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- Não está doendo tanto assim. Só o meu braço que está coçando.

- Isso é normal, Lalisa, agora você precisa ficar em repouso por conta das suas costelas, mas creio que ficará bem em uma semana. Assine aqui por favor.

Ela estava bem melhor do que antes, andando de muletas, mas estava melhor. Seu braço ainda estava com gesso, mas sabia que ficaria bem. Voltamos para o trailer e agora os papéis haviam se invertido, eu não a deixava fazer nada, não até melhorar.

Ao completar seis meses, comecei a sentir algumas dores, mas nada tão insuportável. Quando Lisa chegava da faculdade eu estava dormindo, pois tomava dois comprimidos para aliviar as dores, e aquilo me deixava exausta. Obviamente que ela ficou extremamente preocupada comigo, mas eu acabei escondendo os frascos apenas para ela não surtar.

Até que algo aconteceu.

Pov Lalisa

Estava sem a moto agora, então eu usava o carro da Jennie para ir até a faculdade. Ela me parecia estranha, meio cansada, mas como eu não achei nada não pude opinar.

Quando estacionei ali no quintal, a visão que eu tive foi a pior da minha vida. Quando entrei no trailer Jennie estava atirada no chão, o meu desespero foi tão grande que achei que desmaiaria também.

- Jennie! Jennie! Meu Deus!

Eu corri com ela em meus braços a colocando no carro e indo o mais rápido possível até um hospital mais próximo. Havia acabado de sofrer um acidente, o hospital era a última coisa que eu queria ver agora.

- Li-

- Eu cheguei da faculdade e encontrei a Jennie desmaiada no trailer, pelo amor de Deus, Tzuyu, corre pro hospital.

- Fica calma, vou ligar para a Chaeyoung e estaremos a caminhos.

- Calma, meu amor, estamos chegando.

Eu cheguei gritando, alegando que a minha mulher precisava de ajuda. Ver Jennie ser levada com tanta presa para a sala me fez cair de joelhos e rezar. Não poderia estar dando tudo errado. Não quando estávamos bem de novo.

Parece que o destino estava dando um aviso, não podíamos ficar juntas. Meu Deus, o anel, meu acidente, agora isso. Mas agora envolvia o meu filho, a mulher que eu amava.

- O que aconteceu?

- Eu cheguei da faculdade... e ela estava jogada no chão.

Eu não conseguia ficar parada em lugar nenhum. Porque se eu ficasse, sentiria que estava sendo impotente, sentiria que não era suficiente, sentiria que a perderia e não fiz nada a respeito. Olhava para o pequeno colocar que havia caído do seu pescoço enquanto era levada para a emergência. Me esquivava do conforto que a Tzuyu tentava me passar, nada poderia me confortar naquele momento.

Porque mesmo que eu tentasse pensar positivo, não adiantava, o positivo naquele momento não existia, nada mais exista. Era sempre assim. Sempre voltava para o início. Quando estávamos perto uma da outra, mas não tínhamos uma a outra. De todos os olhares de agradecimentos, mas nenhum de compaixão. Agora eu não conseguiria seguir em frente se ela partisse. Infelizmente incluí Jennei em tudo na minha vida, inúmeras vezes achei aquilo um erro, mas fazia, pois ela começava a ser o meu tudo. E sem ela, nada mais fazia sentido.

Parecia tudo quieto, até que um choro tão dolorido me atingiu e eu não pude acreditar por alguns instantes. Olhei para Tzuyu que também tinha os olhos meio apavorados.

- Será que...

- Não... não... meu filho não...

Seis meses ainda. Ele só tinha seis meses de gestação. Eu não chorava com facilidade, mas naquele momento, fiquei parecendo uma criança se três anos, desesperada querendo saber o que estava acontecendo.

- Creio que são parentes de Jennie Kim?

- Sou namorada dela.

- O que acontece é que, a sua namorada ingeriu muitos sedativos e remédios ainda não identificados, e isso afetou o feto ainda em desenvolvimento. O menino nasceu com inúmeros problemas, e a sua namorada teve ao total de três paradas cardíacas. Estamos fazendo de tudo para salvar os dois, mas não posso garantir nada. A única coisa que podem fazer agora é esperar.

Puta que pariu! Esperar o que?

Ela iria morrer! O meu filho iria morrer! EU IRIA MORRER!

Queria entrar lá, segurar a mão dela e dizer, "estár tudo bem, meu amor, vai ficar tudo bem." Mas nem isso eu poderia fazer. Como sempre. Eu nunca sabia o que fazer. Ela precisava de mim agora, mas eu não podia ir. Não podia ajudá-la.

Nao poderia salvá-la.

Light of Fame (Jenlisa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora