505

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Capítulo Cinco: 505

"Estou voltando para o 505
Se for um voo de 7 horas
Ou 45 minutos dirigindo
Em minha imaginação
Você está esperando, deitada de lado
Com as mãos entre as coxas

Pare e espere um segundo
Quando você olha para mim assim
Minha querida, o que você esperava?
Eu provavelmente ainda te adoraria
Com suas mãos em volta do meu pescoço
Ou adorei da última vez que chequei

Mas eu desmorono completamente quando você chora
Parece que mais uma vez você teve que me cumprimentar com um adeus
Eu estou sempre a ponto de estragar a surpresa
Tiro minhas mãos dos seus olhos cedo demais".

- 505, Arctic Monkeys.

Damon Salvatore POV
NYC, New York – EUA

Reviro os olhos.

- Me diga que você tem aspirinas aí. – murmuro para Josh, um dos funcionários da Salvatore Records. Ele solta uma risada baixa e procura na bolsa, que mais parecia uma maleta e ali era evidente que Josh possuía várias bugigangas. Ele tira uma cartela de comprimidos, mas desanima ao ver a validade.

- Está vencido. – ele sussurra.

Gesticulo com a cabeça e com isto pego a cartela de medicamentos de sua mão. Tiro dali dois comprimidos e os engulo com um café sem açúcar. Era 9h da manhã e eu estava em uma reunião com uma nova cliente; ali está seu agente, produtores, minha secretária e eu. Tentando uma negociação para que Pat Chlyns entrasse para o nosso time; a garota de aparentemente dezoito anos é uma cantora amadora de rock-folk e havia ficado famosa por expor vídeos no YouTube em músicas com composições próprias.

Apenas ignoro a dor de cabeça que sentia fruto da noite passada e concentro-me nos termos que o produtor dela exigia. Mas, acabo desligando meu cérebro e só acordo quando a reunião havia acabado. Nos despedimos e pude respirar um pouco aliviado agora.

- Você mal participou da reunião, Damon. – Josh resmunga, enquanto arruma a papelada. – Aposto que nem se lembra do que fora tratado aqui.

Solto uma risada fraca, pego a garrafinha de água e meu celular.

- Se você prestou atenção é isso que importa. – murmuro, e saio da sala de reunião. Cruzo o escritório bebendo o líquido da garrafa e ao chegar a minha sala tenho a imagem de Villanelle sentada em minha cadeira, enquanto joga um jogo barulhento em seu celular. – O que você está fazendo?

Minha melhor amiga apenas ergue o indicador a mim. Ignoro aquela visão e me encaminho até o sofá, onde deixo-me desabar ali. Eu sabia que Josh possuía razão, quando reclamou da minha postura na reunião de outrora, afinal eu sou o dono deste lugar e situações como estas exigiam uma postura. Respiro fundo e deixo o efeito das aspirinas invadirem meu sistema; eu poderia usar mil pílulas destas, mas elas não manteriam Elena afastada e para ser sincero nem sei responder se realmente gostaria que ela ficasse longe.

Logo o barulho do jogo de Villanelle fica silencioso, a mesma pula da minha cadeira e caminha até a mim; sentando-se ao meu lado no sofá e me observando com aqueles enormes olhos penosos.

- Eu vou te mostrar uma coisa, mas não quero que você grite ou quebre este escritório. Promete? – Villanelle indaga.

Uma acidez apossa meu estômago. Notícias ruins ás 10hrs da manhã era tudo o que eu não precisava no momento. Encaro ela de volta e tento respirar suavemente. Já sinto vontade de falar palavrões por algo que nem sei o que é.

Love Under RubbleOnde histórias criam vida. Descubra agora