ela. Apesar de como tudo terminou com Sophie, no dia anterior ele fora até o hospital, depois de Catarina lhe dizer que Benjamin havia tido alta médica, conversou com o médico responsável pelo caso do garoto e se certificou de que tudo estava bem, queria ter ido até a casa de Sophie ver Ben, mas achou melhor não o fazer, não queria correr o risco de encontrá-la e reviver na sua memória aquele terrível último encontro deles.

Assim que a carruagem parou, ele foi o primeiro a descer, esperou o irmão descer e em seguida auxiliou a irmã e a mãe, que entrelaçou o braço ao dele para entrarem no charmoso salão de baile de Lady Ambrose. Anthony nunca foi fã dos bailes e todos os eventos das temporadas sociais de Gruffin, mas, principalmente, agora que era duque, tinha que comparecer aos eventos e sorrir, agindo como se amasse tudo aquilo.

- Vou embora às dez.- Anthony sentenciou em tom baixo para a mãe.

- Mas agora são oito. - Kate observou, um pouco incrédula.

- Duas horas são suficientes para todos notarem a minha presença e eu ter cumprido meu papel aqui.

Kate acabou concordando com ele, sabia que não adiantava discutir.

E ele estava certo, todos se importavam em saber se o duque esteve no evento, não quanto tempo ele permaneceu em tal, além disso, Anthony sempre foi bom em sair sem ser visto.

- Lembre-se do meu pedido. - Kate alertou o filho enquanto o criado vestido nos tons de preto e amarelo da família Ambrose retirava o casaco dos seus ombros.

- Eu sempre me lembro. - Ele confirmou, fazendo uma terceira nota mental, já que esquecera as duas anteriores, de que deveria dançar com Anastácia Berbrook, como a mãe lhe pediu. A moça era irmã de uma amiga de Cat e nunca teve muitos encantos, mas era uma boa companhia e dançava bem, não seria incomodo tirá-la para uma dança para satisfazer o desejo da mãe.

Kate sempre fora assim, desde que Anthony começou a participar das temporadas sociais, ela pedia para que ele dançasse com alguma dama, sempre alguma das que permaneciam nos cantos dos salões com as viúvas. Mas isso realmente não o incomodava, ele entendia os motivos da mãe, um duque não deveria descriminar ninguém.

Anthony passou um olhar rápido pelo salão, procurando por algum conhecido para passar um tempo conversando e evitando ter que tirar alguma dama para dançar, o local ainda não estava tão cheio, o que era bom, então ele avistou Beth e Peter do outro lado, próximos de uma parede, e já rumou para lá.

- Anthony! – Beth exclamou, passando os braços ao redor do pescoço do irmão. – Poderia fazer companhia ao Peter, por favor? Tenho medo de dar as costas e ele fugir para casa.

Um amor nada nobreOnde histórias criam vida. Descubra agora