Alec Lightwood Point of view
Há dias que eu não acordava tão completo como hoje, olhei para o lado e encarei meu namorado dormindo de forma serena, eu nunca vou me cansar de dizer o quão lindo ele é. Levei a mão até seu rosto onde fiz um carinho calmo e Mags ronronou baixinho feito um felino manhoso, beijei a ponta do seu nariz e lentamente me levantei da cama sem fazer barulho para não acorda-lo. Eu me considerava um homem sortudo pra caralho por tê-lo na minha vida, e eu sempre fazia questão de agradecer a todos os seres celestiais por terem me destinado a ele.
Passamos boa parte da madrugada entre conversas, gargalhadas e carinhos e quando as coisas iam esquentando Magnus me empurrava e falava que eu estava de castigo o que me fazia bufar de raiva. Maldita hora que inventei de fazer aquela brincadeira. Dei uma última olhada em meu namorado e fui para o banheiro onde fiz toda a minha higiene matinal e então segui para a cozinha, resmunguei quando me lembrei que ainda não tinha feito as compras. Voltei novamente para o quarto e vesti uma camisa e peguei minha carteira e sobretudo e quando eu ia saindo do quarto ouvir a voz baixa de Magnus.
- Charming Prince? - sua voz saiu manhosa.
Me virei e me deparei com a cena mais fofa, Magnus estava sentado na cama coçando as pálpebras. Seus cabelos escuros estavam desgrenhados e caídos sobre sua testa corri os olhos pelo seu corpo e sorri assim que vi as marcas que havia deixado em seu peitoral e pescoço. Ontem eu tinha provocado o Mags o máximo que eu consegui e ele vez ou outra ficava balançado para ceder, mas seu lado birrento sempre falava mais alto e ele me cortava.
- Bom dia, meu amor. - sorri largo para meu Mags.
Magnus franziu o cenho e fez uma careta fofa.
- Bom dia... - falou sonolento.
- Só bom dia? - perguntei desapontado e caminhei ficando em frente da cama.
Ele sorriu e ficou de joelhos no colchão.
- Bom dia amor da minha vida, meu Charming Prince, razão do meu tesão, gostoso, anjo da bundona.
Eu mordi meu lábio inferior antes de explodir em uma risada alta.
- Satisfeito? - ele perguntou com deboche.
- Eu só estaria satisfeito se eu estivesse te jogando nessa cama e fazendo com você o que mais quero...
Puxei seus quadris e senti seu membro duro me tocando, segurei com firmeza entre suas costas e sua bunda trazendo seu corpo para mais junto do meu e me remexi fazendo meu membro roçar em sua ereção matinal e Magnus gemeu baixinho.
- Pena que estou de castigo. - falei diabólico e beijei seu pescoço antes de me afastar.
- Eu não acredito que você fez isso. - falou indignando.
- Ah, babe só estou jogando o mesmo jogo que você. - minha voz saiu rouca.
Eu sabia que Magnus havia se arrepiado com o que eu tinha acabado de falar, pois o mesmo respirou fundo e fechou os olhos com força como sempre fazia quando se arrepiava.
- Onde você vai? - perguntou mudando o rumo da conversa.
- Eu vou ir ao mercado comprar algo para fazer o café da manhã.
- E que horas são?
Peguei o celular que estava em cima do criado mudo e olhei a hora.
- Seis e meia.
- E você acha que vai ter mercado aberto uma hora dessa? - falou de forma cínica.
Lhe fitei e eu sabia muito bem que ele estava debochando da minha cara.
- Hum... Eu não tinha olhado as horas antes de decidir sair pra o mercado.
Magnus sorriu com sarcasmos e eu fiquei com vontade de lhe socar, só não disse o que. Balancei a cabeça na tentativa de recompor minha sanidade.
- Então saímos mais cedo e comemos na ruiva, Yeah?
- Yeah.
Magnus deitou novamente na cama, ele estava vestido apenas com uma calça de moletom branca que eu havia lhe emprestado, e puta que pariu ele estava gostoso pra caralho.
- Por que está me encarando? - perguntou provocando.
- Não estou te encarando. - falei tentando controlar minha voz.
- Não está? - ele deslizou os dedos sobre o cós do moletom e me fitou sapeca.
- Não me provoca, Bane! - falei segurando com força o celular.
- Não aguenta a provocação? - deslizou a língua pelo seu lábio inferior.
- Eu não vou cair nesse seu joguinho.
- Joguinho?
- Não é? Você vai me provocar e eu cedo ai quando eu quero avançar você me interrompe e fala que estou de castigo. - falei frustrado me encostando na cômoda.
Ele sorriu diabólico e eu engoli em seco quando ele começou a retirar a calça, seu membro estava marcando a boxer azul que usava e eu deixei um gemido baixo escapar.
- Sabe de uma coisa? - me desencostei da cômoda e comecei a retirar minha camisa e Magnus me olhava atentamente com os olhos brilhando de prazer - Eu vesti a camisa errada. - caminhei até o guarda roupa onde peguei uma camisa clara com alguns detalhes.
Sorri vitorioso pela cara de desapontado que Magnus havia feito, Alec 1 Magnus 0.
Depois daquela ceninha de provocação, Magnus havia ido tomar banho e depois quando já estávamos prontos fomos diretamente para a cafeteria onde Clary trabalhava, fizemos nossos pedidos que ficou pronto em minutos, comemos e depois de meia hora já estávamos a caminho da Bane's gifts.
- Estou achando você muito feliz hoje...
Magnus falou depois de eu ter cumprimentado umas três pessoas desconhecidas enquanto caminhávamos.
- Hum, isso é ruim? - perguntei fitando o moreno ao meu lado.
- Jamais, será que eu posso saber o motivo dessa felicidade toda? - arqueou a sobrancelha.
- O motivo da minha felicidade é ter acordado ao lado de um certo moreno de olhos engatiados.
Magnus sorriu largamente.
- E ele te deixa tão feliz assim? - perguntou.
- Você nem imagina. - falei bobo.
- Ele deve ser bem sortudo por ter alguém feito você.
Era incrível como eu parecia aqueles adolescentes apaixonado perto de Magnus. Me aproximei e beijei sua bochecha e o mesmo soltou uma risada sapeca e apertou mais ainda meus dedos.
- Te amo, babe. - sussurrei perto do seu ouvido.
- Te amo bem mais.
Ele levantou a cabeça e me fitou e em seguida deixou um beijo em meu ombro que não passou despercebido por uma senhora de cabelos brancos que sorriu ao ver a cena. Era tão incrível a sensação de andar de mãos dadas no meio de todas aquelas pessoas que devido a correria boa parte das vezes não observavam nada ao seu redor. Em meio delas eu era apenas um homem comum que estava de mãos dadas com seu namorado e não o futuro Rei de Idris. Enfim chegamos até a loja e a mesma já estava aberta graças a Cat.
- Está atrasado! - a morena falou assim que adentramos.
- Bom dia, gostosa! - Magnus falou.
A morena que estava de costas deu uma risada safada.
- Além de atrasado está animado? Então você finalmente tomou chá de pau? - Catariana falou ainda de costas.
Chá de pau? Que tipo de chá é esse?
Magnus pigarreou e ficou vermelho.
- Safa... - Catarina parou de falar na hora quando se virou e me viu - Lighgato! - sorriu diabólica.
- Bom dia, Cat!
Soltei a mão de Magnus e fui até a morena e lhe dei um abraço.
- O que seria chá de pau? - perguntei quando beijei sua bochecha.
Magnus balançou a cabeça em reprovação.
- Você não vai querer saber o que é! - Magnus falou ligeiro.
- Na verdade eu vou sim.
Fitei Magnus que rapidamente desviou o olhar.
- É um chá que a Catarina me indicou pra dor nas costas. - Magnus falou ligeiro.
- Onde eu encontro esse chá? Estou com uma dor terrível nas costas.
Perguntei para a Catarina que explodiu em um risada e eu a encarei sem entender.
- O chá está bem na sua frente. - falou entre risos.
Magnus colocou a mão na testa e meneou a cabeça negando.
- Não entendi a risada. - fiz uma cara de desentendido.
- Você é muito lento. - ela falou e gargalhou alto.
Pelo anjo, o que tinha de tão engraçado em perguntar onde encontra o chá?
- Alexander, o chá que ela está falando é o...
- É o pau sabe, tipo o que vocês tem no meio das pernas e tal.
Eu arregalei os olhos e em seguida gargalhei alto pela cara de espanto que Magnus fez ao ouvir o que a melhor amiga tinha falado.
