Total Eclipse of the Heart

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Capítulo Dezesseis: Total Eclipse of the Heart

"E eu preciso de você hoje à noite
E eu preciso de você mais do que nunca
E se você apenas me segurar apertado
Nós estaremos segurando para sempre
E nós estaremos apenas fazendo o certo
Porque nós nunca vamos estar errados
Juntos nós podemos levar isso ao fim da linha
Seu amor é como uma sombra sobre mim o tempo todo

Eu não sei o que fazer e estou sempre no escuro
Estamos vivendo em um barril de pólvora e soltando faíscas
Eu realmente preciso de você hoje à noite
O eterno vai começar essa noite

Era uma vez eu estava me apaixonando
Mas agora estou apenas desmoronando
Não há nada que eu possa fazer
Um eclipse total do coração

Era uma vez em que havia luz na minha vida
Mas agora existe apenas amor na escuridão".

- Total Eclipse of the Heart, Bonnie Taylor.

Elena Gilbert POV
NYC, New York – EUA

Sinto o vento frio de NYC agitar meus cabelos. Mas, me proponho a continuar a caminhar entre as lápides no chão. Era uma área calma do cemitério, e eu a conhecia bem por vir aqui com frequência. Uma dor intensa assola o meu peito, como se estivesse com falta de ar. Era sempre assim que eu me sentia ao vir até aqui, mas hoje essa sensação está gigantesca.

Um compilado de sentimentos ruins me preenche agora. Estou em um momento crítico no trabalho; ontem pela tarde saiu uma crítica de um dos profissionais que tem contato com os acadêmicos do Oscar, e novamente a minha atuação fora vista como "fraca, superficial e falsa". Eu não possuía uma carreira longa, afinal estava apenas no meu nono ano de estrada, mas neste tempo nunca fui criticada de forma tão certeira. Mesmo com modéstia, sempre possui orgulho pela forma que trabalho.

Contudo, este momento ruim em meu lado profissional teria se tornado um simples detalhe, se quando eu tivesse batido a porta de Damon ontem pela noite, ele tivesse a aberto para mim. A rejeição de Damon tornou o foco principal da minha tristeza.

Chego até a lápida e me sento em sua frente. Descanso as astromélias em cima da placa de mármore com letras gravadas. Eu me sentia menos sozinha quando ia até ali, era como se encontrasse um pedaço de mim. Vejo as flores laranjas fazerem contraste com a grama verdinha, astromélias significavam amor, gratidão e remete a saudade por alguém que se foi.

Respiro fundo, mas logo as lágrimas se acumulam em meus olhos e não tarda quando elas começam a deslizar por minha face. Ao longo destes meses, eu imaginei que um coração partido poderia ser consertado; continuei a colocar meu trabalho acima de tudo, preenchi meu tempo, porém não consegui ficar longe de Damon. Eu me sentia como uma viciada e ele sendo a minha droga.

Minha palma se abre e releva o bilhetinho, que Damon havia passado por debaixo da porta ontem à noite quando fui até sua casa:

"Você é a luz da minha vida, mas não podemos ficar juntos"

Eu ainda conseguia sentir o desespero percorrer o meu corpo, quando ele não abriu a porta na primeira vez que pedi. Pois, estava tão aflita e triste pelas críticas que recebi, a única coisa que queria era correr para seus braços e esquecer como o mundo machuca. Eu sempre fazia isso. Quando as coisas ficavam feias, ia até Damon e pedia abrigo. Ele era o meu porto seguro, a pilastra que segurava as minhas estruturas, mas que de repente ruiu.

Deslizo os dedos pelas letras grafadas no mármore e sinto toda a dor do passado ser revivida em instantes. Era a mesma coisa toda vez, que vinha até aqui, mas eu me permitia a ter a sensação do luto. Era algo palpável, e nunca seria esquecido. Alguns erros se estendem para além da compreensão de crenças ou julgamentos mundanos. Você pode fazer algo e se arrepender no mesmo instante, porém não se pode voltar atrás.

Love Under RubbleOnde histórias criam vida. Descubra agora