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Eu olhei novamente em direção para o Klahan, e pude ver os seus olhinhos escuros a me fitar. Ainda meio paralisada, chacoalhei Tzuyu não acreditando. Ele havia abrido os olhos, e me encarava de um jeito suave e um pouco cansado. Minha visão turva, a minha reação na hora foi abraçar a minha melhor amiga, chorando mais ainda acho que encontrando um momento para respirar.

Tivemos que sair dali, pois as enfermeiras logo entraram para examiná-lo, e como uma louca corri até o quarto onde Jennie estava. A observei comendo uma sopa, e ri com as suas caretas.

- Prefiro as suas comidas, Lisa.

- Eu sei, são ótimas mesmo. Jennie, o Klahan abriu os olhos! Eu vi! Ele olhou pra mim!

- Então já podemos ir para casa...?

- Vai fazer um transplante de coração nele, Nini... e se tudo der certo podemos ir sim... já estou vendo alguns apartamentos para alugar e se eu não achar nada até lá, podemos ficar na casa da Tzuyu.

- Só quero segurar ele, Lisa...

Ver Jennie chorando me machucava muito. Ainda mais porque eu queria chorar pelo o mesmo motivo. Ela encontrou conforto no meu peito, e eu pensei que seria assim daqui pra frente, eu por ela, ela por mim e nós duas pelo o nosso filho.

- Me diga alguma coisa, eu preciso saber

Então tire meu fôlego, e nunca mais solte

Se você me deixar invadir o seu espaço

Eu terei o prazer, consigo lidar com a dor

E se no momento eu morder os meus lábios

Querida, saiba que neste momento

Isso é algo maior do que nós, mais forte do que êxtase

Me dê uma razão para acreditar

- Eu amo você, Lisa.

- Iremos ficar bem, Jennie.

Eu fiquei ali com ela enquanto o transplante era feito. Tzuyu me ajudava a fazer algumas ofertas para os apartamentos que achávamos, minha concentração maior era na Jennie e se estava se aliamentando bem. Porque mesmo longe do conforto da fama, ela ainda era bem fresquinha em relação a comida.

- Cinderela, você não comeu nada.

- Essa sopa está ruim, Lisa.

Era inútil, quando se tratava de comida ela era bem exigente, mas as vezes até comia o macarrão instantâneo que eu fazia. No fundo eu tremia, rezava para que Klahan ficasse bem, era a única coisa que nós queríamos.

- Eu preciso ir agora, já está amanhacendo e se eu não aparecer no trabalho posso ser demitida. Mas prometo vir mais tarde.

- Obrigada, Tzuyu, de verdade.

- Ele vai ficar bem.

Vi Jennie segurando um pequeno ursinho que eu havia comprado, as lágrimas dela o molhava, agora eu precisava saber o motivo.

- O que foi...?

- O trailer pegou fogo... o urso que você me deu estava lá...

As vezes ela parecia uma criança. Não largava aquele urso, dormia apenas com ele, me sentia excluída as vezes. Ela me contou a importância daquele brinquedo, e que não havia sido qualquer pessoa que havia dado a ela. Eu ficava feliz por aquilo, me sentia importante na vida dela.

- Eu pego outro pra você, cinderela.

- Não vai ser a mesma coisa...

- Vai ser até melhor.

O nosso pequeno diálogo é encerrado quando o médico entra no quarto. Me levantei rapidamente me colocando ao lado de Jennie. O ar era meio pesado e eu comecei a ficar com mais medo ainda.

- O transolante foi feito com sucesso, os batimentos de Klahan estão normais para um bebê. Ele ainda apresenta dificuldade em respirar sozinho e a uma pequena falha nos seus olhos, mas isso pode ser reconstruído pelo o tempo. Pelo os exames, Jennie você já está liberada.

- Ele vem com a gente?- senti o desespero na sua pergunta. Eu estava igual.

- Ainda não, como o quadro dele ainda é delicado por conta do pulmão a sua internação é o melhor que pode ser feito agora. Estamos tentando reverter a situação.

Abracei Jennie quando ele saiu, tentando não chorar mas falhando ao ouvir os seus soluços. Doía aquilo. Poder ir embora mas não poder levar o nosso filho conosco. Quando Chaeyoung voltou, entreguei a chave do carro para ela junto a chave que Tzuyu havia me dado e aleguei que não sairia dali.

- Lisa, você está cansada, precisa dormir, volte para casa descanse, se você se sentir melhor eu fico aqui e te ligo caso aconteça. Jennie não pode ficar sem você agora.

Eu aceitei meio não querendo. Coloquei Jennie na cama quando chegamos e segui para o banheiro, conforme a água ia batendo nas minhas costas eu me sentia fraca, minha cabeça não descansava. Depois que o meu filho saísse daquela situação, eu iria atrás da Jeongyeon, e mesmo não fosse ela, a mataria com as minhas próprias mãos.

Me aconcheguei ao abraçar Jennie e pude relaxar um pouco ao sentir o perfume dos seus fios.

- Prometo a você, Nini, que quando o nosso garoto superar aquela situação, te faço a mulher mais feliz do mundo.

Light of Fame (Jenlisa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora