Capítulo 20. O sucesso da temporada

1.6K 188 22
                                    

O duque foi visto no Bruton Park com a irmã, a senhorita Catarina, uma outra dama de identidade desconhecida e duas outras crianças. Ele e a dama desconhecida conversaram e riram bastante na presença um do outro, até se abraçaram algumas vezes. Pareceu ser um pique nique bem divertido entre amigos. 

TABLOIDE DE GUFFIN, por LADY EMYLINE.

Sophie tentou não desmaiar, controlando a respiração, não sabia se pelo sorriso dele ou por aquilo que ele dissera. Casar? O duque de Gruffin a estava pedindo em casamento? Aquilo era uma pegadinha de muito mal gosto.

- O que? - talvez ela tivesse sonhado, talvez ele dissera outra coisa.

- Nós. Você e eu. Vamos. Nos. Casar. - Ele repetiu pausadamente.

- Isso é um pedido de casamento? - ela perguntou, confusa.

- Se fosse, você diria sim ou não?

- A gente mal se conhece. - Ela argumentou, fugindo da pergunta dele.

- Como a maioria dos casais, mas eu quero muito te conhecer. - Ele disse, então se aproximou mais dela e pegou a mão de Sophie.

- Eu não sou mais uma dama nobre, não posso me casar com um duque.

- Você está tentando encontrar motivos para me rejeitar? - ele perguntou, ainda sorrindo, então algo na fala dela lhe chamou a atenção. - Espere... você disse que não é mais uma dama nobre? Você já foi nobre?

- Viu? Você não me conhece! - ela repetiu, provando seu argumento.

- Sophie, apenas me responda, você já foi nobre? - Anthony insistiu, com o sorriso desaparecendo.

- Meu pai era o visconde de Rudá. - Ela disse, simplesmente, e encolheu os ombros.

O visconde de Rudá. O homem tinha morrido em um trágico acidente alguns anos antes, Anthony devia estar na universidade na época, mas deveria se lembrar disso, deveria ter ligado os pontos.

- Isso torna tudo mais simples... - Anthony constatou, pensativo, parecendo não ver Sophie à sua frente. Sophie era nobre. Ele não iria se casar com uma camareira, mas sim com uma nobre que perdeu o status depois que o pai morreu. Ela tinha sido deixada desamparada e por isso se tornou uma criada, mas ele poderia armar uma re-ascensão social, não seria difícil conseguir fazer isso. Anthony já estava planejando algo parecido, mas agora tudo seria mais simples do que ele planejara.

Com a mão dele ainda na sua, Sophie apertou-a.

- Anthony? - ela o chamou, preocupada.

- Sophie, não me importo se você ainda não tiver certeza sobre os seus sentimentos por mim ou se não me ama ainda, não me importo mesmo. Mas você seria capaz de se casar comigo? - ele olhou no fundo dos olhos dela.

- Anthony, nós não...

- Sophie, eu já pensei em todas as consequências disso, sei que a sociedade pode não aceitar com facilidade... sei de tudo. Só preciso que me diga um sim ou um não. - Ele continuou olhando nos olhos dela. - Por favor. Eu posso resolver tudo, só preciso que me diga se me ama e se aceita se casar comigo. Para sempre. Por favor.

- Eu...

- Sim ou não, apenas. – Insistiu ele.

Sophie tirou um segundo para uma pausa dramática. Danem-se a sociedade e as preocupações dela, Anthony estava na frente dela, pedindo-a em casamento.

- Sim! Sim! Sim! - ela disse animada e abraçou o pescoço dele. – Eu amo você.

Ao se afastar, Sophie viu um sorriso largo nos lábios de Anthony que iluminavam seus olhos, ela mesma exibia o mesmo sorriso. As três crianças que antes jogavam futebol poucos metros longe deles, agora estavam paradas e olhavam a cena, Nataly tinha a testa enrugada, Ben parecia sem entender nada e Cat exibia um sorriso de orelha a orelha.

Um amor nada nobreOnde histórias criam vida. Descubra agora