- Sabe, eu acho que esse chá pode me ajudar. - falei de forma safada e me aproximei de Magnus.
- Eu não acredito no que estou vendo! Como faz pra desver? - a morena falou quando dei uma mordidinha no lóbulo da orelha de Magnus - Oh, céus. - falou se retirando.
Eu sorri sapeca para Magnus que ainda estava todo vermelho.
- Se quiser eu posso te dar esse chá... - sussurrei perto de sua boca.
O peito dele subiu e desceu só comprovando o quanto a sua respiração estava descompassada.
- Está de castigo, lembra?
- Quero saber até onde esse castigo vai.
Falei caminhando em sua frente, eu sabia que Magnus estava olhando para a minha bunda então rebolei e o ouvir suspirar baixinho. Alec 2 Magnus 0.
[...]
- Ainda que está torto! - Magnus falou inclinando a cabeça para o lado enquanto eu e Cat pendurávamos uma placa na vidraça da loja informando que os brinquedos estava em promoção.
- Outra coisa é torta e você não reclama. - Cat bufou de raiva.
Eu não consegui me aguentar e explodi em uma risada.
- Alexander! - Magnus me repreendeu indignando - Mas para o lado. - ele falou.
- Magnus vai se fuder! Está porá está perfeita.
- Não está, Catarina! Esta torto.
- Torto está o seu... - a morena me encarou e respirou fundo - Sua cara. - sorriu tentando controlar a raiva.
A amizade de Catarina e Magnus eram resumida em tapas e beijos. Ok eram mais tapas que beijos, mas a gente releva. Fitei os dois e sorri.
- O que você está rindo? - Magnus resmungou.
- Do quão fofo você fica quando está bravo.
- Eu não fico fofo. - bufou.
- Sim, você fica!
- Catarina cala a boca!
Continuamos por mais uns dez minutos tentando colocar a placa reta como Magnus pedia enquanto Catarina resmungava baixo.
- Agora sim, está perfeito! - Magnus falou.
Me afastei da placa e caminhei mais para frente a encarando. Em letras gigantes e coloridas anunciava que a Bane's Gifts está com 50% de desconto em todos os brinquedos.
- Finalmente, se você falasse novamente que estava torta eu iria jogar a placa na sua cara. - Catarina passou a mão na testa, limpando um suor inexistente.
- Você sabe que tem que está perfeita, espero que assim consiga chamar a atenção do máximo de clientes que conseguimos. - Magnus falou encarando a placa.
- Vamos conseguir o dinheiro antes do dia cinco, Mags. - Cat falou abraçando Magnus de lado.
Dia cinco? O que será que Magnus não havia me contado?
- Posso saber o que vai acontecer dia cinco? - perguntei.
Magnus me encarou como se só agora estivesse me visto.
- Acho melhor vocês conversarem. - Cat falou baixo para Magnus.
Magnus suspirou pesado.
- Será que podemos conversar lá em cima?
- Claro.
Adentramos novamente na loja e fomos até a pequena sala que ficava no primeiro andar. Assim que entramos Magnus fechou a porta atrás dele e eu me sentei no sofá e o encarei, ele estava tão inquieto como se algo o tivesse lhe incomodando.
- Mags!?
- Hum... - falou me fitando.
- Agora é a sua vez de deitar aqui e me contar o que está acontecendo. - falei batendo no colo e ele sorriu pequeno.
- Ok.
Magnus então caminhou e se deitou no sofá e colocou sua cabeça em meu colo do mesmo jeito que eu fiz na noite anterior. Comecei a deslizar os dedos sobre seus cabelos e eu percebi que seu corpo começou a relaxar mais.
- Quando quiser pode falar.
Eu não sabia o que ele queria me contar por isso respeitei o seu silencio e tentei deixa-lo o mais confortável possível. Ele fechou os olhos e os abriu e me fitando.
- O banco me ligou...
Começou, eu fiquei calado o ouvindo enquanto mexia em seus cabelos finos. Magnus encarou a parede e continuou a falar:
- Lembra do empréstimo que te falei naquele dia em que você me levou na cafeteria pela primeira vez?
Eu assenti.
- Eu tinha que pagar R$350.500 dólares até o dia 17 de janeiro senão eu iria perder a loja, eu fiz esse empréstimo em 2018. Na época eu havia pegado apenas R$ 150.000 dólares mas não conseguir pagar então comecei a fazer vários acordos e como você sabe, a dívida aumentou por causa dos juros.
