Man! I Feel Like a Woman

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Capítulo Vinte e Oito: Man! I Feel Like a Woman

"Eu vou sair esta noite
Estou me sentindo bem
Vou deixar tudo solto
Quero fazer barulho, realmente subir minha voz
Sim, eu quero gritar bem alto
Sem inibições, sem nenhuma condição
Passar um pouco do limite
Eu não vou agir da maneira politicamente correta
Eu só quero me divertir

A melhor coisa em ser uma mulher
É a prerrogativa de se divertir um pouco e

Oh, enlouquecer totalmente, esquecer que sou uma dama
Usar camisa masculina com mini saia
Oh, realmente pirar, e fazer isso com estilo
Oh, entrar em ação, sentir a atração
Pintar meu cabelo, fazer o que eu ousar
Oh, eu quero ser livre para me sentir da maneira que estou me sentindo
Cara! Estou me sentindo uma mulher

As garotas precisam de uma folga
Esta noite vamos aproveitar
A chance de sair pela cidade
Nós não precisamos de romance
Nós só queremos dançar
Nós vamos soltar nosso cabelo".

- Man! I Feel Like a Woman, Shania Twain.

Elena Gilbert POV
NYC, New York – EUA.

**** Flashback - Nove anos atrás – NYC ****

Observo a vista extensa pelas janelas que iam do chão ao teto.

Dali eu conseguia ver boa parte de Manhattan, um dos distritos mais famosos do mundo. O fluxo de pessoas no deque superior é alto. Turistas do mundo inteiro chegam na Big Apple e aproveitam tudo o que ela pode oferecer; inclusive um pôr do sol magnífico visto no alto do Empire State Building. Tento desligar um pouco a minha atenção ao meu redor, e me foco na minha visão.

Eu nunca me cansava daquela vista.

Respiro fundo e deixo-me embalar sobre a música que tocava em meus headphones. "My Body Is a Cage" dos Arcade Fire explodiam nos meus ouvidos, e tentei esquecer um pouco da minha vida, enquanto admirava o pôr-do-sol. Hoje eu pedi para sair um pouco mais cedo do Heaven City e Jéssica permitiu. Peguei um transporte público e segui a Manhattan, até chegar ao Empire State. Ontem à noite recebi a ligação da produção de um filme, a adaptação do livro Jogos Vorazes. Era um longa muito aguardado pelo público e eu me esforcei muito quando fiz o teste no início da semana passada; porém, o resultado não fora favorável a mim.

Receber a negativa daquele teste me deixou frustrada. Afinal, já era o décimo teste negado em quatro meses. Eu começava a acreditar, que a minha vida de atriz acabara antes mesmo de iniciar. Ano passado consegui estrelar alguns filmes de baixo orçamento, mas que já eram algo; um pequeno aperitivo doce, entregado em meus lábios e que eu pude saborear, mas que duraram pouco.

Este ano faltei no trabalho algumas vezes para fazer os testes, mas nenhum resultado positivo veio; logo, me restava voltar ao Heaven City e continuar a ser garçonete – não é que eu odeie meu emprego, muito pelo contrário, afinal este me permite ajudar nas contas de casa, contudo, eu sonhava com mais. Já estava com dezoito anos e queria ter o meu maior desejo se realizar. Ver Bonnie ir para a faculdade no semestre passado me deixou frustrada também; minha melhor amiga fora para a Universidade de Phoenix, enquanto eu continuei no Brooklyn limpando mesas.

Limpo as lágrimas que teimavam em deslizar por minhas bochechas, e deixo o Empire State. Talvez eu devesse abrir mão da minha carreira de vez, dar entrada em um auxilio estudantil e iniciar em uma universidade comunitária. Mesmo que eu quisesse muito ser atriz, certos sonhos estão distantes demais de nossas mãos.

Enquanto, caminhava até a estação de metrô, me questiono como estaria se eu tivesse ido para o Nepal com Miranda. Faz dois anos que minha mãe cruzou o mundo para realizar seu mestrado em Kathmandu e não há evidencias que ela irá voltar algum dia. Nossos telefonemas estão cada vez mais raros, Miranda apenas diz que está muito atarefada nos estudos e eu finjo que estou indo bem na minha carreira de atriz. Quando lhe mandei um trecho do filme, que estrelei ano passado, ela apenas me desejou uns "parabéns" sem muitas emoções. Atitudes assim me impulsionavam a correr atrás da profissão, que escolhi, afinal apesar de todas as desesperanças, eu ainda possuía um fio de fé que ainda iria provar a Miranda que meus sonhos são tão plausíveis quanto os dela.

Love Under RubbleOnde histórias criam vida. Descubra agora