Wish You Were Here

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Capítulo Trinta e Cinco: Wish You Were Here

"Então, então você acha que consegue distinguir
O paraíso do inferno?
Céus azuis da dor?
Você consegue distinguir um campo esverdeado
De um trilho de aço gelado?
Um sorriso de uma máscara?
Você acha que consegue distinguir?

Eles fizeram você trocar
Os seus heróis por fantasmas?
Cinzas quentes por árvores?
O ar quente por uma brisa fria?
O bom conforto por mudanças?
Você trocou
Um papel de figurante na guerra
Por um papel principal numa cela?

Como eu queria
Como eu queria que você estivesse aqui
Nós somos apenas duas almas perdidas
Nadando num aquário
Ano após ano
Correndo sobre o mesmo velho chão
O que nós encontramos?
Os mesmos velhos medos
Eu queria que você estivesse aqui".

- Wish You Were Here, Pink Floyd

Damon Salvatore
NYC, New York – EUA

Sinto uma brisa leve mexer meus cabelos.

Abro minhas pálpebras e percebo que estou em um ambiente diferente. É bonito, uma luz familiar está por todo o lugar. O céu está tão claro, que não possui nenhuma nuvem. Há montanhas com musgo verdinho bem longe, é uma campina, com um rio extenso. Em uma energia de paz e afeto. O lugar mais se assemelha a aqueles descansos de tela do computador, mas não reclamo. Quando avisto uma única árvore em cima do monte, me encaminho a preparar para começar a subi-lo sem pressa.

- Gosta do que vê, homem? – uma voz como um rugido murmura bem ao meu lado, quando me viro tenho a maior das surpresas; é um leão, com sua juba enorme e bonita. Ele é o do meu tamanho, e me sinto de igual para igual.

- É incrível. – respondo. Não sinto temor, nada de mal me alcança ali. Apenas paz e serenidade, o leão continua a subir o monte ao meu lado. Seus olhos felinos me encaram, como se conseguissem enxergar a minha alma, e por segundos não duvido.

- Não se cansa de visitar este lugar? – questiona.

Continuo a caminhar.

- Você se cansaria de provar algo bom? – devolvo a pergunta. Ele maneia com a cabeça.

- Certamente não. A alegria dos homens que se dar por provar um suave deleite em seus devaneios. – o leão diz.

- Que poético. – digo. Respiro fundo, aquele ar rarefeito entra para meus pulmões e me sinto tão limpo. – Por que eu quero subir este monte?

Ouço o que se parece ser um risinho do leão.

- Apesar do caminho tortuoso homem, a recompensa no final sempre vale a pena. – responde.

Gesticulo negativo.

- Não no meu mundo. – resmungo. Terminamos de subir o monte e ao me aproximar da árvore, consigo notar ali a existência de um berço de madeira clara. Quando ficamos mais próximos, consigo olhar dentro do berço; há um bebê com o rosto tampado ali, com folhas verdinhas da árvore ao redor. Pego o bebê nos braços e ele se aconchega em meu ombro. Sinto um aroma gosto vir da criança e me aninho com ela. Como se fossemos apenas um. Observo que o leão está olhando para o horizonte e faço o mesmo. Só consigo sentir paz e o amor zapeando. – Qual é a sua aparência em meu mundo?

O leão então vira sua atenção para mim. Nosso olhar se equilibra de forma inimaginável, ali entre nós três sinto uma força que nos unia para sermos apenas um. O leão agita sua fabulosa juba e me encara mais uma vez;

Love Under RubbleOnde histórias criam vida. Descubra agora