Find You

139 12 9
                                    


Capítulo Trinta e Sete: Find You

"Eu posso ouvir o som do seu coração batendo lentamente
Pedaços no chão do mundo que se separou

Aguente firme
Não vai demorar

Eu vou te encontrar aqui dentro do escuro
Irei atravessar
Não importa aonde você esteja
Eu vou te encontrar
Eu vou te encontrar

Como o vento que chora
Posso sentir você na noite
Uma distante canção de ninar
Debaixo do céu quebrado

Aguente firme
Não vai demorar".

- Find You, Ruelle.

Damon Salvatore POV
NYC, New York – EUA

Observo o borrão, que ocasionava pelo carro por se locomover.

Estamos voltando para NYC e Elena está dirigindo. No Ipod está tocando "Creep" do Radiohead e me sinto tão estranho quanto diz a música. Deixo minha mente viajar pelas últimas setenta e duas horas, quando vi meu pai falecer bem diante de mim; nunca fui um homem religioso, mas em alguns momentos simplesmente eu rogava ao universo por ajuda, e no instante que vi Giuseppe dar o seu último suspiro, eu implorei a algum ser "todo-poderoso" por clemencia. Entretanto, ninguém me ouviu.

Sai do quarto, perambulando pelo hospital e com as vistas embaçadas; fui parar na capela, onde lá havia paz e silêncio. E naquele lugar praticamente escondido, eu me permiti colocar meus joelhos no chão e chorar – como nunca havia feito antes. Deixei que as lágrimas saíssem de mim e me emundassem. Por todas as situações em que as guardei, e não me permiti ser sensível a dor ao meu redor; pela morte do meu filho, por toda a bagunça que Elena e eu representava, e por Giuseppe ter se desculpado tarde demais.

É o que torna meus sentimentos ainda mais confusos; pois, minha mente estava há tanto tempo condicionada a pensar em Giuseppe com hostilidade e desprezo com pitadas de fúria, mas agora com a mudança de cenário, tudo se torna caótico. Se eu o odiava tanto, como neste instante, quero que ele encontre a paz aonde quer que esteja?

Em seu enterro, havia poucas pessoas ali; e isso me fez pensar na vida de Giuseppe, como um homem e não somente um pai. Na recepção em nossa casa, eu apenas segui para meu quarto e tratei de me esconder no mundo; como eu fazia quando tinha dezesseis anos e queria evitar me deparar com meu pai bêbado pela casa. Mas, Betty Cooper me encontrou e nós conversamos sobre a vida. Lembrando-nos de quando terminamos o nosso namoro adolescente, por termos passado para universidades distantes e com isto perdemos o contato.

Entretanto, agora dentro do carro junto com Elena, eu consigo ouvir seus pensamentos de tão altos; sei que ela quer conversar sobre Davina e sobre Betty – e a maneira como me escondi dela durante todos estes anos. Nunca contei sobre minhas ex-namoradas, e não tive curiosidade para saber sobre os seus. Eu sempre me indignava por Elena não transbordar para mim, a forma como ela sempre deixou pouco aparente seus sentimentos. Porém, eu não havia feito diferente e agora entendo que também errei. Contudo, estou ciente que Elena não vai puxar este assunto, não depois de um fim de semana tão empobrecido de alegrias.

Respiro aliviado quando vejo a placa enunciando que chegamos a NYC. Preciso voltar para meu apartamento, trancar-me com Oscar em meu quarto e me esconder do mundo. Porém, sou surpreendido quando noto que Elena está tomando uma rota diferente ao meu apartamento.

- Para onde está indo? – questiono.

- Eu preciso te mostrar um lugar. – ela responde ainda concentrada no transito.

Love Under RubbleOnde histórias criam vida. Descubra agora