Sua voz estava saindo tremula.
- E por que você precisou desse dinheiro todo?
- Minha mãe quando ficou doente gastamos até o último centavo que tínhamos com o tratamento caro, que não serviu de nada.
Eu podia sentir a dor em sua voz, assim como ele eu tive uma grande perda em minha vida.
- Eu sinto muito. - falei entrelaçando nosso dedos.
- Tudo bem. - sorriu fraco - Estávamos prestes a perder a loja então fui ao banco e conseguir um empréstimo e até hoje não consegui pagar. O último acordo eu havia hipotecado a loja como garantia, eu estava tão esperançoso de conseguir o dinheiro da dívida nesse período de Natal que até te contratei como Papai Noel. E ganhei até um dinheiro razoável, as mães e até os pais só vinham comprar aqui por causa de um certo Papai Noel gostoso que usava calças justas que marcava a gigantesca bunda. - falou com ciúmes.
Eu sorri me lembrando do meu primeiro dia trabalhando na loja, eu estava sem camisa quando Magnus entrou nessa mesma sala onde estávamos sem nem bater na porta e quase me comeu com os olhos.
- Mas infelizmente a vida não é do jeito que queremos. - ele fez uma pausa - A dias atrás banco me ligou e me fez uma proposta, bastante tentadora por sinal. Eles me deram 50% de desconto em toda a dívida.
- Isso é excelente, Mags! Você aceitou?
- Sim, mas não tenho como arrumar todo esse dinheiro até o dia seis, que por sinal é daqui a sete dias. - falou se levantando - Estou trabalhando fazendo desenhos, meu pai está vendendo churros em frente à loja de Lilith, mas isso não vai ser o suficiente. - fechou os olhos e eu pude ver lagrimas se formando no canto do seus olhos.
- Mags!?
Puxei meu namorado para os meus braços e o envolvi em um abraço apertado que o fez suspirar.
- Eu vou te ajudar. - falei na maior sinceridade.
- Como? - perguntou.
Beijei sua testa.
- Irei pagar a sua dívida, mas não quero nenhum retorno.
- Você não pode fazer isso! - me soltou rapidamente.
- Sim eu posso e eu devo fazer isso. Não posso deixar você perder a loja, Mags...
Ele me fitou e começou a chorar baixinho, levei a mão até o seu rosto e limpei algumas lagrimas que escorriam em suas bochechas. Meu menino estava tão vulnerável.
- Alexander... eu não posso aceitar.
- Magnus, por favor me deixa te ajudar. - segurei suas mãos.
- Não quero que você pense que estou com você por interesse.
- O único interesse que eu sei que você tem é no meu amor.
Ele sorriu em meio as lagrimas.
- Pode apostar que tenho e muito.
- Então...
- Então não vou aceitar.
- Você é muito cabeça quente, Bane!
Magnus era um homem com tantos traumas passados que qualquer tentativa de ajuda que era lhe oferecida ele recuava.
- Amor, me escuta. - ele que estava fitando o chão começou a me encarar - Vamos fazer assim, se você não quer que eu lhe der o dinheiro faça de conta que eu estou investindo em sua loja. Então nos tornamos sócios, o que acha?
- E o seu dinheiro? Como vou pagar?
- Não pense no dinheiro agora, isso a gente resolve lá na frente. Aliás se você aceitar a minha proposta seremos sócios.
Fiquei por mais cinco minutos tentando convence-lo de me deixar ajuda-lo eu sabia que ele não iria aceitar logo de cara, Magnus era orgulhoso de mais. E eu não iria sossegar até que ele aceita-se a nossa parceria.
- Você tem certeza disso? - perguntou receoso.
- Nunca tive tanta certeza na vida.
Ele suspirou e ficou me encarando pensativo.
- Então eu aceito.
- Finalmente. - falei brincalhão.
- Idiota.
- Que você ama.
- E muito.
O puxei para junto de mim e enchi seu rosto de beijos enquanto ele gargalhava em meio as lagrimas.
- Eu te amo tanto.
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The Prince (MALEC)
Storie d'amoreDuas realidades diferentes. De um lado temos um jovem humilde que trabalha ajudando seu pai na loja de brinquedos da família, do outro um príncipe confuso que está prestes a assumir o trono. Duas pessoas ligadas ao mesmo destino, o tipo de história...