My Body Is a Cage

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Capítulo Trinta e Oito: My Body Is a Cage

"Meu corpo é uma prisão
Que me impede de dançar com aquele que amo
Mas minha mente segura a chave
Meu corpo é uma prisão
Que me impede de dançar com aquele que amo
Mas minha mente segura a chave

Estou aqui sobre o palco
De medo e de dúvidas internas.
É uma peça horrível,
Mas eles aplaudirão de qualquer maneira

Estou vivendo em uma época,
Que chama a escuridão de luz
E apesar de minha língua estar morta,
Suas formas ainda preenchem a minha cabeça

Estou vivendo em uma época
Cujo nome não sei
E apesar do medo me manter em movimento,
Meu coração bate bem devagar

Liberte o meu espírito
Liberte o meu corpo"

- My Body Is A Cage, Arcade Fire.

Elena Gilbert POV
Los Angeles, Califórnia – EUA

**** 01 ano depois ****

Caminho pelo calçadão de Venice Beach despreocupada.

O clima está ensolarado, mas a imagem do sol se pondo no horizonte transmite uma sensação inquietante no âmago. Uma grande estrela, que no final do dia sempre se curva. Eu costumava vir a Venice Beach com frequência, andava pelo calçadão e me sentava no píer para admirar umas ondas que batiam nas pedras, e outras que seguiam até a areia da praia. Quando eu tinha uma sensação desesperadora que me tentava a pegar um voo e retornar para Nova York, mas eu sabia que não poderia me render a este desejo, então eu entrava num Uber e seguia para Venice Beach.

Apesar de houver uma multidão ao meu redor, aproveitando o fim do dia também em uma caminhada, eu conseguia sentir paz naquele lugar. A praia já serviu de lar para meus dias ruins e bons, onde eu chorei até não sentir mais nada dentro de mim; por saudade, dor e perda. Mas, algo sussurra dentro de mim "fique firme, dias melhores virão" e eu acreditava. Pois, meus sonhos me acalentavam. Por saber, que algum dia todo o meu empenho e sacrifício valerá a pena.

Termino de caminhar, quando chego na metade do píer. Me sento no chão e levo meus olhos para o horizonte alaranjado do sol. Havia se passado um ano desde que eu me despedi de Damon no cemitério. Depois daquele dia, eu fui até o escritório de Annalise onde terminamos os detalhes sobre o filme. Voltei para meu apartamento e contei aos meus amigos a respeito da minha mudança; não houve resistência, já que Marcel se mudaria para morar com Michael e Caroline iria para Mônaco até então. Logo, me restou empacotar minhas coisas e aproveitar a minha festa de despedida. Na manhã seguinte, eu já estava embarcando em um avião para Los Angeles.

A ideia inicial seria de seis meses, mas eu acabei sendo convidada para gravar outro filme e aceitei. Este último ano, contracenei com atores incríveis, conheci ainda mais pessoas na indústria e pela primeira vez na minha carreira estou sendo indicada ao Oscar; um sorriso me escapa quando lembro do dia que recebi a notícia. Acordei de madrugada com uma ligação de Annalise, e pulei pelo meu pequeno apartamento inteiro. Era o meu maior sonho, que finalmente estava próximo de se tornar real. Foi o único dia em que recebi uma mensagem de Damon desde a nossa separação, com os dizeres "Parabéns minha garota. Vá e domine o mundo. " E naquelas entrelinhas, eu entendi que ele não estava magoado com a minha atitude de deixar Nova York, por enquanto.

Eu sabia que não fui razoável ao deixa-lo, mas quando se trava dos meus sonhos, um instinto surreal apossava o meu corpo e não me permitia pensar corretamente. Eu precisava vive-los, independente do que perderia no caminho. Entretanto, passar este um ano praticamente sozinha em Los Angeles me trouxe ensinamentos importantes. Olhar para dentro de nós mesmos pode ter uma enorme vantagem, mas também é assustador.

Love Under RubbleOnde histórias criam vida. Descubra agora