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Eu tirei o ursinho da sacola antes de Jennie pegá-la. Andei até quarto quando quando ela disse que estávamos liberadas, e o coloquei no fundo do guarda-roupa. Logo Tzuyu se arruamava pois iria sair com a namorada, quando ela saía ficava até meio sem graça ficar ali.

- Eu também vou sair.

- Vai é?

- Vou dar uma rodada com a moto. Apenas eu e o meu grande amor.

- Se a patroa quiser ir junto?

- Aí eu tiro a parte do meu grande amor, pelo amor de Deus.

- Cuidado na estrada, cabeça de vento.

Eu peguei as minhas roupas adequadas e não demorei até ficar pronta, andava pelo o corredor dos fundos evitando a passagem principal. Ouvia gritos e barulhos de água, logo soube que estavam na área da piscina. Concentrei na minha moto, nada além disso.

Tive a sensação que as três estavam olhando para mim, então por isso coloquei o meu capacete e logo saí daquele mini julgamento.

Segui em direção a Changhua, onde meus pais moravam no trailer. Era uma hora mais ou menos de viajem, mas como estava de moto, não demorei tanto assim. Olhei em volta, bem do jeito que lembrava quando vim pela última vez, poderia ser pequeno, mas o conforto que aquele lugar me passava era incrível.

- Fala, meu velho! Eu não falei que vinha.

- Eu vou te dar uns cascudos se me chamar de velho de novo.- eu encontrei paz quando o abracei, não sei se estava preparada para perdê-los algum dia.- Você e essa moto ainda vão me dar problema!

- O senhor quer dar uma volta?

- Deus que me livre desse trem aí.

- Cadê a minha mãe?

- Saiu pra lavar a roupa da vizinha.

- Ela está lavando a roupa dos outros? Porque?

- Levanta a bunda daí e vai olhar a geladeira.

Meu coração doeu ao ver a situação deles, tinha apenas uma garrafa de água e uma lata de feijão. A única coisa que eu queria era tirar eles daquela situação, eles não mereciam.

- Pois é, minha filha, as coisas não são como antigamente. O seu pai aqui não tem o mesmo pique de antes, está difícil arrumar algo que me dê dinheiro.

- Pai... porque não me falou antes?

- Você é cheia de preocupações, filha. Quero que viva a sua vida.

- Não vou viver a minha vida tendo uma noção do que vocês estão passando. Eu já volto.

Peguei o meu capacete e segui até o mercado mais próximo. Assim, eu não era rica, mas tinha o suficiente para ajudar eles. Ainda sobraria dinheiro para poder dar uma pintada na motoca, não precisava me preocupar com isso. Meus pais eram mais importantes. Vi ao longe minha mãe entrando, e lágrimas começaram a nascer, eu amava aqueles dois de mais.

- Pois bem, hoje eu fico para o jantar!

Eu coloquei as sacolas em cima da bancada, minha mãe me olhou surpresa, meio que não acreditando e eu recebi o seu abraço de um jeito necessário. Mas logo também um tapa no topo da cabeça.

- Ora, pare de comprar coisas para nós. O dinheiro é seu, menina.

- Exatamente, mãe. O dinheiro é meu, e eu faço o que quiser com ele. Não tem muitas coisas, olha comprei algumas carnes, e essas coisas.

- Amanhã vou até uma casa aqui perto, estão precisando de uma arrumação geral, e vão pagar bem.

- Mãe, a senhora não pode ficar se forçando, você sabe o que o médico falou.

- Médico é uma ova, enquanto eu estiver respirando não vou parar de trabalhar. Senta aí que eu vou fazer algo para nós.

Fiquei ali com o meu pai jogando conversa fora. Era mil vezes melhor jantar com eles do que sozinha, eu não sabia se eles tinham alguma noção do que estava acontecendo. Não tinha certeza se o meu tio havia contado a eles. Se eles sabiam não queriam me contar, talvez por vergonha. Algo assim.

- Caramba, mãe! Fazia tempo que eu não comia uma comida boa dessa.

- Na mansão onde você trabalha você não se alimenta não?

- Nada se compara a sua comida. Bom deixa eu pegar a estrada agora.

- Está louca? Vai pegar a estrada a essa hora? Dorme aqui, tenho certeza que ainda se encaixa no sofá.

- Não, pai, agradeço o convite, mas não posso. Não estou liberada esse fim de semana. Volto quando puder, ok?

- Vá com cuidado, minha filha, e me ligue quando chegar viu?

- Ok, mãe. Se cuidem.

Sempre que saía dali, metade de mim ficava. Queria estar presente sempre, mas não podia visitá-los com tanta frequência. Me sentia mal por isso. Estacionei lá nos fundos da mansão, já avisando a minha mãe que eu havia chegado bem, como de costume ela me abençoou e desligou, sempre me senti confortável com aquilo.

A casa estava escura e silenciosa pois já se passava das uma quando eu cheguei. Tomei um banho e fui até a cozinha só para beber um copo de água, encontrando a branca de neve ali.

- Oi, Lisa.

- Oi.

Acenei indo em direção ao armário, estava meio nervosa com ela ali atrás de mim mas não incomodada.

- Sabe, Lisa, ainda estou pensando o porque estava tão desanimada mais cedo.

- Todo mundo fica desanimado um hora, Jennie. Eu sou uma pessoa normal.

- Você quer conversar?

- Não gosto de falar dos meus problemas pessoais.- eu coloquei o copo na pia e sorri para ela, passei ao seu lado deixando um beijo no topo da sua cabeça.- Tenha uma boa noite, cinderela.

Eu segui pelo o corredor, me perguntando daquela atitude. Porque eu tinha feito aquilo?

Light of Fame (Jenlisa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora